PM não teme investigações e diz que Medina não é arguido mas "se for será"
O primeiro-ministro afirmou esta terça-feira nada temer sobre investigações judiciais ao período em que foi presidente da Câmara de Lisboa, salientou que o seu ministro Fernando Medina não é arguido, mas "se for será".
Esta posição foi transmitida por António Costa no final de uma sessão sobre o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) em Movimento em Carnaxide, concelho de Oeiras, no que se refere à construção de nova habitação.
Interrogado sobre a situação do ministro das Finanças, presidente da Câmara de Lisboa entre 2015 e 2021, após as buscas efetuadas nesta autarquia com incidência no Departamento de Obras Municipais, o líder do executivo disse desconhecer qualquer envolvimento do ministro das Finanças em" buscas nenhumas".
"Sei, porque leio nos jornais, é que houve um conjunto de buscas à Câmara Municipal de Lisboa, vejo que a Procuradoria-Geral da República fez um comunicado em que dizia que havia três pessoas arguidas e trem empresas arguidas. Sei que o ministro das Finanças não é arguido, nem foi sequer ouvido nesse processo -- e se for será. Ninguém está acima da lei", respondeu o primeiro-ministro.
Questionado se teme que as investigações se estendam ao período em que foi presidente da Câmara de Lisboa (2007/2015), António Costa reagiu logo: "Não, não temo nada".
"Fui presidente da Câmara de Lisboa durante oito anos, entrei, estive e saí com a minha consciência absolutamente tranquila. Se há alguma investigação a fazer, que façam. Não temo rigorosamente nada", disse, frisando, em seguida, que as câmaras municipais são das entidades "mais sindicadas e onde há mais fiscalização".
O primeiro-ministro afirmou ainda ter ficado "tão surpreendido como o próprio" ex-ministro Pedro Nuno Santos quando este revelou que, afinal, tinha dado autorização ao pagamento pela TAP da indemnização à ex-secretária de Estado Alexandra Reis.
António Costa defendeu a tese de que, neste caso referente à indemnização recebida pela ex-secretária de Estado Alexandra Reis no valor de meio milhão de euros, o Ministério das Finanças não foi informado.
Questionado sobre o facto de o ex-ministro das Infraestruturas ter agora assumido que conhecia essa indemnização e que também a autorizou, o líder do executivo disse ter ficado "tão surpreendido como - creio - o próprio".
"No comunicado que divulgou, ele próprio se surpreendeu por ter agora constatado que afinal tinha sabido e dado autorização", referiu, antes de procurar retirar o Ministério das Finanças desta questão.
"Já todos sabemos que Finanças não sabia, é um ponto sobre o qual não vale a pena haver qualquer tipo de insistência. O Ministério das Infraestruturas já disse que não comunicou ao Ministério das Finanças, a TAP já disse que não comunicou ao Ministério das Finanças, presumindo que oi Ministério das Infraestruturas comunicaria, e o então ministro das Finanças, o professor João Leão, já veio publicamente dizer que desconhecia", frisou António Costa.