Bryan Singer, realizador de "X-Men", acusado de abuso sexual
A história tem mais de uma década, a acusação formal chegou na quinta-fiera. Bryan Singer, realizador de filmes como Os Suspeitos do Costume e X-Men, foi acusado de ter abusado sexualmente de um jovem então com 17 anos.
Cesar Sanchez-Guzman é o autor da queixa que chegou ao tribunal de Seattle.
Os acontecimentos remontam a 2003. Numa festa, a bordo de um iate, o jovem foi convidado pelo realizador para conhecer o barco. A queixa descreve que quando lhe mostrou o quarto principal, Singer fechou a porta e "exigiu sexo", de acordo com o New York Times. Perante a recusa, Cesar Sanchez Guzman foi forçado.
Ainda de acordo com a acusação, depois dos acontecimentos, "Singer abordou Cesar e disse-lhe que era produtor em Hollywood e que o podia ajudar com a carreira de ator desde que não dissesse nada sobre o incidente". De acordo com o documento, também citado pela Newsweek, Singer acrescentou que ninguém acreditaria em Sanchez-Guzman se ele relatasse o sucedido e que ele poderia contratar pessoas capazes de arruinar a sua reputação".
Bryan Singer contesta as acusações. "Categoricamente nega as alegações e veementemente defenderá este processo até ao fim", respondeu um porta-voz do realizador. "Ele vai formalizar as suas queixas por acusação maliciosa", acrescenta.
Esta tem sido uma semana difícil para Bryan Singer, despedido esta semana do biopic Bohemian Rapsody. O realizador cessou a colaboração na produção produção sobre os Queen e o músico Freddie Mercury depois de não ter aparecido no local de filmagens após a pausa de Ação de Graças, divulgou a 20th Century Fox. O filme está a ser rodado em Inglaterra.
Cesar Sanchez-Guzman afirma que ficou psicologicamente afetada por estes acontecimentos.
Não é a primeira vez que uma queixa de abusos sexuais envolve o nome do realizador de X-Men e Os Suspeitos do Costume, com Kevin Spacey. Em 2014, Michael Egan acusou Bryan de o ter drogado e violado em 1999, quando ainda era menor de idade e aspirante a ator.
As queixas foram retiradas e o advogado, Jeff Herman, pediu desculpa publicamente a outros dois produtores de Hollywood, Garth Ancier e David Neuman, envolvidos nesta queixa. Este mesmo advogado é apontado pela Newsweek como o atual defensor de Cesar Sanchez-Guzman.
Jeff Herman tem vindo a especializar-se em casos de abusos sexuais, nomeadamente contra figuras da Igreja Católica e uma rabino, Joel Kolko, o primeiro caso de um líder judeu depois de se terem tornado públicos casos de violação no seio da Igreja.
Porta-vozes de Bryan Singer vieram relembrar o pedido de desculpas a que foi forçado em 2014 quando retirou o processo e o facto de Michael Egan ter sido condenado a dois anos de prisão em 2015 por fraude.
"O advogado atrás deste processo é o mesmo que representou Michael Egan, o condenado que processou Bryan Singer em 2014. No final, Egan foi forçado a desistir do caso quando os factos se tornaram conhecidos e a história ruiu", dizem os porta-vozes de Singer, citados pela Newsweek.