Pedro Nuno diz que personalidades nos comícios da AD fazem "lembrar o pior" do passado
O secretário-geral do PS afirmou esta quarta-feira que cada nova figura que aparece nos comícios da AD faz "lembrar o pior" do passado, durante uma arruada no Barreiro em que recusou brindar já a uma vitória socialista.
Acompanhado pela cabeça de lista do PS por Setúbal, Ana Catarina Mendes, e pelo autarca local, Frederico Rosa, Pedro Nuno Santos percorreu esta manhã as ruas do Barreiro, no distrito de Setúbal, rodeado por centenas de pessoas, tendo entrado em vários estabelecimentos comerciais e no mercado local.
A meio do percurso, o líder socialista falou aos jornalistas mas recusou reagir às declarações de Paulo Portas - que, num comício na terça-feira, o acusou de ziguezagues sobre a governabilidade em Portugal -, sublinhando que o antigo líder do CDS não apareceu na campanha só ontem, "ele está em campanha todos os domingos", numa referência ao seu programa de comentário televisivo.
"Eu não tenho nenhum comentário a fazer a Paulo Portas. A memória que ele deixou aos portugueses não é boa e, portanto, não me preocupa muito o que ele diz", afirmou, para logo de seguida criticar as várias personalidades - como Durão Barroso, Pedro Passos Coelho ou Assunção Cristas - que têm participado nos comícios da AD.
"Nós não podemos andar para trás. Os nomes que a AD tem apresentado nestas eleições fazem-nos lembrar o pior", frisou.
Depois de ter distribuído cumprimentos e tirado várias selfies, o líder do PS entrou na Tasca da Galega, paragem obrigatória para o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que aqui vem todos os anos na véspera de Natal para beber uma ginja.
Pedro Nuno Santos repetiu a tradição, com quase três meses de atraso, e também quis experimentar o licor local com Ana Catarina Mendes, Frederico Rosa e António Mendonça Mendes - candidato por Setúbal e atual secretário de Estado Adjunto do primeiro-ministro -, mas recusou brindar à vitória.
"Não [vou brindar à vitória]. Nós temos muito respeito pelas eleições e pelo dia 10 de março. Portanto, nós trabalharemos com muita humildade para convencer o povo português a estar connosco, a fazer a mudança connosco e a não andar para trás", disse.
Pedro Nuno Santos argumentou que "o ambiente é bom" e as pessoas confiam no PS, salientando que "ninguém quer voltar para trás" e voltando a criticar a coligação composta por PSD/CDS-PP/PPM.
"Cada nova figura que aparece em cada novo comício da AD lembra-nos o pior, lembra a todos o pior: aos mais velhos, às mulheres", defendeu.
Já questionado sobre as palavras que trocou esta terça-feira à noite com António Costa, no final de um comício na Aula Magna, em Lisboa, Pedro Nuno Santos disse que fala muitas vezes com o primeiro-ministro.
"Eu quero é apelar ao voto dos indecisos no PS para não andarmos para trás, nomeadamente aos mais velhos. Está muito em jogo para os mais velhos e para as mulheres. Eles sabem que podem contar com o PS e sabem que, com o PSD, recuaram sempre. Connosco, avançam", afirmou, voltando a apelar à concentração do voto no PS "para derrotar a direita".
"Só se derrota a AD de uma maneira: votando no PS", disse.
Nas últimas eleições legislativas, o PS obteve 51,45% dos votos no Barreiro. Em Setúbal, teve 45,73% dos votos, conquistando 10 dos 19 mandatos em disputa - o PSD obteve três, seguido pela CDU, com dois.
Ana Catarina Mendes afirma que AD entrou em delírio pondo Portas a falar de demissões
A cabeça de lista socialista por Setúbal, Ana Catarina Mendes, acusou hoje a AD de ter "entrado em delírio", pondo Paulo Portas a falar sobre mudanças em governos, ele que foi o ministro da "demissão irrevogável".
Ana Catarina Mendes falava no final de uma arruada no Barreiro, num discurso que antecedeu o do secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, e que se seguiu ao do presidente da Câmara, Frederico Rosa.
Nas suas primeiras palavras, a ministra prestou homenagem ao "vulto da cultura", o realizador de cinema António-Pedro Vasconcelos, que hoje faleceu.
De acordo com Ana Catarina Mendes, nos lados da AD, entrou-se "em delírio" e "a perplexidade é maior quando se ouve Paulo Portas, o ministro da demissão irrevogável" no executivo de Pedro Passos Coelho, "falar sobre demissões".
"Estamos conversados", reagiu, numa alusão ao discurso feito pelo antigo líder do CDS-PP, na terça-feira à noite, sobre as circunstâncias em que ocorreu a demissão de Pedro Nuno Santos das funções de ministro das Infraestruturas e da Habitação, em dezembro de 2022, no terceiro Governo de António Costa.
A ministra Adjunta e dos Assuntos Parlamentares atacou depois outras figuras da AD, que, segundo ela, representam "um regresso ao passado".
"Pasme-se, o retrocesso é tal que Paulo Núncio [dirigente do CDS e candidato pela AD] veio dizer que é preciso um novo referendo ao aborto. Depois de amanhã [na sexta-feira], celebramos o dia da mulher - e é bom que se preste homenagem às mulheres deste país, esperando que não voltem atrás os seus direitos", declarou.
Antes, acusou a AD de ter "entrado em delírio", apresentando figuras como o antigo primeiro-ministro Durão Barroso, que "manifestou orgulho pelos resultados da troika, que trouxe empobrecimento e desemprego".
Ana Catarina Mendes referiu-se ainda a outro ex-primeiro-ministro, o social-democrata Pedro Passos Coelho, por colocar em causa a política de imigração, contrapondo que Portugal "é um país para todos" e que Setúbal "e um distrito que representa a diversidade".