Rui Rio: "Não tenho o estilo de oposição que à mínima coisa lança o foguete"

Presidente do PSD respondeu assim à questão de porque não decidiu o partido pedir uma comissão de inquérito ao caso do roubo de Tancos. Em entrevista à RTP, deu ainda razão aos professores no braço de ferro com o governo.
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Rui Rio usou o seu estilo para justificar o facto de o PSD não ter pedido uma comissão de inquérito ao caso do roubo de armas em Tancos, na semana passada, quando foram detidos elementos da Polícia Judiciária Militar por alegadamente estarem envolvidos no encobrimento do assalto.

"Só estou a tomar uma posição agora depois de saber as coisas com esta gravidade. Não tenho o estilo de oposição que à mínima coisa lança o foguete e vai a correr atrás. Não é meu estilo, o meu estilo é mais estruturado. Temos de fazer as coisas com a devida ponderação", respondeu em entrevista esta quinta-feira à noite na RTP.

Antes disso, o presidente do PSD defendeu a demissão do ministro da Defesa, "a ser verdade que ele sabia de tudo desde dezembro", quando lhe terá sido entregue um relatório sobre o encobrimento do assalto e a recuperação das armas.

Rui Rio aproveitou ainda para se colocar ao lado dos professores na reivindicação em relação à contagem integral do tempo de serviço (9 anos, 4 meses e 2 dias), no dia em que o governo aprovou a recuperação de 2 anos, 9 meses e 18 dias."Os professores têm razão, ponto. O governo prometeu aquilo que à partida sabia que não podia cumprir." E garantiu que "quando tiver que prometer alguma coisa aos professores, tenho a certeza que será exequível".

Líder do PSD desde fevereiro deste ano, Rui Rio foi mais uma vez obrigado a defender o seu estilo e comentar os opositores internos, ainda que com reservas. "Primeiro, Portugal, depois o Partido, e depois nós próprios. Esta frase é de Sá Carneiro, mas podia ser minha e peço que olhem sempre para mim assim."

Defendeu que o diálogo com o PS acontece nos casos de reformas essenciais para o país, como a da Justiça, e que "não poderão ser feitas por um só partido".

Dentro de um ano, Rui Rio vê o PSD "taco a taco" com o PS para ganhar as eleições. "Hoje, ainda está longe, mas daqui a um ano, com o caminho que eu quero seguir e face as fragilidades que o governo vai demonstrando, vamos chegar lá". E deixou o alerta: "Agora, não basta eu querer, os militantes quererem, os que vão debilitando o partido, naturalmente estão a fazer o jogo do partido socialista."

Depois das eleições e for preciso fazer coligações, Rui Rio reconhece que o CDS-PP "é o parceiro natural", já que "ainda nem sequer" sabe "o que vai ser o novo partido de Santa Lopes". "Depois logo vemos isso."

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