Pedro Nuno Santos, secretário-geral do PS, durante visita ao Bairro do Zambujal, na Amadora
Pedro Nuno Santos, secretário-geral do PS, durante visita ao Bairro do Zambujal, na AmadoraFOTO: Reinaldo Rodrigues

Pedro Nuno Santos critica "inaptidão" de Margarida Blasco e responsabiliza Montenegro

Secretário-geral do PS responsabiliza o primeiro-ministro porque foi ele quem escolheu e mantém Margarida Blasco no cargo de ministra da Administração Interna.
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O líder do PS considerou esta segunda-feira que a ministra da Administração Interna já mostrou em diferentes momentos a "inaptidão para as funções", responsabilizando o primeiro-ministro porque foi ele quem escolheu e mantém Margarida Blasco no cargo.

À margem de uma visita ao Bairro do Zambujal, na Amadora, Pedro Nuno Santos foi questionado sobre as declarações da ministra da Administração Interna sobre direito à greve nas polícias, que motivou um esclarecimento horas depois do próprio ministério a dizer que afinal esse tema não fará parte das negociações.

"Nós estamos a falar de uma função de soberania e a senhora ministra da Administração Interna, em poucos meses, já mostrou em diferentes alturas, em diferentes momentos, a sua inaptidão para as funções. A função de ministra da Administração Interna não é uma função qualquer", criticou Pedro Nuno Santos.

Para o líder do PS, "o problema, ao fim de algum tempo, já é não é da senhora ministra".

"Ao fim de algum tempo o problema já é do primeiro-ministro. Em primeiro lugar porque é o primeiro-ministro que escolheu a senhora ministra e portanto isso também diz muito sobre a capacidade do senhor primeiro-ministro em construir boas equipas", criticou.

Por outro lado, de acordo com Pedro Nuno Santos, é Luís Montenegro "que mantém a senhora ministra".

"A partir de determinada altura, o responsável já é o primeiro-ministro e neste momento para mim o responsável já é o primeiro-ministro", enfatizou.

Para Pedro Nuno Santos, "no trabalho de qualquer político e de um ministro em particular é fundamental saber comunicar com as pessoas, com a população, mas aqui nem é só o saber comunicar, é que aqui há outra dimensão de problema", afirmou.

Neste caso concreto sobre o direito à greve, "num dia diz-se uma coisa e passado umas horas volta-se atrás".

"Isso é inaceitável do ponto de vista do exercício de funções governativas", condenou.

Sobre a posição do PS, Pedro Nuno Santos destacou "uma posição sólida sobre essa matéria" dos socialistas.

"São forças de segurança fundamentais para garantir a ordem pública e na nossa opinião não é compaginável com greves", reiterou.

No encerramento do congresso da Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP/PSP) Margarida Blasco tinha afirmado: "vamos começar no dia 6 de janeiro um conjunto de revisões e é um ponto que pode estar e estará, com certeza, em cima da mesa. Neste momento não vou dizer se sim ou se não, porque vai ter de ser submetido a um estudo", quando questionada pelos jornalistas sobre se estava disposta a conceder o direito à greve aos polícias.

Contudo, horas depois, um esclarecimento do Ministério da Administração Interna enviado às redações refere que "a posição do Governo é clara: nesse diálogo pode ser discutida a representação laboral e os direitos sindicais. Mas não o direito à greve".

No final do congresso, que decorreu em Lisboa, a questão do reconhecimento do direito à greve na polícia foi abordada pelo presidente da ASPP/PSP, Paulo Santos, que destacou que esse ponto é há muito tempo reivindicado pelos sindicatos e manifestou mesmo a sua satisfação pela abertura demonstrada pela ministra.

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