PSD. Miguel Pinto Luz pondera avançar este fim de semana

O vice-presidente da Câmara de Cascais está a ponderar anunciar a sua candidatura à liderança do PSD este fim de semana ou o mais tardar no início da próxima, apurou o DN junto de fontes que lhe são próximas.
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Miguel Pinto Luz não deverá assim esperar pela decisão de Rui Rio para formalizar a entrada na corrida a futuras diretas no partido. O autarca e ex-líder da distrital de Lisboa do PSD tem a seu lado figuras como Carlos Carreiras, presidente da Câmara de Cascais, José Eduardo Martins, ex-vice presidente da bancada social-democrata, e Marco António Costa, antigo vice-presidente do Pedro Passos Coelho e um dos homens que melhor conhece o aparelho do partido.

A mesma fonte garante ao DN que Miguel Pinto Luz, que já tinha assumido que seria candidato numa nova disputa à liderança do PSD, tem já apoios de peso no partido, nomeadamente nas duas maiores distritais, a de Lisboa e a do Porto.

Luís Montenegro, antigo líder parlamentar do PSD, foi o primeiro a dar o pontapé de saída nesta fase pós-eleições europeias e assumiu a sua candidatura numa entrevista à SIC, terça-feira à noite. Pedro Duarte, que em tempos se assumiu como potencial candidato já manifestou o apoio à candidatura do antigo líder parlamentar social-democrata, que tem como muito próximo o sucesso na bancada, Hugo Soares.

A confirmar-se que Pinto Luz também avança no fim de semana, ambos se antecipam à tomada de posição do partido sobre os resultados das eleições legislativas, já que Rui Rio convocou as comissões Permanente e Política do partido - a última é órgão de direção política onde têm assento além dos vice-presidentes, outras figuras como o líder do grupo parlamentar, no caso Fernando Negrão, os presidentes do PSD Açores e Madeira; a presidente da JSD, e o secretário-geral dos TSD. É provável que na sequência dessa reunião, Rio assuma se irá ou não recandidato à liderança do partido.

E apesar do vice-presidente do PSD David Justino ter vindo a público dizer que não é garantido que Rio se recandidate, a verdade é que vários dirigentes e figuras do partido vieram defender que os resultados eleitorais de domingo não justificam a saída do atual presidente. Entre estes dois vice-presidentes, Nuno Morais Sarmento e Salvador Malheiro. No Forúm TSF, o também presidente da Câmara de Ovar contrariou a ideia de Montenegro que é preciso uma oposição mais abrasiva ao governo e ao PS com a ideia que foi assim precisamente que o CDS caiu num péssimo resultado.

Para Salvador Malheiro, o resultado obtido pelo PSD, encabeçado por Rio, foi "honroso" e só não teve uma dimensão interna maior devido ao oportunismo dos militantes que se lhe opõem. Os mais de 27% obtidos pelo PSD de Rio surgiram mesmo no seio de uma "constante agitação durante dois anos".

E ao contrário de Cavaco Silva, que se mostrou "triste" com o resultado das legislativas para o PSD e avançou com o nome de Maria Luís Albuquerque, a cavaquista Manuela Ferreira Leite saiu em defesa de Rio.A antiga líder do PSD considerou que quem desafia a liderança de Rio ainda não provou que podia fazer melhor nas atuais circunstâncias. E advertiu que o partido corre o risco de ficar em "frangalhos".

"Ele pode ir embora se for essa a sua decisão, mas deixa, por muito tempo, o partido esfrangalhado. Não ficámos contentes com o resultado destas eleições, mas iríamos para muito pior se ele não tomasse conta do partido", sublinha a comentadora social-democrata.

No anúncio que será candidato nas próximas diretas do PSD, Luís Montenegro considerou que o resultado obtido nas últimas eleições legislativas é "mau" e é "resultado de uma estratégia política que falhou", garantindo que o primeiro-ministro António Costa "era batível". No plano estratégico de Montenegro estão possíveis alianças com CDS, Iniciativa Liberal e Aliança, mas deixou a garantia que o Chega está fora desse leque.

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