Joacine Katar Moreira: "Na minha ótica isto é um voto de confiança"

Joacine Katar Moreira saiu do primeiro dia de congresso do Livre a afirmar que o adiamento decidido pelos congressistas é "um voto de confiança". Nem pensar, responde a direção.
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Depois de um dia de alta tensão, Joacine Katar Moreira saiu do congresso do Livre com um discurso de confiança. Mas a interpretação da deputada sobre o que se passou hoje no centro cívico Edmundo Pedro, em Lisboa, é contrariada pela direção do partido.

Na conclusão do primeiro dia de trabalhos do IX congresso, Joacine afirmou que os acontecimentos deste sábado lhe vão exigir uma reflexão, mas acrescentando: "É um facto que a maioria dos membros do partido votaram para que houvesse um adiamento e houvesse a hipótese de eu ser, verdadeiramente, escutada, algo que não tinha acontecido". O que, para Joacine, é um sinal de confiança - "Na minha ótica isto é um voto de confiança".

"Isto significa que a maioria dos membros do partido não está ansioso e não tem necessidade nenhuma de que eu me vá embora", acrescentou a deputada única do Livre, sublinhando que irá "refletir numa maneira de superar este violento escrutínio, não unicamente dos órgãos de comunicação social, mas igualmente de elementos do Livre".

Mas a leitura da deputada sobre o adiamento da decisão de lhe retirar a confiança política, como é proposto numa resolução da Assembleia, o órgão máximo entre congressos do Livre, é contrariada pela direção do partido. "Não se tratou, em absoluto, de um voto de confiança", referiu Pedro Mendonça, membro do Grupo de Contacto que cessa agora funções (e recandidato ao cargo).

"Não se tratou de um voto de confiança, nem voto de desconfiança", contrapôs. "O que sentimos que o congresso quis foi dar a garantia de que não há dúvidas absolutamente nenhumas da justiça ou injustiça da decisão", disse o dirigente do Livre, lembrando que a direção se solidarizou "em 100%" com a resolução da Assembleia que retira a confiança política a Joacine.

"Este congresso, tirando um ou dois momentos que me vou escusar de comentar, decorreu com elevação, com urbanidade, querendo que tudo fique justificado, para que não restem dúvidas nenhumas de que as decisões dos órgãos do Livre são justas para todos os membros e representantes do Livre", afirmou Pedro Mendonça, dizendo não conseguir compreender a interpretação de Joacine de que o congresso lhe deu um voto de confiança e reiterando que aquilo que foi a votos foi apenas o timing da decisão - se era tomada em congresso ou se passava para os novos órgãos.

"Não me parece que Joacine Katar Moreira possa estar dentro da cabeça ou da decisão política de órgãos que ainda nem sequer foram eleitos", rematou.

O IX congresso do Livre prossegue amanhã com o debate das moções - uma global e 17 setoriais, dado que a moção que pedia a retirada da confiança política a Joacine foi retirada, face aos resultados da votação deste sábado. Amanhã serão também conhecidos os resultados das votações para os órgãos do partido.

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