Política
17 junho 2021 às 15h10

Lisboa. Governo "fecha" Área Metropolitana aos fins de semana

Mariana Vieira da Silva, ministra da Presidência, apresentou as conclusões de mais uma reunião do Conselho de Ministros, reunião na qual a pandemia covid-19 foi, novamente, tema central.

João Pedro Henriques

O Governo decidiu hoje proibir a circulação de e para a Área Metropolitana de Lisboa (AML) aos fins de semana, a partir das 15:00 de amanhã, sexta-feira - e até às 6h00 da manhã de segunda-feira, 21 de junho, devido à subida dos casos de covid-19 neste território.

No final da reunião do Conselho de Ministros hoje realizada, a ministra da Presidência, Mariana Vieira da Silva, afirmou que "as restrições de circulação de e para a AML aplicam-se a partir das 15:00" de sexta-feira e pretendem que "a elevada incidência [de covid-19] que se faz sentir nesta região não se transporte para fora dela".

Pode-se circular entre os concelhos da AML mas não se pode entrar nem sair da AML. Os concelhos da AML são: Almada, Amadora, Barreiro, Loures, Moita, Montijo, Odivelas, Oeiras, Palmela, Seixal, Setúbal, Vila Franca de Xira, Lisboa, Cascais, Sintra, Sesimbra e Alcochete. A medida vai vigorar já neste fim de semana e poderá vigorar também nos próximos.

A ministra destacou que esta é uma medida nova de controlo da pandemia, que "não é fácil nem desejada por ninguém, mas que é necessária" para conter o agravamento da incidência da doença nesta região, sobretudo com a prevalência da variante "delta" do coronavírus.

Mariana Vieira da Silva salientou que o país está numa "situação preocupante", com a incidência de novos casos de covid-19 e o risco de transmissibilidade a aumentarem.

A incidência situa-se nos de 90,5 casos por 100 mil habitantes e o Rt (grau de transmissibilidade de infeção) para Portugal continental está nos 1,13, precisou a em conferência de imprensa no final da reunião do Conselho de Ministros.

"Estamos hoje claramente numa situação já bastante longe da zona verde e, portanto, o país está numa situação mais preocupante do que estava há uma semana, como um todo, com as desigualdades territoriais que conhecem", afirmou.

Segundo a governante, a situação de todo o país que é neste momento "mais preocupante" do que a que se vinha a assistir com o índice de transmissibilidade "já claramente superior a 1" e com uma incidência que, sendo ainda mais baixa do quando se iniciou o período de desconfinamento, "a verdade é que está num crescimento significativo".

Mariana Vieira da Silva admitiu também que se ponha um travão nacional na continuação do plano de desconfinamento que estava prevista para a próxima semana, face à evolução negativa da situação epidemiológica: "Semanalmente, fazemos aqui a avaliação do ponto de situação a nível nacional e ela hoje afasta-se claramente da zona verde [da matriz de risco], o que significa que para a semana, quando estava prevista uma nova fase de desconfinamento, ela muito dificilmente com estes números - e se continuarem estes números - se poderá verificar."

Reconheceu, por outro lado, que a situação da pandemia de covid-19 é "mais preocupante" do que nas semanas anteriores e indicou a degradação dos indicadores da matriz: incidência, que em Portugal continental subiu para 90,5 casos por 100 mil habitantes e índice de transmissibilidade (Rt), que é agora de 1,13.

No concelho de Lisboa a situação, em termos de medidas de confinamento, continua a mesma. Lisboa integrava, neste aspeto, uma lista de quatro concelhos não tinham avançado (com Braga, Odemira e Vale de Cambra) e essa lista passa a ter agora dez concelhos: além de Lisboa, Odemira e Braga, onde tudo fica na mesma, acrescentam-se Albufeira, Arruda dos Vinhos, Cascais, Loulé, Sertã e Sintra. Nestes, a situação significa, na prática um retrocesso: os restaurantes já podiam estar abertos até à 1h00 da manhã e passam a voltar a ter de encerrar às 22h30 novamente.

As regras para esses dez concelhos são:

• Teletrabalho obrigatório quando as atividades o permitam;
• Restaurantes, cafés e pastelarias podem funcionar até às 22h30 (no interior, com um máximo de 6 pessoas por grupo; em esplanada, 10 pessoas por grupo);
• Espetáculos culturais até às 22h30;
• Casamentos e batizados com 50 % da lotação;
• Comércio a retalho alimentar e não alimentar até às 21h00;
• Permissão de prática de todas as modalidades desportivas, sem público;
• Permissão de prática de atividade física ao ar livre e em ginásios;
• Eventos em exterior com diminuição de lotação, a definir pela Direção -Geral da Saúde (DGS);
• Lojas de Cidadão com atendimento presencial por marcação.

Já Sesimbra foi colocada numa situação ainda mais recuada: aos fins de semana a restauração tem de fechar logo a seguir ao almoço (15h30). As regras para Sesimbra são as seguintes:

• Teletrabalho obrigatório quando as atividades o permitam;
• Restaurantes, cafés e pastelarias podem funcionar até às 22h30 durante a semana e até às 15h30 ao fim de semana e feriados (no interior, com um máximo de 4 pessoas por grupo; em esplanada, 6 pessoas por grupo);
• Espetáculos culturais até às 22h30;
• Casamentos e batizados com 25 % da lotação;
• Comércio a retalho alimentar até às 21h00 durante a semana e até às 19h00 ao fim de semana e feriados;
• Comércio a retalho não alimentar até às 21h00 durante a semana e até às 15h30 ao fim de semana e feriados;
• Permissão de prática de modalidades desportivas de médio risco, sem público;
• Permissão de prática de atividade física ao ar livre até seis pessoas e ginásios sem aulas de grupo;
• Eventos em exterior com diminuição de lotação, a definir pela DGS;
• Lojas de Cidadão com atendimento presencial por marcação.

Entretanto, vinte​​​​​​ ​concelhos foram colocados em situação de alerta, e são quase todos na Área Metropolitana de Lisboa: Alcochete, Águeda, Almada, Amadora, Barreiro, Grândola, Lagos, Loures, Mafra, Moita, Montijo, Odivelas, Oeiras, Palmela, Sardoal, Seixal, Setúbal, Sines, Sobral de Monte Agraço e Vila Franca de Xira. Uma evolução negativa poderá levá-los a recuar nas medidas de desconfinamento.

Em Portugal, morreram 17 057 pessoas dos 861 628 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim epidemiológico mais recente da Direção-Geral da Saúde.

Facebookfacebookhttps://www.facebook.com/govpt/videos/960498104706570