"É uma boa medida". É assim que Maria do Rosário Gama, presidente da Apre! classifica a intenção do governo em acabar com a reforma obrigatória aos 70 anos no Estado. Mas adverte que tem não pode ser mais um passo para um novo aumento da idade da reforma..A dirigente da associação sublinha que "com 70 anos há muitas pessoas com capacidades cognitivas e físicas que lhes permitem continuarem a trabalhar". E se decidirem prolongar as suas carreiras de forma "voluntária" isso é positivo, diz, tal como acontece já no setor privado. Maria do Rosário Gama lembra que o grupo de trabalho no Observatório do Envelhecimento da ONU, que a Apre! integra, também está a defender esse mesmo fim da idade da reforma obrigatória..A presidente da Apre! teme, no entanto, que esta medida do governo seja "uma porta aberta para avançar com um novo aumento da idade da reforma", já que em toda a União Europeia se discute esta possibilidade..Para Maria do Rosário Gama é preciso ainda acautelar que com o fim da imposição dos 70 anos para a idade da reforma fique bloqueado o acesso a muitos cargos de topo da Administração Pública. "As pessoas que não se quererão reformar a essa idade serão certamente os que têm melhores cargos", afirma a dirigente da associação dos reformados. É preciso, por isso, garantir que os mais os funcionários mais novos poderão ascender aos postos mais elevados da função pública. "É preciso um compromisso entre os que são experientes, o conhecimento dos mais velhos, mas também o lugar dos mais novos que têm de prosseguir as suas carreiras"..O Ministério das Finanças confirmou ao Público que está a "ultimar o projeto de diploma" para equiparar o setor público ao setor privado no que diz respeito à idade de reforma.