Costa justifica número de governantes. E lembra que não há relações familiares

Primeiro-ministro notou que há calendário disponível para que a tomada de posse possa "acontecer na sexta-feira e no sábado, dependendo da publicação dos resultados".
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António Costa justificou o número de 50 secretários de Estado pela necessidade de "reajustar as orgânicas em função da legislatura", recusando que um governo seja avaliado e medido "em função do número de governantes".

O primeiro-ministro indigitado notou que este é um executivo sem ligações familiares: "Vi muita ficção jornalística, vi muitos poucos casos concretos. Aquilo que sabemos - e que todos podem observar - é que não há no Governo qualquer tipo de relação familiar".

Do XXII Governo Constitucional, face ao cessante, vão sair o ministro do Trabalho e da Segurança Social, José António Vieira da Silva, que é pai de Mariana Vieira da Silva, que no novo executivo será ministra de Estado e da Presidência. Por outro lado, Ana Paula Vitorino, mulher do ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, deixou o Ministério do Mar, sendo substituída por Ricardo Serrão Santos.

Quanto aos gabinetes dos membros do executivo, António Costa referiu que o Governo cessante "convidou a Assembleia da República, e o Grupo Parlamentar do PS correspondeu ao convite, tendo sido aprovada no parlamento um diploma definindo também regras relativamente a relações familiares". "Foi definida uma lei e, havendo uma lei, a lei deve ser cumprida", acrescentou o primeiro-ministro indigitado.

Para já, notou o primeiro-ministro, há calendário disponível para que a posse possa "acontecer na sexta-feira e no sábado, dependendo da publicação dos resultados" eleitorais, dependentes da análise que o Tribunal Constitucional fizer da reclamação do PSD, que o socialista se recusou a comentar, mas também de uma eventual reunião europeia sobre o Brexit.

Recordando as principais prioridades do país, Costa notou, esta segunda-feira, no final da audiência com o Presidente da República, que "é uma prioridade do país reforçar a coesão territorial" e a "valorização do Interior".

O socialista insistiu que "a vontade do país é que haja quatro anos de estabilidade": "É importante que haja continuidade do diálogo" com os partidos de esquerda, falando do BE, PCP, PEV e incluindo o PAN. Há quatro anos, lembrou o primeiro-ministro, "houve uma rutura": "Pôs-se fim a um conceito anacrónico, que era o do arco da governação" e "derrubou-se um muro também anacrónico", que era a ideia de que "dois partidos estão excluídos" e que "há uma incomunicabilidade" com esses partidos foi quebrada, notou.

Para António Costa, "nada voltará a ser como dantes", "há todas as condições de um diálogo político".

Questionado sobre negócios cruzados entre a ministra da Agricultura, Maria do Céu Albuquerque, e o recém-nomeado secretário de Estado da Conservação da Natureza, das Florestas e do Ordenamento do Território, João Paulo Catarino, que terão sido mantidos pelos dois governantes, também no tempo de autarcas, o primeiro-ministro manifestou total surpresa (até pela sua expressão facial).

"Desconheço qualquer tipo de conflito de interesses. Se houver isso implica necessariamente impedimentos a esse tipo de conflito de interesses", respondeu Costa rapidamente, para logo se centrar na explicação da passagem das Florestas para a tutela do Ambiente e Ação Climática, como prioridade do país.

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