Marcelo defende que União Europeia deve tornar-se "verdadeira potência universal"

Esta é a primeira visita de Estado de um presidente de França desde 1996, quando Jacques Chirac visitou Portugal. Macron vai encontrar-se hoje com Marcelo Rebelo de Sousa e Luís Montenegro.
Marcelo defende que União Europeia deve tornar-se "verdadeira potência universal"
EPA/JOSE SENA GOULAO / POOL

Macron diz que Europa de hoje "está ameaçada por todos os lados"

O Presidente francês, Emmanuel Macron, afirmou hoje que a Europa "está ameaçada por todos os lados" pelo que é necessário que os europeus garantam que a sua defesa se torne "um dever, uma exigência e uma oportunidade".

Ao discursar no início do jantar com que está a ser obsequiado no Palácio da Ajuda, em Lisboa, pelo homólogo português, Marcelo Rebelo de Sousa, que o precedeu, Macron sustentou que é esse "princípio da ação" que deve permitir aos líderes europeus defender a Europa dessas ameaças "e manter a segurança das democracias fortes para o futuro".

"Sei que posso contar consigo, senhor Presidente e senhor primeiro-ministro [Luís Montenegro, também presente no jantar], para agirmos juntos para a Europa e fazermos tudo o que for possível. E, com António Costa na presidência do Conselho Europeu, temos um aliado, um amigo precioso para alcançar os nossos objetivos", referiu.

Sem nomear as crises políticas e militares internacionais em curso, Macron elogiou as palavras de Marcelo na intervenção que o antecedeu, em que o Presidente português acusou o homólogo norte-americano, Donald Trump, de favorecer a Rússia em detrimento da União Europeia (UE) na Ucrânia e de atacar a soberania de parceiros e aliados.

Marcelo Rebelo de Sousa afirmou que Trump "rompeu com a orientação do seu antecessor [Joe Biden] e com toda a política externa desde a Segunda Guerra Mundial" e "questionou a soberania do Canadá, aliado na NATO e na Ucrânia" e, por consequência, o rei do Reino Unido, outro aliado tradicional.

"[Trump] questionou ainda a administração da Dinamarca, outro aliado na NATO e na Ucrânia, na Gronelândia. Afirmou o objetivo de paz o mais rápido possível na Ucrânia, assente no entendimento preferencial com a Federação Russa e sem intervenção europeia", referiu.

"Como podem ter ouvido, o Presidente da República [português], com este talento, fez um discurso de política geral e internacional. Fê-lo com muito talento, portanto, eu não vou fazer o mesmo, mas subscrevo tudo o que disse. Porque o que disse, no fundo, é que pertencemos a povos antigos com uma história fruto de processos de civilização e de uma construção nacional", afirmou Macron sobre a intervenção de Marcelo.

Para Macron, a "solidez" da relação bilateral "forja-se na vontade, na ambição comum de criar uma Europa próspera e unida", com base nas referências e valores da democracia.

"Hoje, mais do que nunca, temos que ter uma Europa forte e orgulhosa dos seus valores. [...] Se as referências se afundam, é preciso conservar uma direção para as potências marítimas. Isso foi muito importante e nós somos potências marítimas. Temos de ser fortes na tempestade, acreditar na universalidade dos nossos valores e numa Europa forte", insistiu.

Sobre as relações bilaterais, Macron saudou o acordo e o tratado que será assinado sexta-feira, no Porto, com o Governo português, no segundo e último dia da visita de Estado a Portugal, a primeira nos últimos 26 anos de um chefe de Estado francês.

Receando um pouco na História das relações entre os dois países, Macron lembrou que, antes do 25 de abril de 1974, cerca de mil políticos e artistas portugueses, opositores, viviam em França, realçando uma gravação feira por Zeca Afonso, "Grândola Vila Morena", "símbolo da resistência", em que se "pode ouvir as botas dos soldados ao longo da canção".

"Mas mais do que isso, foi um oráculo da sua história em marcha. [...] Os jovens capitães de abril emocionaram o mundo e galvanizaram a Europa. E 50 anos após essa idade são um exemplo de coragem e lucidez que merece a nossa admiração", destacou Macron.

O Presidente francês disse estar convencido de que são relações humanas que a relação entre os dois países "tem a sua força, a sua energia e o seu futuro".

"E também nas nossas línguas, francês e português, que estão no coração da lusofonia e da francofonia, que procuram desemaranhar a ameaça, a armadilha das civilizações", acrescentou.

Nesse sentido citou mais pontos comuns, como Jean Jarreau, Amadeu de Sousa Cardoso e as Cartas de Paris escritas por Eça de Queiroz, as alianças entre Bourbon e Bragança, e até o encenador Tiago Rodrigues, de Paris a Avignon.

"Porque também, às vezes, na verdade, vocês roubaram-nos tantos talentos, mas nós também o fazemos", brincou Macron, que terminou a intervenção lembrando o facto de Portugal ser o único país no mundo que fez, da data de nascimento do seu maior poeta, Luís de Camões, o Dia de Portugal.

"Ouça as palavras de Victor Hugo, um grande poeta francês: 'Vocês, portugueses, não deixam de ser navegadores e intérpretes. Hoje navegamos na verdade'", concluiu.

Marcelo defende que União Europeia deve tornar-se "verdadeira potência universal"

O Presidente da República defendeu hoje que a União Europeia deve tornar-se uma "verdadeira potência universal" e garantir que mantém os seus compromissos internacionais e valores éticos num "momento crucial" para o mundo.

Num discurso no Palácio Nacional da Ajuda, num jantar oferecido ao Presidente francês, no âmbito da sua visita de Estado a Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa deixou várias críticas à postura que tem sido adotada pela administração norte-americana de Donald Trump a nível internacional, e em particular perante os seus aliados e a Ucrânia, frisando que a "Europa, unida, tem sempre de fazer mais e melhor".

"O que nós sabemos, portugueses, franceses e europeus, é que não fomos eleitos para esse caminho, mas para respeitar, na Ucrânia como noutras situações no universo, os nossos compromissos constitucionais e internacionais com os valores éticos, políticos, sociais e económicos correspondentes, para fazermos da Europa unida, desenvolvida, justa, uma verdadeira potência universal", disse.

Segundo Marcelo Rebelo de Sousa, os chefes de Estado Winston Churchill (Reino Unido) e Charles de Gaulle (França) "perceberam isso há 90 e há 80 anos".

"Vossa Excelência [Emmanuel Macron] também percebeu imediatamente e afirmou com coragem e clareza a posição francesa e europeia em plena Casa Branca", referiu, numa alusão à visita de Emmanuel Macron a Washington na segunda-feira.

Dirigindo-se a Emmanuel Macron, Marcelo Rebelo de Sousa deu-lhe as boas-vindas a Portugal, salientando que a sua visita de Estado ocorre "num momento crucial na definição de quem é parceiro, aliado e amigo na Ucrânia, na NATO, no mundo".

Em francês, o Presidente da República salientou que a visita de Emmanuel Macron "fortalece a amizade" entre Portugal e França, ao "transformar uma parceria estratégica num tratado de amizade e cooperação".

Frisando que a visita de Macron "chega na boa altura", Marcelo terminou o seu discurso propondo um brinde de saudação ao "histórico e glorioso povo" português e francês e "em nome de uma amizade" que se quer "eterna dentro de uma Europa com sucesso".

Marcelo acusa Trump de favorecer Rússia na Ucrânia e de "atacar soberania" de aliados

O Presidente da República acusou hoje o seu homólogo dos Estados Unidos, Donald Trump, de favorecer a Rússia em detrimento da União Europeia na Ucrânia e de atacar a soberania dos seus parceiros e aliados.

Num discurso no Palácio Nacional da Ajuda, num jantar oferecido ao Presidente francês, Emmanuel Macron, no âmbito da sua visita de Estado a Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa afirmou que Donald Trump "rompeu com a orientação do seu antecessor [Joe Biden] e com toda a política externa desde a Segunda Guerra Mundial".

"Questionou a soberania do Canadá, aliado na NATO e na Ucrânia" e, por consequência, o rei do Reino Unido, outro aliado tradicional. "Questionou a administração da Dinamarca, outro aliado na NATO e na Ucrânia, na Gronelândia. Afirmou o objetivo de paz o mais rápido possível na Ucrânia, assente no entendimento preferencial com a Federação Russa e sem intervenção europeia", elencou.

O chefe de Estado português abordou depois a postura de Donald Trump no que se refere à guerra na Ucrânia, considerando que tem "mesclado ataques ao Presidente ucraniano, enunciando condições russas +ara acordo, com a não admissão da legitimidade do Presidente ucraniano, a não adesão futura à NATO, pondo mesmo em causa as fronteiras internacionalmente fixadas".

No que se refere à União Europeia (UE), Marcelo salientou que, além de Donald Trump ter rejeitado a sua participação nas negociações de paz para a Ucrânia, também acenou com o "desinvestimento norte-americano no apoio existente" ao continente e "no apoio para a [sua] segurança após a guerra".

Marcelo deixou ainda críticas às declarações do vice-presidente dos Estados Unidos, J. D. Vance, na Conferência de Segurança de Munique, alegando que se pronunciou "sobre a situação política interna dos Estados da União e interveio em pleno processo eleitoral num desses Estados", referindo-se à Alemanha.

"Isto são factos. Perante eles, só não vê quem não quer ver", disse, antes de acrescentar que os Estados Unidos e os seus atuais governantes "têm base eleitoral interna para quererem mudar radicalmente a posição do anterior poder político".

"Mas não têm necessariamente legitimidade jurídica internacional para atacar a soberania de parceiros, aliados e amigos, para intervir na sua integridade territorial, para preferirem fazer a chamada paz com a Federação Russa e seus aliados, sem a UE, e até para reduzirem o papel da Ucrânia a uma sujeição máxima e soberania mínima", disse.

Numa palavra, prosseguiu Marcelo, "os Estados Unidos da América parecem, neste momento, ter decidido favorecer a Federação Russa e seus aliados, na situação existente na Ucrânia, em detrimento da UE".

Macron sobre os oceanos: "Portugal é uma fonte de inspiração"

Emmanuel Macron afirmou, durante a passagem de testemunho de Portugal para França da conferência das Nações Unidas sobre oceanos, que o que Portugal já fez acerca da temática "é uma fonte de inspiração".

"Há necessidade de agir tendo em conta o desenvolvimento sustentável dos oceanos. O nosso objetivo é proteger 30% dos mares até 2030. Portugal é uma fonte de inspiração e temos que nos inspirar no que Portugal já fez e esperamos contar com Portugal", disse o presidente francês no Centro Cultural de Belém, salientando que Portugal e França são "nações marítimas" e que França dispõe da "segunda superfície marítima do mundo".

Macron lamentou que o mundo esteja "a fragmentar-se", mas sublinhou que é importante não dissociar a vida humana da vida animal.

Esta cerimónia serve para as autoridades portuguesas transferirem para Macron os poderes para a realização da terceira edição da Conferência da ONU sobre o Oceano (a segunda ocorreu em Lisboa em 2022), que decorrerá entre 09 e 13 de junho deste ano em Nice (sul de França).

Montenegro diz que Portugal e França “são nações que se juntam”

Portugal e França “são nações que se juntam”. “Temos em França a nossa maior comunidade no estrangeiro, temos já muitos franceses a viver em Portugal e todos os anos recebemos milhares de franceses a descansar no nosso território a aproveitar fatores como a nossa gastronomia e recetividade. Temos trocas comerciais muito fortes e perspetivas muito convergentes nas nossas economias”, afirmou Luís Montenegro durante a passagem de testemunho de Portugal para França na conferência das Nações Unidas sobre oceanos, no Centro Cultural de Belém.

O primeiro-ministro salientou ainda a convergência entre os dois países na procura de “mais paz”, do reforço dos “direitos da democracia” e da estabilização de conflitos como o que opõe Rússia e Ucrânia.

Sobre os oceanos, Montenegro reafirmou que a aposta de Portugal "é para manter" e salientou que se trata um investimento que "tem retorno económico". "Não falamos em despesa, falamos em investimento", vincou.

Macron diz que os laços que existem entre Portugal e França "é um dos sinais de uma Europa mais forte"

Emmanuel Macron confirmou hoje, no final da visita à Assembleia da República, que Volodymyr Zelensky e Donald Trump vão encontrar-se esta sexta-feira em Washington.

“É um combate pelo direito internacional, pela soberania e pela segurança dos europeus. É existencial, muito importante para nós e também para os EUA”, disse, acrescentando que "os europeus têm que estar unidos e fortes, mais do que nunca".

O presidente francês garantiu que os laços que existem entre Portugal e França "é um dos sinais de uma Europa mais forte", mas Macron quer mais: "Temos que ser mais fortes em matéria de tecnologia, indústria, defesa…”

O chefe de Estado francês disse estar "muito feliz" por ter assinado um acordo de amizade com Luís Montenegro, em São Bento, afinal "as alianças muito antigas continuam".

FOTO: Gerardo Santos

“Estamos muito interessados na privatização da TAP”, diz CEO do Grupo Air France-KLM, que está com Macron em Lisboa

O presidente executivo (CEO) do Grupo Air France-KLM faz parte da delegação oficial convidada pelo Presidente de França, Emmanuel Macron, durante a Visita de Estado a Portugal, juntamente com outros CEOs de empresas francesas, adiantou fonte oficial da transportadora aérea ao DN.

"Portugal é um mercado prioritário para a Air France-KLM, e continuamos muito interessados no processo de privatização da TAP Air Portugal. Esta é uma oportunidade para reafirmarmos o nosso interesse na empresa e no país", indica a mesma fonte.

Macron já chegou à Assembleia da República

Emmanuel Macron já está na Assembleia da República onde foi recebido por José Pedro Aguiar-Branco, presidente da AR.

Programa de Macron e Montenegro sobre oceanos muda de local devido ao mau tempo

A passagem de testemunho de Portugal para França da conferência das Nações Unidas sobre oceanos, com a presença do presidente francês e do primeiro-ministro português, foi hoje transferida de um veleiro para o Centro Cultural de Belém.

A informação foi avançada pelo gabinete do primeiro-ministro e deve-se à chuva intensa que, desde manhã, cai em Lisboa.

"A cerimónia prevista para as 16:25 no Veleiro Santa Maria Manuela, no Cais do Adamastor, Parque das Nações, passou por razões climatéricas para o Centro Cultural de Belém (Sala Sophia de Mello Breyner)", informa uma nota do gabinete de Luís Montenegro.

Esta cerimónia servirá para as autoridades portuguesas transferirem para Macron os poderes para a realização da terceira edição da Conferência da ONU sobre o Oceano (a segunda ocorreu em Lisboa em 2022), que decorrerá entre 09 e 13 de junho deste ano em Nice (sul de França).

Lusa

Presidente francês em São Bento para almoçar com Luís Montenegro

Emmanuel Macron já se encontra no Palácio de São Bento onde vai almoçar com o primeiro-ministro Luís Montenegro.

Neste almoço de trabalho participam Paulo Rangel, ministro dos Negócios Estrangeiros, a secretária de Estado Inês Domingos. Já do lado francês estão Benjamin Haddad, ministro delegado para a Europa do MNE, Laurent Saint-Martin, ministro delegado responsável pelo Comércio Externo e Franceses no Estrangeiro.

Macron e Montenegro no Palácio de São Bento.
Macron e Montenegro no Palácio de São Bento.FOTO: LEONARDO NEGRÃO

Macron condecorado com o Grande-Colar da Ordem da Liberdade

Emmanuel Macron foi condecorado no Palácio de Belém pela grande com o Grande-Colar da Ordem da Liberdade, o mais alto grau da Ordem concedido pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, a chefes de Estado estrangeiros.

A seguir, o presidente francês vai ser recebido em São Bento pelo primeiro-ministro Luís Montenegro, com quem vai ter um almoço de trabalho.

Visita ao Palácio de Belém

O presidente francês Emmanuel Macron já se encontra no Palácio de Belém com Marcelo Rebelo de Sousa.

Depois da foto oficial, Macron assinou o livro de honra da Presidência da República.

Macron visitou o Mosteiro dos Jerónimos para homenagear Camões

Emmanuel Macron foi recebido por Marcelo Rebelo de Sousa no Mosteiro dos Jerónimos. Depois de ouvidos os hinos de França e Portugal, os dois chefes de Estado passaram revista aos militares, debaixo de muita chuva.

Logo a seguir o presidente francês e a sua mulher Brigitte Macron depositaram uma coroa de flores no túmulo de Camões, no interior dos Jerónimos.

FOTO: Gerardo Santos

Associação de Amizade Portugal-Sahara Ocidental promete concentração em frente à AR

O que está em causa é a posição de França, que há menos de um ano apoiou o plano de autonomia de Marrocos para o Sahara Ocidental, alterando uma posiçãom de décadas.

Para além de uma concentração "simbólica", esta quinta-feira, às 14 horas, em frente à Assembleia da República, de acordo com o comunicado a que o DN teve acesso, a Associação de Amizade Portugal-Sahara Ocidental confirma que já enviou uma carta ao presidente francês, que foi entregue na Embaixada de França em Lisboa.

Macron já está em Lisboa

O presidente francês já chegou a Lisboa e está a caminho do Mosteiro dos Jerónimos, onde o aguardam o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e o ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel.

Emmanel Macron vai homenagear Luís de Camões, com a deposição de uma coroa de flores no túmulo do poeta português.

Marcelo defende que União Europeia deve tornar-se "verdadeira potência universal"
Emmanuel Macron, o “objeto político não identificado” que está entre o PSD e a IL

Emmanuel Macron em Portugal para assinar acordos políticos, económicos e culturais

Emmanuel Macron, presidente de França, chega hoje a Lisboa para uma visita oficial de dois dias a Portugal para a assinatura de acordos entre os dois países no âmbito político, económico e cultural.

Neste primeiro dia de visita, Macron homenageará o poeta português Luís de Camões e, seguidamente, encontrar-se-á com o homólogo Marcelo Rebelo de Sousa, e com o primeiro-ministro, Luís Montenegro, com quem abordará questões relacionadas com a Europa em termos de segurança e defesa, bem como o acelerar da competitividade e investimento.

Já na Assembleia da República, não haverá um discurso do chefe de Estado francês como anteriormente previsto, mas sim uma sessão solene e troca de impressões com o presidente da Assembleia da República, José Pedro Aguiar-Branco, e os vários presidentes dos grupos parlamentares portugueses.

Depois estará no veleiro Santa Maria Manuela, acostado no Cais do Adamastor, onde as autoridades portuguesas transferem para Macron os poderes para a realização da terceira edição da Conferência da ONU sobre o Oceano (a segunda ocorreu em Lisboa em 2022), que decorrerá entre 9 e 13 de junho deste ano em Nice (sul de França).

Mais tarde, acontecerá um diálogo entre Macron e o presidente da Câmara de Lisboa e antigo comissário europeu para a Investigação e Inovação, Carlos Moedas, no Beato Innovation District, um dos maiores centros de inovação e empreendedorismo da Europa, com a participação de atores franco-portugueses da tecnologia e da Inteligência Artificial (IA), como a Station F (centro de startups francês), na sequência da Cimeira de Ação sobre IA em Paris no início do mês.

No segundo dia, na deslocação do chefe de Estado francês ao Porto para se encontrar com o primeiro-ministro, Luís Montenegro, deverá ser assinada cerca de uma dúzia de acordos bilaterais, incluindo um acordo de amizade, um acordo de cooperação franco-portuguesa e uma carta de intenções no domínio do armamento.

Também serão assinados acordos de cooperação cultural, científica e técnica, polícia, coprodução cinematográfica, em particular com o Centre National de la Cinématographie, e um plano de ação a favor do ensino superior, da ciência e da inovação.

Macron participa também num fórum de negócios franco-português no Porto com Marcelo e Montenegro, com foco na cooperação económica e de investimento de França a Portugal, e os laços entre os dois países, bem como questões relativas a inovação, defesa e preservação da soberania na Europa.

Esta é a primeira visita de Estado de um presidente francês a Portugal em 26 anos. A última aconteceu em 1999 com Jacques Chirac.

Lusa

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