João Oliveira considera que “não faz diferença” ter um português no Conselho Europeu
Reinaldo Rodrigues/Global Imagens

João Oliveira considera que “não faz diferença” ter um português no Conselho Europeu

O eurodeputado eleito pela CDU critica todas as famílias políticas com poder para decidir as futuras lideranças na União Europeia. “Ninguém poderá sacudir a água do capote", diz.
Publicado a
Atualizado a

O eurodeputado eleito do Partido Comunista, João Oliveira, criticou esta terça-feira o processo de nomeação dos cargos de topo em Bruxelas. O eleito pelo Partido Comunista lamenta que quem vier a ser escolhido pelas principais famílias políticas fique “comprometido” com a agenda neoliberal.

“A escolha destes lugares é feita em função deste consenso que junta liberais, PPE e socialistas nessas políticas da União Europeia que têm servido os grandes interesses, mas têm prejudicado os povos”, apontou.

“Não estranho por isso que essa repartição de lugares e de representação nas instituições europeias seja feita em função desses arranjos, dessas famílias políticas”, afirmou, considerando que “não faz diferença” ter um português no Conselho Europeu e lembra Durão Barroso, que era presidente da Comissão durante o período da troika.

“Não me parece que tenha sido o facto de as ordens da Comissão Europeia chegarem em português a Portugal, sem precisarem de ser traduzidas, que amenizou o empobrecimento a que os portugueses foram forçados nessa altura”, criticou, ressalvando que não se tratava de uma comparação entre Barroso e Costa.

“Não estou naturalmente com isto a dizer que António Costa é igual a Durão Barroso, mas convenhamos que não é propriamente a nacionalidade do protagonista que altera a natureza das políticas quando elas são contra os interesses do povo”, vincou.

João Oliveira lamenta que a União Europeia mantenha o rumo neoliberal, independentemente dos protagonistas, e critica todas as famílias políticas com poder para decidir as futuras lideranças na União Europeia.

“Ninguém poderá sacudir a água do capote. Essa é verdadeiramente a questão que fica clarificada e que este solavanco de ontem não vem perturbar, porque certamente será neste quadro que se encontrarão essas soluções”, afirmou.

“Ninguém pode esperar que desses arranjos, em relação à escolha dos principais protagonistas das instituições europeias, possam vir soluções diferentes daquelas que temos tido até hoje, porque elas são feitas, construídas exatamente na mesma base, das mesmas opções políticas e das mesmas orientações que não servem os povos e, portanto, continuarão a não servir os povos”, lamentou o eurodeputado eleito pelo PCP.

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt