Lisboa. Concelhia socialista vai a votos a 7 de julho e Marta Temido é candidata
Começou como número dois da concelhia socialista, assumiu a liderança após a saída de Davide Amado e avança agora para novas eleições como cabeça-de-lista: ex-ministra Marta Temido faz caminho em Lisboa e ganha balanço para as autárquicas de 2025.
A concelhia do PS de Lisboa vai a eleições a 7 de julho próximo e Marta Temido - que é, atualmente, presidente interina desta estrutura - será candidata à liderança. É mais um passo da antiga ministra da Saúde nas estruturas locais dos socialistas na capital, onde vai ganhando peso como potencial candidata às eleições autárquicas de 2025. Um cenário que a própria, há alguns meses, não fechou: "Pode acontecer".
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A data das eleições foi aprovada na última terça-feira pelo secretariado da Federação da Área Urbana de Lisboa (FAUL) do PS. Estatutariamente, a demissão do anterior líder da concelhia, Davide Amado, não obrigava a convocar eleições, mas Marta Temido não quis assumir de forma permanente a liderança da concelhia sem a legitimidade de um ato eleitoral. Com as eleições já marcadas, no PS Lisboa não se antecipa uma candidatura concorrente.
Com um mandato de dois anos, a próxima direção concelhia será responsável pelo processo autárquico na capital. E, embora a escolha do candidato a Lisboa seja uma prerrogativa da direção do partido - o mesmo é dizer do secretário-geral, António Costa - as estruturas locais não deixam de ter uma palavra a dizer.
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Marta Temido é presidente interina da concelhia de Lisboa desde fevereiro deste ano, quando Davide Amado apresentou a demissão do cargo, depois de ter sido noticiado que está acusado pelo Ministério Público de participação económica em negócio e abuso de poder. O também presidente da Junta de Freguesia de Alcântara saiu "sem qualquer admissão de culpa", para impedir que a situação "se transforme num ataque ao PS". Na sequência, Temido - que era número dois da lista de Davide Amado - assumiu a liderança da estrutura e, de acordo com fontes socialistas ao DN, tem mantido desde então uma postura muito ativa, quer na concelhia propriamente dita, quer nas questões mais relacionadas com a autarquia. Tarefas em que se tem revelado "muito empenhada", e que tem desempenhado "notoriamente com gosto", diz ao DN um membro do PS Lisboa, não sem sublinhar que "ainda é cedo e há muita coisa por definir".
No PS é voz corrente que é prematuro definir nomes de candidatos às próximas eleições autárquicas e que avançar demasiado cedo seria dar trunfos ao atual presidente do município, o social-democrata Carlos Moedas. Os socialistas da capital querem avançar primeiro com um quadro de temas prioritários e propostas para a cidade e só depois escolher o nome que vai dar rosto à candidatura. Mas, estando ainda no início do caminho, Marta Temido começa a surgir como a hipótese mais forte para desafiar Moedas em 2025.
Em favor da agora deputada está o facto de se tratar de uma figura nacional, que ganhou uma enorme notoriedade enquanto ministra da Saúde durante os anos da pandemia, e a quem são reconhecidas qualidades políticas para se abalançar à maior câmara do país. Mas, se estes são trunfos apontados a Temido numa eleição autárquica, antes disso há um caminho a percorrer junto do aparelho partidário socialista. Para mais tratando-se de uma militante recente - a ex-ministra recebeu o cartão socialista há dois anos, no palco do congresso de Portimão, das mãos do primeiro-ministro e líder do PS.
Há um outro dado que corre a favor de Marta Temido. Um dos nomes mais falados entre os socialistas de Lisboa é o de Duarte Cordeiro, atual ministro do Ambiente, líder da FAUL, e que foi vice-presidente da autarquia ao tempo de Fernando Medina. Um nome que, a avançar, teria a bênção das estruturas do partido - mas, a esta altura, este é um cenário apontado como muito improvável entre os socialistas da capital, e que não estará nas equações do ministro.
susete.francisco@dn.pt
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