Mais de metade da população (61%) é a favor ou totalmente a favor da greve geral. Esta é a principal conclusão do barómetro DN/Aximage que, entre outras questões, procurou avaliar o posicionamento em relação à paralisação desta quinta-feira (11 de dezembro), convocada pela CGTP e pela UGT. De acordo com os dados deste estudo, é a população mais jovem (entre os 18 e os 34 anos) quem é mais favorável, com 70% dos inquiridos desta faixa etária a dizer que “concorda” ou “concorda totalmente” com a greve geral. Em sentido contrário, 41% dos inquiridos acima dos 65 anos discorda total ou parcialmente da paralisação.Este barómetro - que contou com a participação de 607 pessoas - procurou também estabelecer a correlação com o sentido de voto nas eleições legislativas de maio. Aqui, sem surpresas, quem votou na coligação AD acaba por não ser tão favorável à greve (56%). Em sentido contrário, os eleitores da CDU são unânimes (100%) no apoio à paralisação. Em menor grau, mas também a favor, está o eleitorado do BE (78%), do Livre (77%) e do Chega (67%). No entanto, como ressalva a própria Aximage, os resultados da CDU, do Livre e do BE (bem como os da IL e do PAN) devem ser lidos “a mero título indicativo devido ao valor reduzido das suas bases”. De resto, os votantes do PS também são a favor (52%), bem como os da IL (57%).Com o trabalho de campo deste barómetro a ser realizado entre os dias 28 de novembro e 3 de dezembro (ou seja, já se conhecendo as medidas propostas pelo Governo para a lei laboral, como as mudanças no luto gestacional e na amamentação), há ainda outro dado que salta à vista: homens e mulheres são a favor da greve geral em igual medida (60%). Já no que diz respeito às classes sociais, são as mais baixas (D, 59%, e C2, 64%) que mais apoiam esta medida..Além de tentar perceber como veem os portugueses esta greve geral, o barómetro DN/Aximage procurou ainda analisar se os inquiridos estão a par das alterações à lei laboral propostas pelo Governo. A maior parte (69%) disseram que sim, com 27% a responderem de forma negativa. Os restantes 4% entraram na categoria “não sabe/não responde”. Olhando de novo para a correlação com as idades dos inquiridos, salta à vista que são os mais velhos (acima dos 65 anos) quem mais informado diz estar sobre as alterações à lei laboral. Alargando esta análise ao sentido de voto legislativo, percebe-se também que são os eleitores do BE quem diz estar mais por dentro destas mexidas (82%). Em sentido contrário, o eleitorado do Chega ouvido neste barómetro é o que mais respondeu “não” conhecer o que propõe o Governo (32%). Em termos geográficos, é nas áreas metropolitanas de Lisboa e Porto e na região centro que mais sabem o que quer alterar o Governo (71%), com o sul e ilhas a estar menos informado sobre este tema, mas ainda assim acima da metade (59%).Sindicatos têm mais adesão do que o GovernoProcurando ainda perceber de que lado da barricada se posicionam os inquiridos, o barómetro DN/Aximage mostra ainda que, mesmo sem maioria, os sindicatos têm mais pessoas identificadas com o seu lado (45%) do que o Governo (22%). Mas há ainda 17% destes 607 participantes (ou seja, cerca de 103 inquiridos) que dizem identificarem-se com ambos os posicionamentos.Entre os eleitores dos diferentes partidos, são, sem surpresa, os votantes da CDU quem mais se identifica com a posição dos sindicatos. Tal como na avaliação da greve, este eleitorado é unânime (100%), ao contrário de quem votou AD em maio (28%), que naturalmente é mais próximo do Governo. Além de quem votou na CDU, são os votantes do Livre (77%) e do BE (70%) os que mais se posicionam do lado da CGTP e da UGT.Em termos etários, é a partir dos 35 anos que os sindicatos encontram mais apoio. Dos 35 aos 49 anos, essa adesão é de 49%, com a faixa etária dos mais velhos (+65) a estar 47% com as estruturas sindicais. O valor é um pouco mais baixo dos 50 aos 64 anos (44%). Assim, quem mais se identifica com o Executivo são os mais novos (18-34), com 24% dos inquiridos desta faixa etária a estar ao lado do Governo.Gestão de Marcelo nesta área avaliada positivamenteDepois de ter voltado, no barómetro do mês passado, a ter o seu desempenho avaliado de forma positiva (com 50% dos inquiridos a considerarem que atuara “bem” ou “muito bem”, após vários meses em queda), o Presidente da República continua neste estudo a ser avaliado de forma positiva, ainda que aqui o foco seja a forma como tem gerido a situação.Questionados sobre a postura de Marcelo Rebelo de Sousa - que pediu “espírito de concertação social” para alcançar o “máximo consenso nesta questão -, 57% dos participantes no barómetro DN/Aximage avaliaram-na como “positiva”, com outros 7% a considerarem-na “muito positiva”, o que perfaz uma maioria de opiniões favoráveis (64%).Olhando para os indicadores demográficos, as avaliações positivas a Marcelo Rebelo de Sousa surgem em larga maioria na faixa etária mais velha (72%). Em sentido contrário, são os mais novos (18-34) quem menos avalia positivamente a gestão do Presidente da República neste assunto. É, aliás, a única faixa etária cujas avaliações positivas não são acima dos 60% (valor registado na faixa etária dos 35 aos 49 anos).Em termos partidários, quem, em maio, votou na AD é quem avalia melhor esta conduta do Presidente da República (74%), cujo valor é também registado nos abstencionistas. Já os eleitores do PS surgem logo a seguir, com 65%. No lado oposto, a maioria dos eleitores da CDU (53%) considera que a gestão de Marcelo Rebelo de Sousa nesta área tem sido “negativa” ou “muito negativa”. Logo a seguir estão os eleitores do Chega e do Livre, ambos com 44%. Ou seja: apenas quem votou na CDU nas legislativas do passado mês de maio considera que o Presidente da República deveria ter outra postura perante as mexidas à lei laboral e a contestação social.Ficha técnicaObjetivo do Estudo: Sondagem de opinião realizada pela Aximage - Comunicação e Imagem Lda. para o DN sobre atualidade política e eleições presidenciais. Universo: Indivíduos maiores de 18 anos residentes em Portugal. Amostra: Amostragem por quotas, obtida a partir de uma matriz cruzando sexo, idade e região (NUTSII),a partir do universo conhecido, reequilibrada por género (2), grupo etário (4) e região (4). A amostra consiste em 607 entrevistas efetivas: 541 entrevistas CAWI e 66 entrevistas CATI; 292 homens e 315 mulheres; 136 entre os 18 e os 34 anos, 162 entre os 35 e os 49 anos, 158 entre os 50 e os 64 anos e 151 para os 65 e mais anos; Norte 216, Centro 132, Sul e Ilhas 85, Área Metropolitana de Lisboa 174. Técnica: Aplicação online - CAWI (Computer Assisted Web Interviewing) - de um questionário estruturado a um painel de indivíduos que preenchem as quotas pré-determinadas para os indivíduos com 18 ou mais anos; entrevistas telefónicas - metodologia CATI (Computer Assisted Telephone Interviewing) do mesmo questionário devidamente adaptado ao suporte utilizado, ao sub-universo utilizado pela AXIMAGE nos seus estudos políticos. O trabalho de campo decorreu entre 28 de novembro e 03 de dezembro de 2025. Taxa de resposta: 74,16%.Margem de erro: O erro máximo de amostragem deste estudo, para um intervalo de confiança de 95%, é de + ou - 4,0% Responsabilidade do estudo: Aximage - Comunicação e Imagem Lda., sob a direção técnica de Ana Carla Basílio..Barómetro DN/Aximage. Com Gouveia e Melo em queda, é André Ventura quem lidera intenção de voto presidencial.Tudo o que está em causa nas alterações à lei laboral, que levaram à marcação da greve geral para quinta-feira