IL acusa Governo de "fazer igual ao PS" na redução do IRS e Bloco fala em embuste
LUSA/ANTÓNIO COTRIM

IL acusa Governo de "fazer igual ao PS" na redução do IRS e Bloco fala em embuste

Miranda Sarmento clarificou que os 1500 milhões de euros de alívio no IRS referidos pelo primeiro-ministro no início do debate do programa do Governo, na quinta-feira, não vão somar-se aos cerca de 1300 milhões de euros de redução do IRS inscritos no Orçamento do Estado para 2024 e já em vigor.
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A IL acusou este sábado o PSD de "fazer igual ao PS e não baixar o IRS", considerando uma vergonha que a redução do imposto ronde afinal os 200 milhões de euros, enquanto o BE fala num embuste.

"Vergonha: PSD faz igual ao PS e não baixa o IRS. O choque fiscal prometido é mentira", lê-se numa publicação na página oficial da Iniciativa Liberal (IL) na rede social X (antigo Twitter).

Nesta mensagem, a IL defende que é "o único partido em quem os portugueses podem confiar para baixar o IRS" e o único "que faz as questões certas", salientando que, no debate do programa do Governo, no parlamento, tinham questionado o primeiro-ministro sobre o assunto.

"Montenegro faz praticamente igual a António Costa. A IL nunca poderia integrar um Governo que não tem vontade de baixar o IRS aos portugueses, continuando a extração fiscal brutal do PS. Com a IL, o IRS baixaria a sério e os salários aumentariam de forma significativa imediatamente", lê-se.

Mais tarde, Rui Rocha, líder do partido, defendeu que o "estado de graça do Governo" acabou, considerando que choque fiscal prometido é apenas "um retoque" e acusou o PSD de começar a ter "problemas de transparência e decência".

"Acabou o estado de graça [do Governo] ao fim de 48 horas porque de alguma maneira aquilo que tivemos agora é o Governo, o PSD, a tentar não ser claro relativamente a esta matéria", afirmou à margem de um evento com liberais europeus dedicado às eleições europeias, no distrito do Porto.

Segundo Rui Rocha, que salientou que desde agosto de 2023 que a IL vinha a apontar que o objetivo do PSD em matérias fiscais "era muito pouco", considerou que o que o programa de Governo prometeu, e que já tinha sido prometido na campanha eleitoral, "não é um choque fiscal, é um retoque fiscal".

Também à margem do mesmo evento, o cabeça de lista da IL às eleições europeias, e também antecessor de Rui Rocha da liderança do partido, considerou que o Governo de Luis Montenegro não só deve explicações ao país como já revela problemas.

"Há problemas de essência, transparência e eu diria que hoje já começa a haver problemas de decência", disse Cotrim de Figueiredo.

Para o candidato ao Parlamento Europeu, "a essência do PSD não é suficientemente reformista numa serie de matérias e também de matérias fiscais, (...) transparência porque quando se deixa criar a ilusão de que os 1.500 milhões de euros são a mais do que já estava previsto, está-se a induzir as pessoas em erro, também não pode passar em claro e a IL não deixou passar em claro".

Por sua vez, a coordenadora do BE, Mariana Mortágua, também reagiu na rede social X às declarações do ministro das Finanças, que clarificou que os 1.500 milhões de euros de redução do IRS que tinham sido anunciados por Luís Montenegro afinal representam cerca de 200 milhões.

"A descida do IRS é afinal um embuste. A única promessa que não era a brincar é a redução do IRC sobre os lucros das grandes empresas. Ao fim de uma semana, a imprensa já pede desculpa aos leitores por ter acreditado em Montenegro", lê-se numa publicação de Mariana Mortágua.

Já na sexta-feira, em declarações à Lusa, Pedro Nuno Santos havia acusado o Governo de estar a enganar os portugueses com o "embuste e fraude" que representa o alívio fiscal afinal rondar 200 milhões de euros, pedindo explicações ao primeiro-ministro.

Pedro Nuno Santos criticou o facto de o ministro das Finanças ter clarificado que os 1.500 milhões de euros de redução do IRS que tinham sido anunciados pelo primeiro-ministro, Luís Montenegro, afinal representarem cerca de 200 milhões de euros, uma vez que não se vão somar aos mais de 1.300 milhões de euros de alívio fiscal inscritos no Orçamento do Estado para 2024 e já em vigor.

Miranda Sarmento clarificou assim que os 1.500 milhões de euros de alívio no IRS referidos pelo primeiro-ministro esta quinta-feira, no início do debate do programa do Governo, não vão somar-se aos cerca de 1.300 milhões de euros de redução do IRS inscritos no Orçamento do Estado para 2024 e já em vigor.

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