Luís Montenegro nega "aproximação" do PSD ao Chega
Foi em nome da "normalidade política das instituições" que o líder do PSD deu indicações aos seus deputados para votarem a favor esta tarde na candidatura de um deputado do Chega a vice-presidente da Assembleia da República (a terceira vez que o partido tenta esta eleição).
A explicação foi dada esta tarde, a jornalistas, em Ponta Delgada, pelo próprio presidente do PSD. Luís Montenegro assegurou, porém, que esta indicação de voto "não tem nada a ver com uma aproximação política ao Chega" ou com "afinidade politica". "É apenas - disse - respeito pela normalidade política das instituições."
Segundo afirmou, "a mesa da Assembleia da República sempre foi constituída por um presidente e quatro vice-presidentes representantes das quatro maiores forças políticas". Na atualidade, os quatro maiores partidos são o PS, PSD, Chega e IL e sendo assim são eles que "o povo quis escolher para representar a sua vontade". O PSD, aliás, garantiu ainda Montenegro, estaria disposto a eleger um vice-presidente da AR indicado pela Iniciativa Liberal - só que a IL não apresentou ninguém.
Recordando o passado, disse que o seu partido apoiou candidaturas do PCP, do BE e do CDS, sendo que o BE e PCP "estão nos antípodas do PSD". Agora, afirma, o procedimento é o mesmo, e quem afinal está a falhar é o PS, partido acusado pelo líder do PSD "de não estar a cumprir o que o povo escolheu" ao votar contra a candidatura do Chega.