Lisboa. Mudam todos, menos Fernando Medina e João Ferreira
Até ao momento só há três cabeças de lista anunciados à câmara da capital: Carlos Moedas, Beatriz Gomes Dias e Nuno Graciano. Todos estreias nesta corrida autárquica.
Há quatro anos havia na corrida à presidência da Câmara de Lisboa cabeças de lista que se eclipsaram do universo político. Só Fernando Medina, que é recandidato pelo PS, e João Ferreira, o eurodeputado e ex-candidato presidencial que tudo aponta para o volte a ser pela CDU, são os resistentes.
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Fernando Medina, presidente da Câmara de Lisboa
© Orlando Almeida/Global Imagens
Mais uma novidade. O PSD e o CDS voltam a andar de braço dado na capital nestas autárquicas, quando em 2017 e apesar de terem uma coligação de governo, decidiram apresentar candidatos diferentes e só os centristas saíram dessa eleição beneficiados. A então líder do partido, Assunção Cristas resolveu dar o corpo às balas e saiu vitoriosa em segundo lugar, com 20,59% dos votos, logo a seguir a Fernando Medina, que com 42% dos votos não conseguiu a maioria absoluta. Pelo PSD avançou a então deputada Teresa Leal Coelho, que não conseguiu passar dos 11,22%, um resultado que contribuiu muito para a queda de Pedro Passos Coelho da liderança do partido.
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Carlos Moedas é o candidato do PSD/CDS e mais pequenos partidos à Câmara de Lisboa
© Manuel Almeida/Lusa
Agora PSD e CDS, e mais uns pequenos partidos, apostam todas as fichas em Carlos Moedas para tentar tirar a câmara da mão dos socialistas. O antigo comissário europeu foi dos primeiros a assumir a candidatura à autarquia, no final de fevereiro, e o que o principal adversário, Fernando Medina, ainda não o fez. Sendo que quem está no poder autárquico não tem necessidade de se antecipar porque está todos os dias no terreno.
BE aposta em ativista
O Bloco de Esquerda foi o último partido a apresentar a sua cabeça de lista na capital, Beatriz Gomes Dias, a deputada bloquista que tem sido responsável na Assembleia da República pelas áreas de combate ao racismo, defesa dos direitos dos migrantes e pela área da cultura.

Beatriz Gomes Dias é a candidata do BE a Lisboa
© Orlando Almeida/Global Imagens
Ou seja, o BE volta a entrar na corrida a solo em Lisboa, sem se coligar com o PS e depois de uma má experiência com o cabeça de lista que escolheu em 2017, no caso Ricardo Robles. Isto porque em julho de 2018, o então vereador bloquista renunciou ao mandato na sequência do polémico caso da venda de um prédio em Alfama de que era proprietário para criação de apartamentos de alojamento local.
Agora o BE aposta em Beatriz Gomes Dias para igualar ou superar os 7,14% de Robles, ela que foi candidata a deputada pelo círculo de Lisboa, tendo sido eleita nas legislativas de 2019. A sua atividade política começou nas juntas de freguesia dos Anjos e Arroios e passou pela Assembleia Municipal de Lisboa, onde foi deputada.
Chega escolhe apresentador
O partido de André Ventura põe na corrida um comunicador. Nuno Graciano, protagonista de diversos programas de entretenimento da TVI, SIC e CMTV, vai ser o "rosto" do Chega nas eleições autárquicas de outubro em Lisboa.

Nuno Graciano é o candidato do Chega a Lisboa
© Lionel Baltieiro/Global Imagens
Os dirigentes da força política nacionalista defendem que a personalidade escolhida é conhecida "dos portugueses como um lutador e um homem de convicções, sem qualquer vestígio de politicamente correto, representando, desta forma, aquele que é o espírito do partido". Esta é a primeira vez que o Chega se aventura nas eleições autárquicas e em Lisboa tem um capital conseguido por André Ventura nas últimas eleições presidenciais, já que conseguiu 11,78% dos votos.
Cinco dias após ser anunciado, em plena Praça do Município, como cabeça de lista do Iniciativa Liberal, Miguel Quintas retirou-se da candidatura por "motivos pessoais". Isto depois do IL não ter chegado a acordo com Carlos Moedas para entrar na coligação de centro-direita que o social-democrata gostaria de o ter a suportar.

João Cotrim Figueiredo é o líder do IL
© Leonardo Negrão/Global Imagens
Mesmo com perante o desaire, João Cotrim Figueiredo garantiu que os liberais terão um candidato em nome próprio à principal câmara do país, só não se sabe ainda quem será.
Volt estreia-se com Tiago Matos Gomes
Seis meses depois de fazer o primeiro congresso, o recém-nascido Volt vai às suas primeiras eleições - com o presidente, Tiago Matos Gomes, à espera de luz verde do Volt para avançar por Lisboa. O candidato do partido pan-europeu declarou na semana passada concorrer em nome de uma cidade mais humanizada, verde, cuidada e cujos cidadãos participem na decisão.
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