O incêndio rural na Madeira deflagra há uma semana e a ilha encontra-se sob aviso amarelo.
O incêndio rural na Madeira deflagra há uma semana e a ilha encontra-se sob aviso amarelo.Homem de Gouveia / Lusa

MAI promete “avaliar” urgência de reforço contra incêndios na Madeira

Enquanto PS propõe uma comissão de inquérito para apurar responsabilidades políticas nos incêndios, JPP quer ouvir Miguel Albuquerque no parlamento regional. Chega defende que líder do governo madeirense “já há muito tempo que devia ter ido embora.”
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A ministra da Administração Interna, Margarida Blasco, garantiu esta terça-feira que “o Governo vai avaliar” o pedido de reforço permanente de meios aéreos de combate a incêndios na Madeira, sublinhando que o Executivo vai sentar-se “e estudar o melhor para as populações.” Do outro lado da trincheira, PS quer uma comissão de inquérito na Assembleia Legislativa da Madeira para avaliar as responsabilidades políticas no incêndio rural que lavra na região há uma semana, e o líder do Chega, André Ventura, defendeu que o presidente do Governo Regional, “Miguel Albuquerque, já há muito tempo que devia ter ido embora, e talvez o desastre da gestão dos fogos seja um bom motivo para se ir embora.”

“Tudo o que seja para melhorar as condições dos madeirenses, nós podemos fazer. Tudo aquilo que o Governo Regional entenda que necessita do Governo Central, nós vamos sentar-nos e estudar o melhor para as populações”, prometeu Margarida Blasco.

Depois, evitando responder à polémica sobre a afinação do tempo do pedido de meios por parte do Governo Regional, a governante acrescentou quer “neste momento será cedo para fazer a avaliação. Tudo tem de ser avaliado. O fogo ainda está a lavrar, nós ainda temos de acabar este fogo o mais depressa possível, assim o deixem as condições climatéricas.”

“Neste momento, não posso responder, temos de ajudar primeiro as pessoas”, explicou, sublinhando que “os reforços foram quando foi possível irem, quando foi necessário responder ao aumento dos fogos”.

De acordo com o líder do PS Madeira, Paulo Cafôfo, “é fundamental para analisar as decisões políticas, as medidas tomadas, em que tempo foram tomadas e por quem foram tomadas” a constituição de uma comissão de inquérito no Parlamento Regional. O também líder da bancada socialista, o maior partido da oposição madeirense, afirmou ainda que  “importa questionar a ausência do presidente do Governo [Regional] e do secretário regional com a tutela da Proteção Civil nos quatro primeiros dias de incêndio” e “importa avaliar a robustez dos meios utilizados, apurar a recusa da ajuda atempada oferecida pelo Governo da República.”

Por parte do Juntos Pelo Povo (JPP), o terceiro maior partido no Parlamento madeirense, a reivindicação não é muito diferente. O líder parlamentar do partido, Élvio Sousa, confirmou que o partido quer ouvir na Assembleia Legislativa Regional Miguel Albuquerque e o secretário regional da Saúde e Proteção Civil, Pedro Ramos, que considera terem “de ser responsabilizados” politicamente e “pelo elevado grau de negligência, pelo desnorte patenteado e pela ausência de decisões atempadas, que colocaram em sério risco a vida de populações e animais.”

Em conferência de imprensa na sede nacional do Chega, André Ventura responsabilizou Miguel Albuquerque pelo “desastre da gestão dos fogos.”
“É uma situação preocupante”, apontou, afirmando que “os responsáveis infelizmente estão no Governo Regional, que parece ter olhado para o lado mais uma vez em relação ao pedido de ajuda, em relação à prevenção e em relação aos meios.” Para o líder do Chega, ainda que sem “100%” de certeza, “tudo indica que houve negligência da parte do Governo Regional na solicitação e na aceitação de apoios por parte da República de combate aos fogos e agora é a tragédia a que estamos a assistir”, concluiu. Com Lusa

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