Regresso de Manuel Monteiro aceite no CDS por unanimidade
O regresso de Manuel Monteiro ao CDS, partido que liderou, entre 1992 e 2008, vai mesmo acontecer. A sua refiliação foi aprovada por unanimidade pela concelhia centrista da Póvoa do Varzim, onde entregou a sua ficha de militante, segundo o Expresso.
O semanário já tinha noticiado na sua edição de sábado a intenção de Monteiro em regressar ao partido. Mas questionada pelos jornalistas no fim de semana, Assunção Cristas afirmou que soube da intenção de Monteiro pelos jornais. "O mais importante nesta fase, é que todos os votos no espaço político de centro e de direita sejam expressos (....) e todos os votos são necessários e todos os apoios são bem-vindos", disse na altura a presidente do CDS.
Há um ano e meio Assunção Cristas assumiu, em entrevista ao Expresso, que o regresso de Monteiro viria abrir "feridas" antigas e incomodar pessoas próximas de si, pelo que o período de nojo necessário não estaria ainda cumprido. "Feridas" entre os próximos de Paulo Portas, com quem entrou em rutura e o levou ao abandono do partido, após largos anos em que ambos foram muito próximos politicamente, tendo Portas sido um dos estrategas da sua liderança. Em particular na altura em que o CDS virou mais Partido Popular e fez sua bandeira o anti-europeísmo de Maastricht.
Foi em 1998, após um mau resultado autárquico, que Manuel Monteiro anunciou a demissão da direção do partido. No congresso para eleição de uma nova liderança, Monteiro apoiou Maria José Nogueira Pinto contra Paulo Portas, que acabou por conquistar a presidência do CDS.
Em 2003, já desfiliado do CDS, Manuel Monteiro fundou um novo partido a Nova Democracia, cuja liderança abandonou em 2008. Desde 2010, depois de ter sido cabeça de lista do Nova Democracia/Missão Minho no círculo de Braga nas legislativas de 2009, afastou-se de qualquer atividade partidária.