João Pedro Louro tornou-se presidente da JSD a 23 de junho.
João Pedro Louro tornou-se presidente da JSD a 23 de junho.Paulo Alexandrino / Global Imagens

Aumenta pressão para saída do presidente da JSD após notícias de abandono do avô

Vice-presidente Bruno Bessa demite-se após ter defendido ida a votos menos de um mês após eleição.
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As pressões para a demissão do presidente da Juventude Social Democrata (JSD), João Pedro Louro, menos de um mês após ter sido eleito para o cargo, intensificaram-se nas últimas horas. Não só é voz corrente entre muitos responsáveis do partido que a capacidade política do sucessor de Alexandre Poço ficou irremediavelmente minada pelas acusações de abandono do  avô, como acaba de perder um dos principais elementos da sua direção.

Bruno Bessa, até agora um dos cinco vice-presidentes da JSD, demitiu-se por ter sido “afastado dos processos de decisão”, após defender que a estrutura devia voltar a ir a votos devido aos “danos reputacionais e políticos” decorrentes das notícias sobre o estado de abandono em que estavam o avô e o tio de João Pedro Louro, vivendo rodeados de lixo numa casa da família, em Odivelas.

“Depois de ter apresentado esta estratégia para a atual situação política da JSD, teve início, de dentro para fora, uma descaracterização deliberada da minha pessoa e do meu bom nome. E isso, para além de ser profundamente injusto, é ilegítimo”, escreveu Bessa, que é presidente da Distrital do Porto da JSD, numa carta enviada aos militantes neste domingo.

Mesmo admitindo que João Pedro Louro está a ver “o seu nome manchado na comunicação social de uma forma questionável e eticamente reprovável”, o agora ex-vice-presidente da JSD realça que “as notícias vindas a público têm, naturalmente, impacto na credibilidade e reputação da nossa estrutura e devem merecer uma clara, transparente e perentória resposta política”.

Tal resposta deveria ser, na sua opinião, “devolver o poder às bases e permitir que os militantes se pronunciem”. No entanto, a hipótese de os órgãos da JSD se demitirem em bloco foi afastada pela equipa dirigente e, em particular, pelo seu presidente, para quem “o dano reputacional e político em apreço deve ser dirimido em exclusivo pelo visado no foro privado”. Pelo contrário, o seu pai, Pedro Louro, demitiu-se da presidência da Concelhia de Alcochete do PSD.

A JSD irá festejar o 50.º aniversário no sábado, 27 de julho, em Aveiro, num clima difícil. Entre os principais dirigentes da estrutura estão o secretário-geral João Pedro Luís, que em 2022 ficou perto de ser eleito por Portalegre, e o vice-presidente Bruno Melim, representante da Madeira.

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