Poder
02 novembro 2019 às 09h32

Montenegro arranca campanha no PSD a falar para o país

O candidato à liderança do PSD lançou esta sexta-feira o site da sua candidatura e a mensagem é toda virada para os portugueses. No mesmo dia, em Braga, voltou ao mesmo registo e pediu um partido "forte" para reformar o país sem depender do PS.

"A força vem de dentro" é o slogan da candidatura de Luís Montenegro à liderança do PSD. O antigo líder parlamentar lançou esta sexta-feira um site onde fala mais para o país do que para o partido. Em Braga, numa ação de campanha, defendeu que quer um PSD "forte para reformar Portugal sem depender do PS. E esta vai ser a marca de distinção em relação ao seu principal opositor, Rui Rio, que admitiu entendimentos com António Costa nas grandes questões estruturais.

Num vídeo, em mangas de camisa, à beira-mar, Montenegro faz apelo ao regresso ao poder dos sociais-democratas: "Quero partilhar convosco a minha vontade e a minha determinação em hoje liderar o PSD e amanhã liderar Portugal". E de tal forma quer um discurso abrangente que abraça na sua mensagem até os que não se revêm na social-democracia.

"Sinto em primeiro lugar uma Força grande que vem de dentro do PSD, dos seus militantes, dos seus simpatizantes, dos seus votantes, dos seus autarcas, de todos aqueles que têm acreditado ao longo dos anos na nossa mensagem política e no nosso trabalho. Mas sobretudo sinto uma grande Força que vem de dentro de cada português, de todos os portugueses, de todos os partidos ou mesmo daqueles que não têm nenhum tipo de preferência partidária".

Montenegro assume nesta primeira mensagem de candidatura a sua visão para o país, numa tentativa clara de passar a mensagem aos militantes do PSD que é o mais capaz de levar o partido a futuras vitórias eleitorais. "Sinto em primeiro lugar uma Força grande que vem de dentro do PSD, dos seus militantes, dos seus simpatizantes, dos seus votantes, dos seus autarcas, de todos aqueles que têm acreditado ao longo dos anos na nossa mensagem política e no nosso trabalho. Mas sobretudo sinto uma grande Força que vem de dentro de cada português, de todos os portugueses, de todos os partidos ou mesmo daqueles que não têm nenhum tipo de preferência partidária".

No site, além da nota biográfica, há um espaço para os apoios das figuras mais relevantes do PSD. Para já as da antiga ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, a do antigo líder da JSD, Pedro Duarte (que chegou a equacionar uma candidatura à liderança) e do ex-deputado José Matos Correia. Há ainda uma galeria multimédia, onde serão alojadas as prestações de Montenegro nos media, como a entrevista que deu à SIC e onde assumiu a candidatura à presidência do partido.

Corte radical com o PS

Também na sexta-feira à noite, o antigo líder parlamentar do PSD fez o corte radical com um possível entendimento com o PS ao defender que o PSD "tem de ter vida própria e autónoma e tem de ser suficientemente forte para, nas próximas legislativas, não ter 27 % mas uma maioria absoluta na Assembleia da República e não depender do PS para fazer as reformas de que o país precisa".

"O PS não vai querer fazer nenhum acordo connosco, não vale a pena perdermos tempo sendo muletas ou bengalas do PS, independentemente das áreas onde se devem projetar entendimentos quanto a reformas estruturais. Se uma das partes não quer, que é o PS, não vale a pena insistir", disse.

Neste jantar com apoiantes em Braga, Luís Montenegro afirmou ainda que da discussão do programa de governo a conclusão que se tira é que "Portugal precisa de uma alternativa política firme, séria e forte à protagonizada pelo PS e pelos partidos de esquerda". Até porque, insistiu, "Não há nenhuma crise na esquerda nem na geringonça. A geringonça existe, o casamento está em vigor. Os parceiros discutem em público mas depois arranjam-se em privado".

Montenegro não comentou, no entanto, a prestação de Rui Rio no debate, que foi elogiada por outro candidato na corrida à presidência do PSD, Miguel Pinto Luz.


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