Entre as tradicionais selfies, foi em tom de despedida que o Presidente Marcelo Rebelo de Sousa visitou o Barreiro neste dia 24 de dezembro, onde almoçou e bebeu ginjinha, como faz todos os anos. Em contagem decrescente para deixar Belém, o Presidente conversou com jornalistas sobre os últimos anos e deixou uma mensagem de “paz”.Foi no brinde de ginjinha que Marcelo apelou à paz, celebrando também “o Barreiro” e “Portugal”, rodeado de pessoas. “É fundamental a paz no mundo, porque a paz no mundo e na Europa quer dizer a paz para nós. Quer dizer não termos, no próximo ano e nos anos seguintes, as consequências de não haver paz, económicas, pessoais, sociais”, disse aos jornalistas.Nesta avaliação feita à comunicação social, o chefe de Estado refletiu que os “piores” dois anos foram os da pandemia de covid-19. “Acho que para todos nós. O grande problema que tive foram os anos de pandemia”, destacou.Já o ano de 2023, marcado pela queda do Governo de maioria absoluta do Partido Socialista (PS), classificou-o como “uma tempestade perfeita” e citou alguns dos acontecimentos. “Aconteceu que, no dia 7 de novembro, o primeiro-ministro pediu a demissão, portanto abre-se um período que vai ser muito longo até às eleições. Portanto, há uma crise política”, disse.Ao mesmo tempo, não se esquivou de temas polémicos que marcaram o último mandato. “Ao mesmo tempo, houve um ataque muito forte, ou pelo menos não um ataque, mas um ambiente muito pesado sobre o Presidente da República”, disse, a propósito do caso.Recordou que, no dia 24 de dezembro de 2023, quando visitou o mesmo local, o assunto eram as gémeas. “Quando cheguei aqui em 2023 só se falava das gémeas.” Questionado se já fez as pazes com o filho, também envolvido na polémica, afirmou, com um sorriso, que “no momento oportuno isso acontecerá”.Atraso na escolha de conselheiros do EstadoO Presidente aproveitou a oportunidade para criticar o atraso do Parlamento em eleger os novos conselheiros de Estado e salientou que já espera há seis meses. “O Conselho de Estado está sem poder funcionar, à espera da eleição dos conselheiros de Estado pela Assembleia da República há seis meses. A Assembleia está em funções há seis meses e eu tenho esperado [pela eleição] há seis meses”, criticou.Lembrou que é importante que esta decisão seja tomada antes de deixar a presidência. “Não é muito natural que o Presidente da República saia de funções sem que o Conselho de Estado, com a composição que tem, que é a legal, não possa apreciar essa matéria. E, portanto, eu esperei por esta eleição, que era para ser no dia 19 de dezembro. Não houve”, afirmou.Mesmo sem a eleição, por considerar o tema “fundamental”, Marcelo convocou uma reunião do Conselho de Estado para o dia 9 de janeiro. O tema será a Ucrânia. Marcelo Rebelo de Sousa disse não lhe parecer sensato que, “quando se estão a tomar decisões fundamentais sobre a Ucrânia”, essas matérias sejam discutidas no Conselho Superior de Defesa Nacional, mas não no Conselho de Estado, quando estão em causa assuntos como “a posição da Europa em termos de apoio financeiro à Ucrânia”, que comprometem o Estado devido à emissão de dívida conjunta europeia, ou “um empenhamento militar ou não português numa hipótese de cessar-fogo”.amanda.lima@dn.pt.TC não admite candidaturas de Joana Amaral Dias, José Cardoso e Ricardo Sousa às Presidenciais.Debates. Seguro agrega à esquerda mais do que Marques Mendes à direita. Jorge Pinto foi a surpresa