Líderes da esquerda no debate das rádios (26 de fevereiro)
Líderes da esquerda no debate das rádios (26 de fevereiro)José Sena Goulão/Lusa

"Causa Pública" pede mobilização por uma "maioria de esquerda": "Ide votar"

Think tank apela ao votos nos partidos de esquerda, mesmo reconhecendo "razões para descontentamento" com o que se passou na governação desde 2015 até agora.
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A "Causa Pública", uma associação cívica composta por quadros próximos ou militantes de partidos como o PS, BE, PCP e Livre, advogou hoje o voto nos partidos da esquerda. "Para essa maioria de esquerda: ide votar", lê-se no apelo.

Segundo esta associação cívica, liderada pelo antigo ministro do PS Paulo Pedroso, e cuja direção executiva integra Alexandra Leitão (cabeça de lista dos socialistas em Santarém), Ana Drago (ex-deputada do BE), José Reis (professor de Economia em Coimbra) e Rogério Moreira (economista, empresário, ex-militante do BE), entre os partidos da esquerda parlamentar "há uma visão comum e progressista" sendo esta "assente na busca articulada de uma economia mais solidária e moderna e de uma sociedade mais coesa e com menor desigualdade".

O apelo surge na sequência das respostas do PS, Bloco, PCP e Livre a um questionário de 32 perguntas sobre 16 áreas das políticas públicas formulado pela associação. E das respostas resultou a tal ideia de "visão comum", apesar de se proporem "caminhos diferentes e plurais que diferenciam cada proposta concreta de cada partido em relação às várias temáticas".

"Esse chão comum das propostas de esquerda é mais do que suficiente para afirmar que, na sua diversidade, esta propõe um caminho para o país contrastante com a visão da direita. Sem uma vitória da esquerda este domingo esse caminho será posto em causa", lê-se no apelo. 

No entender da "Causa Pública, um entendimento da AD com a extrema-direita tem sido "negado" mas de facto "permanece latente", tendo "apoiantes entre os partidos da direita". 

Porém, seja como for, "qualquer solução governativa encabeçada pelo PSD" assenta numa "plataforma" que visa "instrumentalizar o papel do Estado, para o pôr ao serviço dos 'mercados' quer na definição de uma estratégia nacional, quer na prestação de serviços básicos e fundamentais, começando pela deturpação do papel do Serviço Nacional de Saúde".

"Se o povo desse uma maioria à direita quando se comemoram os 50 anos do 25 de abril, teríamos todos razões para uma profunda reflexão sobre em que se enganou a esquerda portuguesa e como alterar os seus caminhos. Por agora é tempo de agir para evitar esse cenário", diz o comunicado.

Portanto, mesmo havendo "razões para descontentamentos com o que se conseguiu no ciclo de governação que se abriu com a 'geringonça' e com o desempenho da maioria absoluta do PS", acabaria por ser "absurdo que alguém baixasse os braços, abstendo-se de escolher e deixando o poder deslizar para a direita".

Em suma: "Dentro dos caminhos progressistas há diferenças que farão com que cada uma e cada um de nós se sinta mais confortável com um ou outro dos partidos de esquerda. A seguir às eleições, dependendo da relação de forças que o eleitorado ditar, haverá necessariamente lugar à ponderação do rumo a seguir. Mas essa ponderação depende de conseguirmos no Parlamento uma maioria de esquerda."

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