Marcelo Rebelo de Sousa teceu esta quarta-feira um primeiro comentário ao Orçamento de Estado para 2024, destacando a prudência do mesmo, tendo em conta que não é esperado um aumento das exportações nem um aumento significativo do crescimento económico.."Desde que a economia internacional começou a cair e a deixar de crescer, ficou claro que isso também iria acontecer em Portugal. Na transição do primeiro trimestre para o segundo e a partir daí sabíamos que íamos ficar longe dos números do ano passado. O Orçamento não conta com aumento das exportações nem com o aumento do crescimento, então procura aumentar procura interna, com aumento de funcionários e pensionistas e reformados, para com isso aguentar com um crescimento positivo, podendo de ser mais ou menos dependendo da situação internacional. É a única solução possível", vincou o Presidente da República, que lembrou que "países-chave para as nossas exportações", França e Alemanha, "não esperam crescimento"..Marcelo diz também que "o turismo tem crescido, mas não cresce o que se esperaria" e salienta que, embora haja quem espere e deseja mais do que foi anunciado pelo Governo, "do ponto de vista do Estado, era um risco ir mais longe na injeção". "O Governo preferiu ser cauteloso", vincou..O chefe de Estado salientou ainda o "passo importante" que foi dado na redução da carga fiscal, nomeadamente no que concerne ao IRS. "É a primeira vez que esta governação dá passos tão afoitos", frisou..Por outro lado, Marcelo Rebelo de Sousa criticou o atraso na implementação da direção executiva do SNS. "Há um ano e um mês foi anunciado novo esquema de gestão da SNS. Há um mês foi anunciado que vai arrancar em janeiro de 2024. Houve um compasso de espera de um ano e três ou quatro meses. Numa reforma, é muito tempo", lamentou..Sobre o conflito em Israel, Marcelo Rebelo de Sousa manifestou pesar pela morte de duas jovens luso-israelitas na sequência dos ataques do Hamas e não quis comentar as posições dos diversos partidos portugueses sobre o conflito.."Houve dissonâncias de ponto de vista na Assembleia da República, mas a maioria dos portugueses não deve deixar de condenar o ataque do Hamas numa região do globo muito sensível, próxima da Europa. A nossa posição é que deve haver dois Estados diferentes, e é igual à das Nações Unidas. Esta situação não contribui para a estabilização, contribui para a radicalização. É daqui que nascem as inflações", afirmou o Presidente da República, que rejeita a ideia de que esta guerra possa prejudicar o apoio à Ucrânia.."Não penso que esta guerra prejudique o apoio à Ucrânia. É mais uma instabilidade. Quando há instabilidade, não se negoceia, há confronto", acrescentou.