Porta-voz de Trump com bandeira de pernas para o ar. Como em série
Sean Spicer surgiu com pin da bandeira dos EUA invertido. A semelhança com o logótipo da série "House of Cards" da Netflix não passou despercebida
Quando Sean Spicer chegou esta sexta-feira junto dos jornalistas para o tradicional encontro diário, foi o pin que trazia na lapela do casaco que chamou a atenção. Isto porque o porta-voz da administração Trump não reparou que o usava ao contrário: o retângulo azul no canto superior esquerdo onde 50 estrelas brancas simbolizam os 50 estados norte-americanos estava no canto inferior direito, assemelhando-se ao logótipo de House of Cards da Netflix. "Não estou a fazer publicidade à série", disse Spice, com um sorriso, quando chamado à atenção pelos repórteres.
O facto não se ficou pela Casa Branca. O perfil no Twitter do drama político norte-americano protagonizado por Kevin Spacey serviu para enviar um recado ao porta-voz. "A sua lealdade não passou despercebida"; brincaram os gestores da página na rede social.
Subscreva as newsletters Diário de Notícias e receba as informações em primeira mão.
O próprio criador da série, Beau Willimon, não deixou Sean Spicer passar impune e escreveu, igualmente no Twitter, que "não é a primeira vez que Trump e companhia são culpados por plágio". Uma referência a casos como o do bolo criado para a inauguração da presidência de Trump, que causou celeuma nas redes sociais pela semelhança com o da tomada de posse de Barack Obama, em 2013. Ou também ao discurso da agora primeira-dama Melania Trump no primeiro dia da Convenção Nacional Republicana, em julho do ano passado, que incluiu frases proferidas por Michelle Obama em 2008.
E ainda o caso do livro de Monica Crowley, a mulher que o presidente dos EUA queria para conselheira em comunicação do Conselho de Segurança Nacional. Um jornalista da CNN identificou na obra, publicada em 2012 pela Harper Collins, mais de meia centena de passagens copiadas de artigos de imprensa, sites, publicações de centro de reflexão ou até a Wikipédia. Crowley acabaria por recusar o convite para o cargo e o seu livro foi retirado das bancas "até que a autora tenha a possibilidade de fundamentar e alterar o seu texto".
O criador Beau Willimon explicou em 2013, aquando da estreia de House of Cards, a utilização da bandeira dos Estados Unidos invertida como logótipo da série. "A bandeira norte-americana de cabeça para baixo é sinal oficial de aflição", disse. Já a ausência das estrelas representa a perda desses valores.
De acordo com o Código das Bandeiras norte-americano, essa "nunca deve ser exibida com a união [nome dado ao retângulo azul com as 50 estrelas] em baixo, exceto como sinal de terrível sofrimento em situações de extremo perigo para a vida ou para a propriedade".