MAI desconhece “em absoluto” versão do RASI sobre “movimentos extremistas”
O ministério da Administração Interna, tutelado por Margarida Blasco, garante desconhecer “em absoluto a existência de qualquer outra versão (…) que não seja a versão oficial” que foi remetida aos deputados. E até mesmo “nomeadamente” a “enviada à comunicação social”.
O gabinete de Margarida Blasco diz não ter “condições de se pronunciar mais em detalhe” sobre as questões colocadas pelo BE alegando estar em causa “matéria que não é da sua competência”.
Outro sublinhado: o ministério da Administração Interna não é a “entidade responsável pela elaboração do RASI”.
“Compete ao Secretário-geral do Sistema de Segurança interna, no âmbito das suas competências de direção proceder ao tratamento, consolidação, análise e divulgação integrada das estatísticas de criminalidade, participar na realização de inquéritos de vitimação e insegurança e elaborar o relatório anual de segurança interna (RASI)”, é acrescentado no comunicado.
As quatro perguntas do Bloco de Esquerda, ainda sem resposta, são, assim, remetidas para a tutela do primeiro-ministro.
Primeira pergunta: "Por que razão foi eliminada do RASI, enviado à Assembleia da República, informação relativa a grupos de extrema-direita associados a organizações extremistas internacionais que constava da versão apresentada à comunicação social?". Ainda não há resposta.
Segunda pergunta: "Porque foi suprimida a secção 'Extremismos e Ameaças Híbridas', que constava das páginas 35 a 39 do RASI apresentado à comunicação social, da versão remetida à Assembleia da República?". Ainda não há resposta.
Terceira pergunta: "Quem ordenou a eliminação da secção 'Extremismos e Ameaças Híbridas' da versão do RASI remetido à Assembleia da República?". Ainda não há resposta.
Quarta e última pergunta: "Considera enviar nova versão do RASI à Assembleia da República que inclua a secção 'Extremismos e Ameaças Híbridas' que constava das páginas 35 a 39 na primeira versão do relatório?". O MAI diz desconhecer esta versão.
Ao Expresso, fonte do Sistema de Segurança Interna reduz o caso a "uma versão de trabalho" alegando que “qualquer outra versão a que a comunicação social possa ter tido acesso, respeita a uma versão de trabalho sujeita a discussão e reformulações em GCS e Conselho Superior de Segurança Interna”.
Esta terça-feira, dia 14, a conferência de líderes, no Parlamento, vai analisar uma proposta do BE para que o RASI seja debatido "com a presença do Governo" na reunião da comissão permanente, na quarta-feira.