Moedas anuncia 85 milhões de investimento nos Bairros Municipais de Lisboa

Presidente da Câmara diz que imóveis vazios nos Bairros Municipais são um "flagelo" na cidade.

Carlos Moedas anunciou este sábado um investimento de 85 milhões de euros nos Bairros Municipais da cidade, que se junta aos 40 milhões que já estavam previstos.

Numa intervenção na conferência que assinalou os 30 anos do Programa Especial de Realojamento (PER), o presidente da Câmara Municipal de Lisboa sublinhou que estas verbas contam com o apoio do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR). De acordo com Carlos Moedas, a autarquia tem atualmente "mil habitações em construção", além de outras mil que foram construídas ou reabilitadas ao longo do último ano e que representaram um investimento de 40 milhões de euros na renovação dos Bairros Municipais.

"Estamos realmente a pôr o pé no acelerador", garantiu o autarca social-democrata, que qualificou como um "flagelo" as habitações vazias nos Bairros Municipais da cidade, bem como a falta de construção nos últimos dez anos. De acordo com números da Gebalis, empresa que gere o parque habitacional da autarquia, Lisboa tem atualmente 66 bairros de habitação pública municipal, com cerca de 23 mil fogos e uma população residente estimada em cerca de 64 mil pessoas.

Na sua intervenção, Moedas voltou a defender um maior envolvimento das autarquias no pacote de medidas anunciado por António Costa e disse ter ficado "um bocadinho zangado" pelo facto de as câmaras não terem tido uma palavra a dizer. Moedas fez o contraste com o Programa Especial de Realojamento (PER) que há 30 anos - com Cavaco Silva como primeiro-ministro - definiu o objetivo de realojar os moradores dos bairros de lata nos 28 concelhos das áreas metropolitanas de Lisboa e Porto. No total, o PER terá permitido realojar cerca de 45 mil famílias. "O PER significa uma política pragmática, porque teve exatamente esta capacidade: passou por todas as forças políticas, procurou envolver todos e isso é essencial na política de habitação", referiu Moedas.

Já Isaltino Morais, presidente da Câmara de Oeiras, que foi um dos convidados da conferência que visou assinalar os 30 anos do PER, defendeu também que o programa apresentado pelo Governo "tem de ser revisto" e antecipou que o arrendamento forçado de casas devolutas não vai funcionar: "Os proprietários que entraram em histeria ultimamente, porque disseram que lhes iam ocupar as casas devolutas, fiquem tranquilos, porque aquilo não vai funcionar. Não tem qualquer hipótese".

45 000

Número de famílias que viviam em habitações precárias e foram realojadas ao abrigo do Programa Especial de Realojamento, lançado há 30 anos pelo governo liderado por Cavaco Silva.

com Lusa

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