25 Abril: Chega diz que Marcelo deixou "forte aviso" ao Governo sobre Forças Armadas

André Ventura apelou ao investimento nas Forças Armadas "já neste orçamento".
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O líder do Chega, André Ventura, considerou esta segunda-feira que o Presidente da República deixou um "forte aviso" ao Governo quanto ao investimento nas Forças Armadas e disse esperar que o Governo o possa cumprir "já neste orçamento".

Em declarações aos jornalistas na Assembleia da República, no final da sessão solene comemorativa dos 48 anos do 25 de Abril de 1974, o deputado destacou o Presidente da República tenha escolhido o tema das Forças Armadas para o seu discurso "no momento em que a Europa enfrenta uma nova guerra", considerando que "fazia todo o sentido".

Ventura afirmou que Marcelo Rebelo de Sousa "apontou o dedo ao Governo claramente quando disse não podemos depois exigir das Forças Armadas o que não pode ser exigido se não investirmos, não financiarmos e não criarmos condições para isso".

"E acho que foi um aviso tremendo ao Governo. Acho que hoje quer o primeiro-ministro, quer a ministra da Defesa levaram um forte aviso de Marcelo Rebelo de Sousa em matéria de Defesa e de investimentos para a Defesa", considerou.

Apontando que o seu partido tem defendido que se cumpram "as metas que estabelecemos na NATO de 2% de investimento ao ano no PIB", o líder do Chega espera "que o Governo possa cumprir já neste orçamento e já neste ano económico".

Em declarações aos jornalistas, o presidente do Chega considerou também que o Governo recebeu com um "tom algo agridoce" os "vários recados que foi levando quer dos grupos parlamentares, quer do senhor Presidente da República" e disse esperar que o executivo "assimile que uma maioria absoluta não é poder absoluto".

"E acho que a intervenção de Marcelo Rebelo de Sousa foi muito clara nisso, deu diretrizes, deu orientações, colocou barreiras à ação do Governo, sobretudo em matéria de defesa e nisso o Chega revê-se na quase totalidade", salientou.

André Ventura referiu ainda as intervenções do presidente da Assembleia da República e da bancada do PS na sessão solene "visaram direta ou indiretamente o Chega e os valores que o Chega defende", referindo que o PS quer "polarizar o discurso político desta legislatura com o Chega" e que cá estará "para assumir esse combate e essa luta".

E criticou que haja "partidos que se acham donos da democracia e do 25 de Abril".

O presidente do Chega assinalou também uma "tentativa de reescrever a história", à qual o partido que lidera se opõe "firmemente", apontando que no seu discurso, durante a sessão solene, fez questão de "sublinhar a importância do 25 de Novembro como data fundamental para a liberdade".

E defendeu que o Presidente da República "deveria, mais até do que os outros, ter a capacidade e a coragem de dizer que a história não deve ser reescrita", que teve "bons e maus momentos, mas é a nossa história".

Aos jornalistas, Ventura destacou também que a cerimónia tenha decorrido "sem restrições" devido à pandemia.

O Presidente da República pediu hoje no seu discurso do 25 de Abril "mais meios imprescindíveis" para as Forças Armadas e "um consenso nacional continuado e efetivo" para fortalecer este "pilar crucial".

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