Nuno Melo faz renovação com listas quase decalcadas
Paulo Novais / Lusa

Nuno Melo faz renovação com listas quase decalcadas

Líder centristas mantém os sete vice-presidentes, o secretário-geral e a maioria dos vogais. Ainda assim, diz ter “vários novos nomes”.
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A renovação prometida por Nuno Melo para o segundo mandato na liderança do CDS-PP não impediu que as listas para os órgãos dirigentes do partido, reveladas na manhã de domingo, tenham parecido decalcadas das que trouxeram os centristas de volta à Assembleia da República e ao Governo. Sobretudo na Comissão Política Nacional, na qual se mantiveram os sete vice-presidentes (Álvaro Castello-Branco, Telmo Correia, Paulo Núncio, Ana Clara Birrento, Diogo Moura, João Varandas Fernandes e Maria Luísa Aldim), o secretário-geral Pedro Morais Soares e a porta-voz Isabel Galriça Neto.

Mesmo assim, à chegada ao Pavilhão Cidade de Viseu, antes de a sua direção ser aprovada por 89,3% dos participantes no 31.º Congresso do CDS-PP, com apenas 65 votos em branco e 17 nulos, Nuno Melo argumentou que a Comissão Executiva “tem vários nomes novos”, com “muita renovação e muitas mulheres” entre os dirigentes de um partido que visa dirigir-se a eleitores mais jovens e a novas causas. Certo é que uma maiores novidades, Tomás Amaro Monteiro, que passa a coordenador da Comunicação, é secretário-geral da Juventude Popular, e entre os novos vogais executivos estão Raquel Paradela, tida como forte hipótese para o lugar elegível a que o CDS-PP terá direito na lista da Aliança Democrática ao Parlamento Europeu, e Vasco Becker-Weinberg, que cumpre o resto do mandato do ministro da Defesa Nacional. No entanto, outros dos que se juntam à direção não têm esse perfil, como Fernando Barbosa, coordenador autárquico nacional, tal como foi na liderança de Francisco Rodrigues dos Santos.

Num 31.º Congresso em que a oposição esteve quase ausente do Pavilhão Cidade de Viseu - ainda que, na CNN, Rodrigues dos Santos tenha admitido desfiliar-se e utilizado o termo “clubinho privado de portas fechadas à renovação”, com Melo a responder que “a grande beleza da democracica está na liberdade de opinião” -, a mudança de nomes incidiu ainda no Conselho Nacional (Luís Queiró substitui Pedro Mota Soares) e na entrada de Bruno Bobone e Hélder Amaral enquanto vogais executivos.

Na intervenção final, em que Nuno Melo anunciou a criação de uma comissão para a celebração do 50.º aniversário do 25 de Novembro de 1975, acertada com Luís Montenegro, o ministro da Defesa Nacional recordou que PSD e CDS-PP nunca perderam eleições legislativas quando juntaram forças. E, garantindo que os centristas saberão “estar à altura dos tempos e das circunstâncias”, desferiu mais um ataque ao Chega. Para o líder centrista, nas eleições para o Parlamento Europeu, que se realizam a 9 de junho, o conceito de liberdade está “ameaçado pelo crescimento da extrema-esquerda nostálgica do imperalismo soviético e pela extrema-direita simpatizante, e por vezes aliada, do imperialismo de Putin”. 

QUEM FICA

Nuno Melo - presidente
Álvaro Castello-Branco - vice
Telmo Correia - vice
Paulo Núncio - vice
Ana Clara Birrento - vice
Diogo Moura - vice
João Varandas Fernandes - vice
Maria Luísa Aldim - vice
Pedro Morais Soares - sec.-geral
Isabel Galriça Neto - porta-voz

QUEM SOBE
Catarina Araújo - porta-voz
Durval Tiago Ferreira - porta-voz
Raquel Paradela - vogal executiva

QUEM CHEGA
Tomás Amaro Monteiro - coordenador comunicação
Ricardo Pinheiro Alves - gabinete apoio programático
Bruno Bobone - vogal executivo

QUEM VOLTA
Fernando Barbosa - coordenador autárquico
Hélder Amaral - vogal executivo

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