Escola de Quadros com “programa forte” e sob efeito do “ressurgimento” do CDS
Uma semana depois da Universidade de Verão do PSD, quase em simultâneo com a Academia Socialista do PS, a Escola de Quadros da Juventude Popular (JP), que abriu nesta noite de quarta-feira, arrancou com “um programa forte” e aumento de procura pelas 80 vagas, o que o líder da organização juvenil do CDS, Francisco Camacho, diz “estar relacionado com o ressurgimento do partido”.
Na 10.ª edição da Escola de Quadros, após duas sem centristas na Assembleia da República, volta a haver governantes, com a social-democrata Graça Carvalho, ministra do Ambiente, a falar nesta tarde sobre “O Caminho Português para a Sustentabilidade”, cabendo ao secretário de Estado da Administração Interna, Telmo Correia, ocupar-se na tarde de sábado de “Novos Desafios à Segurança e Proteção”.
Os 80 participantes que estarão até domingo num hotel de Santa Maria da Feira, prosseguindo a “aposta na descentralização”, poderão ouvir dois antigos presidentes do CDS nesta quinta-feira. Mesmo sem estar fisicamente presente, por se encontrar fora do país, Paulo Portas intervém no jantar-conferência “Preparar as Novas Gerações para o Mundo que aí Vem”, e Manuel Monteiro fala de “Reformas do Sistema Político e o Papel do Chefe de Estado” ao início da tarde, tendo na audiência um filho do fundador da UNITA Jonas Savimbi, que integra a comitiva da JURA - Juventude Unida Revolucionária de Angola, mais uma vez presente na Escola de Quadros.
Na sexta-feira haverá duas sessões a duas vozes, com a eurodeputada Ana Pedro e a ex-deputada Cecília Meireles a discutirem “Portugal competitivo no quadro europeu” à tarde, e Pedro Mota Soares, ex-ministro da Solidariedade, a juntar-se a Francisco Assis no jantar-conferência “Justiça Social: Não Deixar Ninguém para Trás”. Concretizou-se a vinda do eurodeputado do PS (que liderou o Conselho Económico e Social), após tentativas anteriores.
No sábado, no último jantar-conferência da 10.ª edição do evento de formação política, em que 85% dos participantes são filiados na JP e há menos de um quarto de mulheres, o presidente da Câmara da Figueira da Foz, Santana Lopes, antigo primeiro-ministro, visto por Francisco Camacho como “uma personalidade irreverente”, fala sobre “Desafios para Portugal”. Para o responsável pela Escola de Quadros, existe a expectativa de ouvir a “perspetiva de alguém que já teve responsabilidades governativas ao mais alto nível, a um ano das Presidenciais”.
Na noite de quarta-feira, na abertura dos trabalhos da Escola de Quadros, numa mensagem gravada, o Presidente da República optou pelo “otimismo realista” para comunicar que é “especialmente importante o contributo da juventude”. Aludindo ao facto de Francisco Camacho ter sido pai, Marcelo Rebelo de Sousa começou por elogiar a Juventude Popular por, através do presidente, “contribuir para a demografia portuguesa”, dizendo logo de seguida que, entre “desafios de toda a ordem”, incluindo o Orçamento do Estado e a consolidação das contas públicas, ganha relevância o ciclo de mudança que começa a 1 de dezembro na União Europeia.
“É muito importante que seja um ciclo de êxito”, disse o Chefe de Estado, para quem isso pressupõe unidade, manutenção das grandes opções estratégicas e recuperação económica.