O “bar aberto” do SNS, o IVA zero que o PS “copiou”, os “vigaristas” e os “amigos” de Ventura e Tavares

O “bar aberto” do SNS, o IVA zero que o PS “copiou”, os “vigaristas” e os “amigos” de Ventura e Tavares

Debate colocou frente-a-frente Rui Tavares e André Ventura. O líder do Livre avisa contra "os vigaristas da política”. O líder do Chega diz que Tavares é "muleta" de PS, BE e PCP.
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A pergunta era sobre a Saúde, e foi logo a primeira, e André Ventura colou de imediato o “mais de 1,6 milhões de imigrantes”, um valor a “caminho dos 20%”, ao Livre de Rui Tavares.

“Isto deve-se a partidos como o Livre (…) o país perigoso que estamos a criar (…) o caos completo (…) “mais de 1,6 milhões de imigrantes é um dos fatores de pressão sobre o SNS”, afirmou o líder do Chega.

Soluções? Ventura defende duas. A primeira é que “quem cá está e os portugueses têm acesso prioritário. Primeiro passo é restringir (…) Não podemos continuar a ter indianos, paquistaneses e marroquinos a virem para cá tratar-se ou ter filhos"; a segunda é “um sistema publico com sinergias privadas”.

Rui Tavares, que critica a “concorrência” dos privados com o SNS e que defende que os “serviços devem ser complementares”, fala na necessidade de a “mesma informação” divulgado pelo SNS ser também divulgada pelos privados.

“Os atores privados podem rebentar com o sistema porque sabem tudo”, argumenta.

Soluções? Rui Tavares sublinha a proposta do “Regressar Saúde” que em síntese promove o regresso de “médicos e enfermeiros” que tendi sido formados em Portugal saíram do país.

A questão dos “5000 euros” – a “herança Social” – que o Livre já propôs para os nascidos em Portugal e que o PS apresenta no seu programa de Governo, mas no valor de 500 euros, levou Ventura a acusar Livre, PCP, BE e PS de quererem um “bar aberto” no SNS. E o exemplo que deu foi o caso “das gémeas”.

Questionado sobre se apoia o “IVA Zero”, medida no programa eleitoral socialista, Ventura respondeu que “sim porque foi o Chega que propôs essa medida”, acrescentado que “o PS quando era Governo votou contra e agora que está na oposição já concorda”.

Rui Tavares, acusado de ser “muleta do PS, BE e PCP”, questionou Ventura que “pede uma oportunidade, mas que teve 50 oportunidades” – os deputados eleitos em 2024 – sobre o que fez.

O líder do Chega retorquiu com a proposta de descida dos combustíveis “que o Livre chumbou”, com o fim das portagens “que o Livre não quer”, desafiando Tavares a esclarecer o que defende.

O líder do Livre falou “em mentiras” e não esclareceu porque “para desmontar cada mentira de André Ventura, não fazia outra coisa neste debate”.

Resposta de Ventura? “O Livre é igual a PCP e BE, votar no Livre é votar no PCP e BE”. E tirou um conclusão: “Eu sou candidato a primeiro-ministro, o Rui Tavares é candidato a ter 4 ou 5 deputados... ou menos”.

Na questão das “tarifas de Trump”, que Rui Tavares condena, Ventura diz que “ou protegemos a Europa de mercados exteriores ou vamos acabar um reduto da China. Trump está a fazer nos EUA o que temos de fazer na Europa”.

Entre trocas de acusações sobre quem os “amigos” de cada um – referências à China, Venezuela, Irão, Estados Unidos e Índia, por exemplo – surgiu de Ventura uma pergunta repetida: “Defende que devemos sair da Nato?”.

Rui Tavares, após as insistências constantes, respondeu defendendo “a construção de uma comunidade europeia para a defesa” e que “a grande questão da Aliança hoje em dia é se os EUA saem da NATO”.

“Ficou a irresponsabilidade de Rui Tavares de dizer que devemos sair da NATO, prescindir dos EUA, gostava de perguntar quem nos defender, se é a China, a Índia, se são os amigos do Irão ou o George Soros”, resumiu Ventura.

Tavares respondeu com um aviso: “Temos que nos preservar contra os vigaristas da política”.

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