Carla Castro: "É preciso denunciar a fraqueza das políticas do PS e afirmar a alternativa liberal"

A candidata à sucessão de João Cotrim Figueiredo diz que tem uma equipa multidisciplinar capaz de mostrar os erros do Governo, mas também afirmar a IL como alternativa. Se ganhar garante que contará com o opositor nesta corrida à liderança, Rui Rocha.

Quem são os rostos que escolheu para a sua equipa e que preocupação teve na seleção das pessoas que a irão acompanhar na liderança do partido se ganhar as eleições?
Tive a preocupação de formar uma equipa fortemente capacitada quer com conhecimento da Iniciativa Liberal quer com reputação política, empresarial e social, com implantação na sociedade. Queremos uma equipa que saiba trabalhar numa gestão colaborativa, em rede, para robustecer internamente a IL mas que esteja virada para fora.

Dos rostos que apresentou e mais conhecidos quem se destaca?
Há um misto. Nas suas áreas são muito conhecidos e reputados. Estamos a falar de autarcas, deputados municipais e de representantes de assembleias de freguesia, temos um ex-vereador, um ex-secretário de Estado. Estamos a falar de um Pedro Silva Martins, de Orlando Monteiro da Silva, que tem a presidência da Associação Nacional dos Profissionais Liberais, temos várias pessoas de instituições sociais e humanitárias, de cuidadores de Braga, com experiência em emigração. Procurámos uma equipa muito polivalente, com uma representação geográfica abrangente e com conhecimentos complementares, que funcionassem bem em equipa, e conseguissem descentralizar o partido, trabalhando com as várias estruturas em simultâneo para estarmos abertos à sociedade. Esta conjugação do interno e externo é uma força muito grande desta equipa e pela primeira vez vamos ter uma Comissão Executiva na IL com experiência governativa quer de poder local. Isto é diferenciador nesta fase de crescimento do partido.

O seu adversário, Rui Rocha, anunciou que ia atribuir pelouros na sua equipa a pensar nos próximos atos eleitorais, nomeadamente política europeia e regional. Também terá essa preocupação com as futuras eleições?
Tivemos a preocupação de escolher pessoas com conhecimentos em política internacional e regional, mas é muito importante perceber que a equipa não começa e termina na Comissão Executiva. A Comissão Executiva vai trabalhar com todas as equipas, que integram todos os saberes. Essas duas áreas fazem muito parte da IL e vamos ter essa representação e essa preocupação.

Que mensagem diferenciadora tem para os militantes em relação à de Rui Rocha?
A do foco na ação para fora, capacidade de marcar a agenda liberal, uma capacidade unificadora e multiplicadora.

"O que se está a passar ma revisão constitucional, nomeadamente sobre o que está a ser pensado sobre os confinamentos, o perigo de limitação às liberdades e garantias é um ultraje".

Ainda não tem a moção de estratégia finalizada, mas quais são as suas ideias fundamentais?
A moção de estratégia vai ser muito sedimentada em como é que nos propomos a fazer crescer a IL, como propomos esta nova gestão da IL, centrada em explicar como propomos a separação de poderes, a descentralização e a integração de estruturas. Vai ser um programa diferenciador e vencedor.

Que oposição é importante fazer ao PS e ao governo neste momento?
É extremamente importante fazermos uma oposição muito assertiva quer para desmaquilhar a política governativa e os erros sucessivos que estão a ser cometidos, mas também para nos apresentarmos como alternativa. É muito importante denunciarmos o que está a acontecer em muitas áreas da governação, a falência dos serviços, as contas do Estado, a falta de soluções, mas também explicarmos como é que em termos da saúde, da educação, das contas, da dinamização do tecido empresarial as políticas liberais são de sucesso. É preciso denunciar a fraqueza das políticas do PS e afirmar a alternativa liberal.

Está a decorrer um processo de revisão constitucional. Atribuiu importância à revisão da Constituição no desenvolvimento do país?
A revisão constitucional é um momento importante e comigo a afirmação nesse processo será muito mais vocal. O que se está a passar na revisão constitucional nomeadamente sobre o que está a ser pensado sobre os confinamentos, o perigo de limitação às liberdades e garantias é um ultraje, e está a ser desconhecido da população. É preciso denunciar e fazer uma oposição visceral a este tema.

Se ganhar a liderança da IL em janeiro contará com a equipa de Rui Rocha e com ele próprio?
O meu projeto é de unificação não é de separação.

Isso quer dizer que sim?
Quer dizer que sim.

E qual o papel de João Cotrim Figueiredo na IL, já que fica como deputado? Não teme que seja uma sombra da nova direção?
De todo, não nos podemos esquecer que temos no grupo parlamentar o Carlos Guimarães Pinto, que é das pessoas mais carismáticas da IL e um ex-presidente. Eu sei conviver muito bem com a pluralidade e com a diversidade.

paulasa@dn.pt

Mais Notícias

Outros Conteúdos GMG