Evitar "precipitações" na Agricultura. Secretaria de Estado fica por ocupar
Substituição de Carla Alves ainda a ser "avaliada" com "toda a calma e ponderação". Ainda ninguém preencheu o novo questionário prévio à integração de novos governantes.
Afinal não deverá ser a pessoa convidada para suceder a Carla Alves na secretaria de Estado da Agricultura a primeira a testar o novo "Questionário prévio à integração de novos membros do Governo". Carla Alves anunciou a demissão no dia 5 deste mês e a sua exoneração, assinada pelo Presidente da República (como o tinha sido a nomeação) só foi publicada no "Diário da República" no dia 13. Entretanto, ninguém para o seu lugar foi nomeado - o lugar ficou vago.
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Ficou até agora e, aparentemente, irá ficar por muito mais tempo. Embora não reconheça que a decisão é de não substituir Carla Alves, a verdade é que no gabinete da ministra da Agricultura, Maria do Céu Antunes, se reconhece que a situação está a ser "avaliada" com "toda a calma e ponderação".
À pergunta sobre se não há pressas, a resposta é: "Não há precipitação." E portanto, segundo é também confirmado, não se chegou ao ponto de convidar alguém para preencher o novo questionário, que o Governo aprovou para evitar a repetição de situações como a que levou à demissão de Carla Alves (o seu marido, o ex-presidente da câmara de Vinhais Américo Pereira, está acusado dos crimes de prevaricação, participação económica em negócio e de corrupção ativa e por isso está arrestada uma conta bancária titulada pelos dois).
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Em 13 de janeiro, falando em Mesão Frio (Vila Real), onde foi visitar locais afetados pelas intempéries, a ministra da Agricultura assegurou que ao convidar Carla Alves para secretária de Estado da Agricultura não sabia de nenhum processo que a envolvesse: "Eu não sabia que houvesse qualquer processo que arrastasse a engenheira Carla Alves para esta situação."
Jamila deixa REN
A secretária de Estado deixou o Governo mas entretanto vão-se sucedendo notícias sobre membros do Governo a braços com inquéritos criminais em curso. O caso, por exemplo, de José Maria Costa, secretário de Estado do Mar, a ser investigado enquanto ex-presidente da câmara de Viana do Castelo.
"Fico muito triste com um país que cultiva, que tem esta cultura da suspeição generalizada, sobre tudo e sobre todos."
Ontem, no Parlamento, o seu ministro, António Costa Silva, titular da pasta da Economia e do Mar, afirmava-se "muito triste" com "esta cultura de suspeição generalizada" que tem tomado conta da política. "Todos os cidadãos podem ser investigados e isso não acolhe nada em termos de qualquer culpabilidade, o secretário de Estado não foi arguido, não foi acusado e, portanto, dá-me todas as condições", afirmou o ministro, respondendo a questões colocadas pelo Chega.
José Mário Costa - prosseguiu - "é uma pessoa extremamente dedicada à causa pública, tem uma vida dedicada à causa pública que explica por si só o seu empenho". "Fico muito triste com um país que cultiva, que tem esta cultura da suspeição generalizada, sobre tudo e sobre todos."
A avalanche de "casos e casinhos" prosseguiu ontem com a notícia de que a deputada do PS Jamila Madeira passou a exercer o mandato parlamentar em exclusividade, deixando o cargo que tinha na REN. Tornou-se assim desnecessário aprovar um parecer da comissão parlamentar de Transparência que dizia que a deputada não podia estar nos dois lados ao mesmo tempo.