Jerónimo de Sousa: "João Ferreira é potencial candidato a Lisboa"

Autárquicas PCP apresenta candidatura à capital "em poucas semanas" e não será "a força de apoio do PS", avança o secretário-geral do partido.

As autárquicas serão um dos momentos altos da política este ano... Vários partidos têm de fazer prova de vida, um deles é o PCP. Nas últimas eleições locais, o partido liderado pelo secretário-geral Jerónimo de Sousa perdeu uma dezena de autarquias. Passou de 34 para 24. Lisboa é um dos palcos mais importantes para fazer essa prova, nos vários quadrantes políticos. O PSD já avançou a candidatura de Carlos Moedas e, ao que tudo indica, com o apoio de uma grande coligação de direita, motivo para perguntar a Jerónimo de Sousa se esse movimento vai implicar alguma mudança na estratégia do PCP? Se vai ter um candidato próprio ou se admite integrar uma coligação de apoio ao candidato socialista? O líder do PCP - em entrevista ao DN e à TSF, publicada na íntegra no próximo domingo - descarta coligação com os socialistas. "As conjunturas, muitas vezes, determinam as soluções", mas "neste quadro, nada leva a que alteremos o objetivo de concorrer, seja em Lisboa, seja no resto do país".

Em 2017 o PCP apresentou o candidato João Ferreira. Questionado se é uma candidatura irrepetível, tendo em conta que Ferreira foi candidato nas presidenciais, o secretário-geral afirma que "pela sua profunda ligação a Lisboa, pelos conhecimentos da rede, pelo contributo que deu mesmo neste mandato, continua a ser um potencial candidato à Câmara Municipal de Lisboa. Como digo, não está definido, eu estou quase a transmitir uma opinião pessoal, tendo em conta o trabalho que realizou, num quadro muito exigente, tendo em conta que também era deputado no Parlamento Europeu. Mas a obra, o trabalho, a intervenção, as propostas que fez ao serviço neste Concelho de Lisboa dá-nos esta garantia". Sobre a data em que será anunciado, avança que "pode ser no espaço de poucas semanas".

À pergunta se o resultado das autárquicas é um teste decisivo para o PCP e se um eventual resultado negativo, como o que aconteceu em 2017, pode ser a prova de que a estratégia de aproximação ao PS desagrada ao eleitorado comunista?, Jerónimo responde que "em cima da mesa nunca esteve colocado o problema de participarmos nesta batalha a pensar no PS ou a pensar no governo do PS. É uma questão autónoma. Portanto, o poder local, democrático, tem para nós uma importância acrescida, tendo em conta a ligação às populações e não estamos a pensar no futuro do governo e da política do governo. Portanto, mantemos a nossa a posição". Mais: "Não seremos força de apoio do PS. Também não dissociamos da necessidade do combate ao PSD e CDS, aos seus sucedâneos reacionários. Temos uma proposta própria. Temos um projeto que está longe de ser concretizado e que o PS não tem capacidade de concretizar face ao seu amarramento às políticas de direita."

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