Costa, PRR e direito ao aborto. Último debate a quatro mais focado em temas nacionais

Costa, PRR e direito ao aborto. Último debate a quatro mais focado em temas nacionais

Sebastião Bugalho (AD), Marta Temido (PS), Catarina Martins (BE) e Pedro Fidalgo Marques (PAN) protagonizaram o último debate a quatro sobre as eleições europeias, marcadas para 9 de junho.
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Ainda sobre o direito do aborto na carta dos direitos fundamentais da UE, o candidato do PAN falou na necessidade de se garantir os direitos das mulheres europeias. 

"Tem havido um discurso de ódio que não pode passar. Discurso de ódio mata", disse o candidato do PAN, Pedro Fidalgo Marques, referindo-se aos direitos das mulheres, mas também à necessidade de assegurar os direitos das minorias, como as pessoas LGBTQ.

Catarina Martins, do BE, sobre o tema da corrupção disse: "A UE tem a grande maioria dos offshores do mundo, podia dar aqui um exemplo e um passo fundamental".

A candidata do BE aproveitou para falar do Tribunal Internacional de Justiça que exigiu, esta sexta-feira, que Israel pare com as operações em Rafah. "Como seria bom que houvesse alguma consistência quando se fala de valores", disse Catarina Martins, criticando o cinismo na UE no que diz respeito à ofensiva israelita contra a Faixa de Gaza. 

Voltando à corrupção, Marta Temido, do PS, destacou a necessidade de "transparência". Já o candidato do PAN lamentou os "interesses" em diversas matérias, como na questão da transição da neutralidade carbónica.

"Somos contra a existência de regimes onde não haja transparência fiscal", declarou Sebastião Bugalho,  da AD, ainda sobre o tema da corrupção, que fechou o debate a quatro.  

Falou-se depois na consagração, na carta dos direitos fundamenitais da UE, do direito ao aborto. A interrupção voluntária da gravidez é um equilibrio entre dois direitos, porque todos reconhecemos o direito à vida", disse o candidato da AD.

"Nesta equipa não haverá um retrocesso nos direitos das mulheres", assegurou Sebastião Bulgalho.  

"O que está em causa, em última instância" é a vida das mulheres, argumentou a candidata do PS. "Aqui é a questão das mulheres morrerem mais ou morrerem menos", disse Marta Temido, defendendo o direito ao aborto na carta dos direitos fundamentais da UE. 

"É muito importante que no espaço europeu haja segurança para as mulheres", sublinhou a candidata do BE. 

Bugalho recordou a Catarina Martins que o primeiro-ministro disse que não iria reverter o direito ao aborto.

Candidato do PAN disse que "temos que assegurar uma diretiva da saúde das mulheres na UE", garantindo que lhes seja dado o acesso à interrupção voluntária da gravidez. 

Marta Temido, dirigindo-se a Catarina Martins, defendeu o novo pacote de regras em matéria de governação económica, falando numa maior flexibilidade, por exemplo. 

"A flexibilidade não é dada aos países, mas à Comissão Europeia. Acho que ficámos bastante pior", disse a candidata do BE sobre as novas regras europeias ao nível da governação económica.

"A virtude deste modelo permite a quem governa divergir" ligeiramente das novas regras de governação económica. 

"Nunca a Comissão europeia teve tanto poder", disse Catarina Martins. "Nem no tempo da troika", acrescentou.

"Não podemos voltar a ficar reféns do défice e da dívida", argumentou o candidato da PAN, rejeitando uma política de austeridade e destacando a necessidade de investimento, dando como exemplo a saúde e as energias renováveis. 

Catarina Martins fez questão de registar que a direita tem tido uma narrativa de que "há uma extrema-direita boa e uma extrema-direita má".

"As nossas linhas vermelhas são intransponíveis", assegurou o candidato da AD, Sebastião Bugalho, falando na defesa do Estado de direito, o respeito pela defesa do europeísmo e da Ucrânia.

Marta Temido, cabeça de lista do PS, afirmou estar convicta de que Portugal vai cumprir as metas no âmbito do PRR e manifestou-se favorável para um alargamento do prazo para a execução do PRR, caso seja necessário. "O PRR não tem comparticipações pelo Orçamento de Estado", disse, rejeitando que uma crise política pode atrasar a execução dos fundos do PRR. 

A execução dos fundos europeus cabe ao Governo, argumentou o candidato da AD. Sebastião Bugalho defendeu que se entrarmos numa situação em que a excecução do PRR no país pode beneficiar do alargamento do prazo de execução a sua posição é favorável.

"Tenho toda a confiança de que o Governo português irá executar o PRR ao ponto de evitar qualquer constrangimento", disse o candidato da AD. 

"Se for preciso alargamento do prazo, o BE lutará por isso", afirmou Catarina Martins, do BE.

Pedro Fidalgo Marques, do PAN, disse que estará no parlamento europeua "a defender os interesses das pessoas, de Portugal". 

Ainda sobre fundos europeus, o candidato do PAN destacou a necessidade de se apoiar a cultura. Afirmou que os financiamentos públicos para as touradas devem ser para a cultura. 

Debate começa com a notícia de que António Costa foi esta sexta-feira ouvido, a seu pedido, pelo Ministério Público, não tendo sido constituído arguido. "É uma excelente notícia para começar a noite", disse Marta Temido, do PS, reiterando que o ex-primeiro-ministro é o melhor candidato para presidente do Conselho Europeu. 

"Não estou aqui para fazer campanha pelo senhor António Costa, nem a favor nem contra", afirmou Sebastião Bugalho, da AD.

A candidata do BE, Catarina Martins, lamentou que tenham sido necessários mais de seis meses para que o ex-primeiro-ministro fosse ouvido pela justiça, no âmbito da Operação Influencer. 

Pedro Fidalgo Marques, do PAN, lamentou a falta de meios da justiça, sem se querer adiantar muito sobre o caso que envolve António Costa.

O último debate a quatro, transmitido pela TVI/CNN, junta os cabeças de lista às eleições europeias Sebastião Bugalho (AD), Marta Temido (PS), Catarina Martins (BE) e Pedro Fidalgo Marques (PAN).

Recorde-se que os europeus vão a votos a 9 de junho. 

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