Guerra na Ucrânia aquece debate sobre as europeias entre CDU e IL

Guerra na Ucrânia aquece debate sobre as europeias entre CDU e IL

Quarto debate televisivo sobre as eleições europeias junta João Oliveira (CDU), Pedro Fidalgo Marques (PAN), António Tânger Correia (CH) e João Cotrim de Figueiredo (IL).
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Sobre a desinformação, o PAN defendeu a necessidade de investir em tecnologia, como a inteligência artificial, para "travar toda esta desinformação, muita dela criada pela extrema-direita". 

"Tem de haver linhas vermelhas", disse Pedro Fidalgo Marques, referindo-se aos discursos de ódio.

Para o candidato do Chega, "o que estamos a ver neste momento é que as minorias estão a tomar conta do discurso político e da narrativa social, e isso não podemos aceitar. Não podemos aceitar as ideologias de género, porque achamos que vai contra o direito das maiorias".

"Respeitamos as minorias, desde que sejam minorias. As minorias a estarem a impor tudo às maiorias (...) isso é que não", disse Tânger Corrêa.     

Para o candidato liberal, o problema da desinformação "é sério". "Devemos apostar no discurso aberto, no fact checking e na tecnologia", defendeu Cotrim Figueiredo, que avisa que não se deve correr o risco de limitar a expressão às pessoas.

Já o candidato comunista considerou que a desinformação combate-se com "o aprofundar da democracia", rejeitando mecanismos de censura.

João Oliveira criticou o Chega por tentar "condicionar a liberdade de expressão" com os discursos de ódio e discriminação. 

A questão da defesa também esteve em debate. Portugal é um "país vulnerável", disse o candidato de Chega, Tânger Corrêa, que defendeu uma maior capacidade do país nesta questão, reativando, por exemplo, a indústria da Defesa nacional.

Cabeça de lista da CDU defendeu que se deve dar prioridade à paz e não à corrida ao armamento. João Oliveira criticou as declarações de Gouveia e Melo, chefe de Estado-Maior da Armada, ao DN que, segundo disse o candidato, "apontou à nossa juventude um futuro de ir morrer sabe-se lá onde em nome das guerras da NATO" .

"Recusamos esse caminho", disse João Oliveira. "Os votos dos deputados CDU servirão para combater esse caminho, de militarização da UE, da corrida ao armamento, servirão para garantir a paz na Ucrânia, na Palestina", disse o candidato comunista. 

"Se fosses ucraniano como combatias?", questionou o cabeça de lista da IL. "Se queres a paz, prepara-te para a guerra", disse Cotrim Figueiredo, num momento quente do debate. 

Candidato do PAN defendeu uma política integrada também nesta matéria da Defesa. 

"Enquanto houver tiranos, imperialistas (...), o mundo democrático e livre tem a obrigação de se defender. Não sei se é isso que o PC quer, não sei se a sua amizade a Putin vai tão longe, não sei se a amizade dos amigos do Chega vai tão longe", afirmou Cotrim Figueiredo. "Não seja ofensivo", pediu o candidato da CDU.

"Eu acredito tanto nos planos da Rússia para controlar a Europa como acreditei nas armas de destruição maciça do Iraque", disse João Oliveira, da CDU, defendendo uma solução de paz para a Ucrânia e a Palestina.

Candidato do Chega assumiu o compromisso de não alinhar em políticas contra a Ucrânia. "Podem contar com o Chega para defender a Ucrânia", assegurou Tânger Corrêa.    

João Cotrim Figueiredo, da IL, falou na necessidade de dar mais "oportunidades às pessoas" para que o seu saber seja colocado à disposição da União Europeia.

"Somos contra o reforço das normas orçamentais controladas pela comissão" europeia, disse o candidato do Chega, rejeitando ser antieuropeísta. 

Ainda sobre as regras orçamentais, o candidato do PAN defende "uma política de investimento" e não regras de austeridade.

A competitividade da União Europeia, face a outros mercados, e o crescimento económico marca o arranque do debate a quatro para as europeias. "A Europa está a ficar para trás", avisou Cotrim Figueiredo, candidato da IL.

"Deixámos de ter a paz assegurada, deixámos de ter as liberdades suficientemente asseguradas e deixámos de ser prósperos", lamentou o cabeça de lista liberal.  

Já o candidato do Chega, António Tânger Corrêa, afirmou: "Não é por haver mais integração europeia que a Europa vai ser mais competitiva".

Cabeça de lista da CDU defende a criação de um programa de apoio aos setores produtivos nos países. CDU defende que sejam criadas "condições para que cada país possa encontrar as soluções mais adaptadas à sua circunstância para poder desenvolver a sua produção", disse João Oliveira, destacando a reindustrialização.    

Pedro Fidalgo Marques, do PAN, falou na importância da "transição verde", destacando as energias renováveis e criticando os subsídios destinados à indústria dos combustíveis. "O caminho passa sempre por uma maior integração", sublinhou.   

Começa agora o quatro debate televisivo sobre as eleições europeias, marcadas para 9 de junho. 

João Oliveira (CDU), Pedro Fidalgo Marques (PAN), António Tânger Correia (CH) e João Cotrim de Figueiredo (IL) são os protagonistas deste debate a quatro transmitido na SIC e na SIC Notícias.

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