Insegurança. Presidente da câmara do Funchal quer o Exército nas ruas

Pedro Calado, do PSD, queixa-se de "falta de policiamento" da PSP nas ruas da sua cidade. E pede também poderes para decidir.

Alarmado com o aumento de fenómenos de insegurança na sua cidade, muito associados a problemas de pobreza e toxicodependência, o presidente da Câmara Municipal do Funchal, Pedro Calado, do PSD, defende que as ruas da cidade passem a ser patrulhadas pelo Exército e/ou pela GNR.

Há dias, numa ação de sensibilização sobre os perigos da droga que decorreu na Escola EB PE Brazão de Castro, no Galeão, em São Roque, o autarca, citado pelo Jornal da Madeira (JM), falou do "encerramento de casas abandonadas e ruas que constituem perigo para a população".

"Basta passar nas ruas do Funchal, a qualquer hora do dia ou à noite, e desafio qualquer pessoa, eu próprio faço essa ronda muitas vezes, a encontrar um polícia. Encontra um à frente do Banco de Portugal mas é o único

E defendeu que "que se permita a outras entidades, nomeadamente as forças militares do Exército e a GNR fazer este trabalho de acompanhamento e de fiscalização nas ruas do Funchal, porque "sabemos que esta intervenção já é dissuasor da presença de muitas destas pessoas na rua".

"Se não há agentes nem há capacidade de fornecer esses agentes aos municípios, então que se permitam que outras entidades possam fazer esse patrulhamento na rua. Temos o Exército, temos a GNR, temos outras entidades militares que podem fazer esse patrulhamento."

Mais tarde explicaria aos jornalistas: "Basta passar nas ruas do Funchal, a qualquer hora do dia ou à noite, e desafio qualquer pessoa, eu próprio faço essa ronda muitas vezes, a encontrar um polícia. Encontra um à frente do Banco de Portugal mas é o único. Há polícias para eventos mas são serviços que são pagos, remunerados, mas há efetivamente uma falta de policiamento. Há que encontrar soluções. Se não há agentes nem há capacidade de fornecer esses agentes aos municípios, então que se permitam que outras entidades possam fazer esse patrulhamento na rua. Temos o Exército, temos a GNR, temos outras entidades militares que podem fazer esse patrulhamento. E esse patrulhamento é dissuasor da presença de muitas dessas pessoas nas ruas".

Para Pedro Calado, seria necessário agora que o Estado descentralizasse competências para a autarquia de modo a que esta pudesse resolver o problema pelos seus próprios meios.

Falando ao DN, o líder da oposição regional, Sérgio Gonçalves, presidente do PS/Madeira, considerou a ideia "um absurdo" porque "não vivemos em estado de sítio ou numa ditadura militar".

Segundo acrescentou, enquanto o PS tentou, enquanto liderou a câmara do Funchal (2013-2021) criar uma Polícia Municipal. Só que, assegurou, esse esforço resultou sempre em vão porque a maioria PSD na Assembleia Municipal chumbava as propostas.

Para Sérgio Gonçalves, criar uma Polícia Municipal é a solução de curto prazo. No entanto, há razões estruturais assentes no modelo económico da Região Autónoma, modelo assente no turismo e que, sobretudo na pandemia, sublinhou elevados riscos de pobreza.

joao.p.henriques@dn.pt

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