Líder do PPM foi ao Porto assinar acordo da coligação, mas desde então tem estado ausente.
Líder do PPM foi ao Porto assinar acordo da coligação, mas desde então tem estado ausente.André Rolo / Global Imagens

Gonçalo da Câmara Pereira reserva-se para a campanha oficial

Ausente de eventos da coligação, o líder do PPM nega mal-estar. Mas por agora vai à Madeira, onde o seu partido tem listas próprias.
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Depois de não ter comparecido à apresentação do programa eleitoral da Aliança Democrática (AD), tal como estivera ausente no programa económico e na Convenção “Por Portugal” (que juntou no Estoril cabeças de lista às legislativas e figuras como Paulo Portas), Gonçalo da Câmara Pereira, o presidente do Partido Popular Monárquico (PPM), tem sido comparado a Cacofonix, o “bardo amordaçado” das aventuras de banda desenhada de Astérix, o Gaulês. No entanto, o líder partidário garante ao DN que “não há mal-estar nenhum” e que irá participar na campanha oficial, nas duas semanas antes de 10 de março.

“A coligação tem um líder, que é Luís Montenegro. Se precisar de mim, com certeza que estarei ao lado dele”, disse Gonçalo da Câmara Pereira, que não tem sido visto nos eventos da AD desde a assinatura do acordo de coligação, a 7 de janeiro, no edifício da Alfândega do Porto. Dizendo-se “preocupado com Portugal, que está num caminho que ninguém sabe para onde vai”, o presidente do PPM mantém que “a única hipótese de um governo estável” é com a coligação de centro-direita e está disponível para participar no período oficial de campanha, nomeadamente no círculo de Lisboa, onde é o 19.º da lista da AD, num lugar de eleição muito difícil mas não impossível.

Para já, após ter feito campanha para as eleições regionais dos Açores, onde o PPM também integra a AD, contribuindo para a vitória do social-democrata José Manuel Bolieiro, Câmara Pereira prepara-se para ir à Madeira, ficando “uma ou duas semanas”. É o tempo necessário para montar a campanha dos monárquicos, que nessa região autónoma terão listas próprias nas legislativas de 10 de março, encabeçadas pelo escultor  Paulo Brito. Foi também na Madeira que o PPM obteve os seus únicos 260 votos nas legislativas de 2022, querendo agora melhorar o resultado.

As ausências de Câmara Pereira dos principais eventos de pré-campanha da AD, nos quais têm participado Nuno Melo e Paulo Núncio, presidente e vice-presidente do CDS-PP, o outro parceiro de coligação do PSD, têm sido supridas por figuras do PPM. A Convenção “Por Portugal” teve entre os oradores o secretário regional do Mar e Pescas dos Açores, Humberto Lopes São João, apontado pelos monárquicos, e na apresentação do programa eleitoral da AD foi à Gare Marítima de Alcântara o vice-presidente do PPM, Valdemar Almeida.

Pronto para a campanha oficial, Câmara Pereira diz-se preocupado com o Chega, “um partido que não sabemos o que é e que ideologia tem”, mas não com as críticas da porta-voz do PAN. Na entrevista DN/TSF, Inês de Sousa Real voltou a afastar a hipótese de entendimentos com a AD, por ter um partido liderado por alguém que “acha legítimo bater numa mulher”. O presidente do PPM mantém que no programa televisivo em que proferiu a frase polémica “fazia aquela figura”, rematando: “Só ligo às coisas importantes.”

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