Governo. PS e BE iniciam negociações

Os dois partidos reúnem-se na quarta-feira às 18.00. É o início do processo negocial para um novo acordo entre o partido de António Costa e de Catarina Martins. Quinta-feira reúne a Comissão Política Nacional do PS
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Uma delegação liderada pela própria Catarina Martins reúne-se esta quarta-feira, pelas 18.00, na sede do Bloco de Esquerda com outra do PS. Os socialistas e bloquistas dão assim o pontapé de saída para negociarem um novo entendimento que permita viabilizar o governo minoritário de António Costa. Resta saber se haverá uma geringonça renovada ou se serão feitos acordos caso a caso no Parlamento.

Ainda em campanha eleitoral, a líder do Bloco de Esquerda abriu a porta ao novo entendimento com o PS. Catarina Martins deixou a porta aberta a duas possibilidades: ou um acordo formal com o PS, como aconteceu em 2015, o que implicou a assinatura de um caderno de encargos; ou a possibilidade de o BE ir aprovando caso a caso as propostas do executivo.

A delegação do BE, além de Catarina Martins, será composta por Pedro Filipe Soares, que tem liderado a bancada parlamentar bloquista, e os deputados Mariana Mortágua e Jorge Costa.

"A nossa responsabilidade é tomar a iniciativa, a responsabilidade dos outros é não fecharem a porta", afirmou o líder do PS no seu discurso de vitória. Apesar de frisar que o partido saiu reforçado das eleições e que foi o seu programa a ganhar o voto maioritário dos portugueses, considerou ser "desejável renovar a solução da geringonça", quando pela primeira vez na democracia portuguesa as esquerdas se entenderam para viabilizar um governo.

António Costa, que por várias vezes ao longo dos anos, antes das eleições de 2015, tinha manifestado o desejo de que o "arco da governação" incluísse PCP, Verdes e Bloco, até então definidos como "partidos de protesto", lembrou porém que a possibilidade de um novo acordo "não depende só do PS".

Jerónimo de Sousa, secretário-geral do PCP, cujo partido perdeu cinco deputados, pareceu determinado a não reeditar a solução de 2015, dizendo que "não haverá repetição da cena do papel", ou seja, de um acordo assinado.

Entretanto, o secretário-geral do PS já convocou para quinta-feira uma reunião da Comissão Política Nacional do seu partido para analisar os resultados das eleições legislativas de domingo. A reunião do órgão de direção alargada dos socialistas vai ter lugar depois de o líder do PS iniciar na quarta-feira uma primeira ronda de conversações com as forças da esquerda parlamentar (BE, PCP, PEV e Livre) e PAN, procurando desta forma assegurar condições de governabilidade a partir do novo quadro político.

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