Luís Montenegro "solidário" com o ministro da Economia, "triturado" pela máquina do PS
No jantar de encerramento do 1.º Encontro Interparlamentar do PSD nos Açores, esta quinta-feira, em Ponta Delgada, Luís Montenegro, fez uma crítica dura ao funcionamento do Governo. "Temos um Governo da República de um só partido, com maioria absoluta, que anda todos os dias à pancada". O líder social-democrata contraponha a "capacidade agregadora do presidente do governo regional dos Açores, que tem conseguido o encontro de cinco partidos".
Luís Montenegro voltou a estabelecer um paralelo entre os dois governos ao relembrar que o dos Açores, liderado pelo social-democrata José Manuel Bolieiro, tem uma marca de política de fiscal. "Com coragem, com firmeza, mas também com sentido de responsabilidade, encetou um processo de alívio fiscal das pessoas, das famílias, das empresas e também do consumo", disse. O que, afirmou permite ter uma política social, aumentar o rendimento das famílias e favorecer o investimento,
Depois, passou a novo ataque ao Executivo de António Costa. "Estou estupefacto como o Governo tem gerido esse dossiê da fiscalidade", frisou. Luís Montenegro recordou que o ministro da Economia, António Costa Silva, veio esta semana defender uma redução transversal do IRC para as empresas, tendo sido contrariado publicamente pelo titular das Finanças, por dois secretários de Estado e pelo líder parlamentar socialista. "Diria que concordamos com o princípio enunciado pelo ministro da Economia. Não nos conhecemos, mas quero daqui dar-lhe uma palavra de solidariedade na substância, mas também na forma., porque sendo um independente está a ser triturado pela máquina do PS".
O presidente social-democrata recordou ainda os casos de desacerto da TAP e dos incêndios, para sentenciar: "Parece que basta ter maioria absoluta para ter condições de governabilidade, mas não basta. É preciso ter liderança!"
O corte nas pensões de "mil milhões de euros" voltou a ser outro dos pontos de confronto com o Executivo de António Costa, a quem acusou de não ter coragem de dizer ao país o que estava a fazer. "Não merece a confiança que o povo lhe conferiu. É a confusão e a dissimulação por outro lado", afirmou Montenegro.
O líder do PSD/Açores e presidente do governo regional, o anfitrião do jantar, voltou a exigir ao presidente do partido que os Açores tenham um candidato em lugar elegível nas próximas eleições europeias. José Manuel Bolieiro pediu igualmente que Portugal se empenhe em dar dimensão ao arquipélago na União Europeia.