Carris tem novo presidente e é comandada por novo vereador
Carris tem novo presidente e é comandada por novo vereadorFOTO: Reinaldo Rodrigues

Carlos Moedas entrega Carris a ex-vereador eleito pela CDU, Rui Pedro Lopo

Novo presidente da Carris será ex-administrador da Transportes Metropolitanos de Lisboa e com 11 anos de experiência autárquica no Barreiro. João Ferreira disse que partido não foi tido na conversa.
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Carlos Moedas escolheu Rui Pedro Lopo para presidente da Carris. O atual administrador na Transportes Metropolitanos de Lisboa deverá assumir o cargo em janeiro, mas, antes disso, esta escolha terá de ser votada em reunião da Câmara Municipal, no dia 10 de dezembro. Pelo que o DN pôde saber, deverá haver aprovação do nome.

A TML é a entidade responsável pela gestão e planeamento dos transportes públicos na área metropolitana de Lisboa, o que inclui a gestão da plataforma de bilhética integrada (como o passe Navegante Metropolitano) e a operação dos serviços de autocarro sob a marca Carris Metropolitana. É detida a 100% pela Área Metropolitana de Lisboa.

O autarca lisboeta considerou ao final da noite de quinta-feira que Rui Pedro Lopo é uma “opção clara”, por ser um gestor com “provas dadas” no setor da mobilidade e que “melhor defende o futuro da empresa e os desafios que a Carris tem pela frente”.

Pelo que o DN pôde saber, Moedas coloca a gestão e experiência acima de possíveis ligações políticas no caso das empresas municipais. Lopo foi, durante 11 anos, vereador no Barreiro, eleito pela CDU. Ao que o DN apurou, não houve afastamento de Lopo dos partidos que integram a Coligação Democrática Unitária. Foi vogal do Conselho de Administração durante oito anos dos Transportes Coletivos do Barreiro e em 11 anos de vereação passou oito na Mobilidade e Transportes.

Ao DN, João Ferreira, vereador do PCP, garante que não existiu consulta. "Não há nenhum envolvimento do PCP nem do vereador do PCP nesta escolha, nem contacto prévio", reitera. "Se há acordos para distribuir lugares é com os partidos envolvidos. Nao há nenhum acordo connosco. Nenhuma conversa", diz João Ferreira, que avança que "não há princípio de bloqueio" aos nomes, vincando que "a apreciação se faz caso a caso." Fonte do PCP ao DN ressalvou que Lopo "foi eleito pela CDU, mas nnão é militante do PCP" e que "a aceitação do cargo é da responsabilidade do próprio e essa decisão do presidente da Câmara de Lisboa não tem o aval nem o acordo do PCP."

Gonçalo Reis, recorde-se, é também novidade no Executivo da Câmara. O vereador para a Mobilidade tem a chancela da Carris e é vice-presidente. A Carris, que é a empresa municipal com mais verbas orçamentadas (entre funcionamento e investimento direto), terá 35 milhões de euros para adquirir 98 novos autocarros. Ao todo, a maior autarquia do país destinará 250,3 milhões de euros à empresa de transportes.

Para outras nomeações municipais pode ver-se casos semelhantes, ou seja, estarem personalidades com filiação política fora do PSD-CDS-IL em cargos de gestão.

No final de outubro, depois do relatório que apontava falhas graves no acidente com o Elevador da Glória, que provocou 16 vítimas mortais, foi avançado que Pedro Bogas não continuaria como presidente da Carris, apesar de Moedas ter rejeitado a demissão após o trágico acidente.

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