Governo repõe logotipo para não haver “mais mal-estar e confusão”
O Governo de Luís Montenegro voltou a ter no site oficial o logotipo da República Portuguesa no final da tarde desta quarta-feira, depois de ao longo de várias horas ter estado online sem esfera armilar, quinas e castelos. Algo que fonte do Governo descreveu como a “versão iconográfica” do logotipo, otimizada para dispositivos com telas de dimensões mais reduzidas, como os smartphones.
A recolocação do logotipo na sua versão oficial foi decidida, ao que o DN apurou junto do Governo, “para que não se gerasse mais mal-estar e confusão”, admitindo-se que a versão para comunicação digital teve o efeito de “gerar ruído”. Em vez do pretendido, que era promover o site portugal.gov.pt como portal de informação relacionada com atividade governativa.
Logo após a tomada de posse do Governo, o primeiro-ministro Luís Montenegro decidiu voltar à imagem antiga, alterada pelo governo de António Costa - sem esfera armilar, quinas e castelos, numa reformulação gráfica feita pelo designer Eduardo Aires, e que tinha custado cerca de 25 mil euros. De fora ficaram a esfera armilar, as quinas e os castelos.
“Optámos por utilizar a versão do logotipo do Portal do Governo, que inclui o endereço escrito, em vez do logotipo da República, com o objetivo principal de dar destaque e visibilidade ao endereço do portal governamental. Esta escolha pretende facilitar o reconhecimento e a identificação do Portal do Governo, realçando o seu propósito como plataforma oficial de informação do Governo”, disse fonte oficial ao DN na manhã de ontem.
Segundo a mesma fonte, a versão iconográfica é uma adaptação “especialmente otimizada para o ambiente digital e diversos formatos de tela, seja em desktops ou dispositivos móveis”, estando prevista no manual de comunicação que o Conselho de Ministros aprovou.
“Quanto às redes sociais do Governo, adotamos a designação ‘República Portuguesa’ e garantimos a presença do logotipo oficial nas fotos de capa de cada perfil. Desta forma, todas as publicações são acompanhadas pelo logotipo oficial da República”, explica fonte do Executivo, referindo que “esta prática visa reforçar a identidade institucional e a legitimidade das comunicações governamentais, promovendo uma imagem coesa e reconhecível para o público”.
A 2 de dezembro de 2023, Luís Montenegro comprometeu-se, se fosse primeiro-ministro, a deixar de usar o novo símbolo institucional do Governo de António Costa. “No nosso projeto não fazemos sucumbir as nossas referências históricas e identitárias a uma ideia de ser mais sofisticados. Connosco não há disso. Já chega de política de plástico”, disse Montenegro, numa iniciativa do Conselho Estratégico Nacional do PSD.
Ressalvando que teria de estudar melhor os motivos que levaram à mudança para a versão que esteve online no início do dia, o designer Carlos Rosa, diretor do IADE, criticou, em declarações ao DN, a “displicência total em descartar marcas gráficas” a que se assiste em Portugal. “Não podemos trocar de marca gráfica quatro vezes em quatro meses. Estamos a brincar com os símbolos da Nação”, disse.