Há um terceiro candidato à liderança do PS: Daniel Adrião
Daniel Adrião é o terceiro candidato à liderança do PS, juntando-se assim ao ex-ministro Pedro Nuno Santos e ao atual responsável pela pasta da Administração Interna, José Luís Carneiro. A notícia foi avançada esta sexta-feira pela TSF e confirmada junto do próprio pelo DN.
Em causa estará a vontade de "introduzir um conjunto de temática que nunca estariam no debate" entre os candidatos já conhecidos, José Luís Carneiro e Pedro Nuno Santos, afirmou ao DN. Nomeadamente a reforma da Lei Eleitoral, que tem sido uma das prioridades políticas de Daniel Adrião, muito crítico da "aberração" de Portugal não prever voto preferencial ou nominal, ao contrário de 25 dos 27 países da União Europeia.
Para o militante socialista que foi o rosto da oposição à liderança de António Costa, a existência de listas fechadas de deputados e de vereadores leva a que se tenha de "passar um cheque em branco ao líder e diretórios eleitorais".
É a quarta vez que Daniel Adrião entra na corrida para ser secretário-geral dos socialistas, depois de o ter feito em 2016, 2018 e 2021.
Crítico de António Costa, o socialista não vê qualquer "ambição reformista" em Pedro Nuno Santos e em José Luís Carneiro, os dois candidatos conhecidos até agora que, segundo Adrião, são "herdeiros do 'costismo'".
Considera que são ambos "candidatos de continuidade".
"São ambos herdeiros do 'costismo' e é preciso cortar com isso. É preciso que o futuro do PS se construa com novos protagonistas", defendeu em declarações à Lusa.
O dirigente socialista, que na última reunião da Comissão Nacional defendeu que o PS deveria apresentar o atual governador do Banco de Portugal, Mário Centeno, como candidato do partido a primeiro-ministro nas próximas eleições, mostrou-se preocupado com os "danos reputacionais" que está crise está a gerar no partido e no sistema democrático português.
Segundo a TSF, na última reunião da comissão política, dois dias após a demissão do primeiro-ministro, Daniel Adrião assumiu: "Bom, se calhar o Mário Centeno é mesmo o melhor candidato a primeiro-ministro que o PS pode apresentar ao país no sentido de ganhar as eleições do próximo dia 10 de março".
Aliás, Centeno foi o nome proposto por António Costa a Marcelo Rebelo de Sousa para ser o novo primeiro-ministro da maioria socialista.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, marcou eleições antecipadas para 10 de março, na sequência da crise política desencadeada pela demissão de António Costa, devido à operação Influencer, que investiga negócios do hidrogénio, lítio e o centro de dados de Sines.
Adrião, que tem liderado a oposição interna a Costa, uma minoria, vai apresentar a candidatura no sábado, durante a reunião da Comissão Nacional do PS, que vai definir o novo calendário interno. A direção do PS propõe eleições diretas a 15 e 16 de dezembro deste ano e congresso nacional para eleger os restantes órgãos a 6 e 7 de janeiro.
O terceiro candidato à liderança do PS é membro da Comissão Nacional e da Comissão Política Nacional, desde 2016.
Foi consultor de comunicação e jornalista do jornal Semanário e nos últimos anos tem-se dedicado startup "Educanology", segundo a TSF.