Há diálogo para construir"soluções" para a retoma da atividade de diversão noturna, diz Governo

Há mais 203 casos de covid-19 e três mortes, segundo o boletim epidemiológico da Direção-Geral da Saúde. O país soma 50.613 infetados e 1725 óbitos, desde o início da pandemia. Secretária de Estado Adjunta e da Saúde destaca "redução consistente dos novos casos diários".
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Em Portugal, há 50.613 casos confirmados de covid-19 desde o início da pandemia, dos quais 203 foram reportados nas últimas 24 horas (um aumento de 0,4%). Há a registar mais três mortes, elevando para 1725 o número total de óbitos, de acordo com o boletim epidemiológico da Direção-Geral da Saúde (DGS), divulgado esta quarta-feira (29 de julho).

As três mortes ocorreram na região de Lisboa e Vale do Tejo, onde foram registados 146 novos casos, o que representa 71,9% do total nacional de novas infeções.

A taxa de letalidade é de 3,4% e acima dos 70 anos é de 16%, afirmou a secretária de Estado Adjunta e da Saúde, Jamila Madeira, na conferência de imprensa desta quarta-feira sobre a evolução da pandemia em Portugal.

Estão hospitalizados 403 doentes (mais um face ao dia anterior), das quais 43 (mais dois) em unidades de cuidados intensivos.

A secretária de Estado Adjunta e da Saúde destacou a "redução consistente dos novos casos diários", o que reflete o esforço de várias entidades.

Sobe para 71 o número de casos positivos no surto em Tomar

Questionada sobre o surto na aldeia de Póvoa de São Miguel, no concelho Moura, distrito de Beja, a diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, informou que foram detetados 28 casos positivos. Mais de 150 pessoas foram testadas devido a este surto com "origem familiar e social", que apresenta estabilidade, mas não está ainda controlado.

Na conferência de imprensa, Graça Freitas atualizou ainda a informação sobre o foco detetado na empresa transformadora de carnes, no parque empresarial de Tomar. De ontem para hoje foram registados "mais 18 casos num total de 71 casos positivos".

Em relação aos empresários de diversão noturna que continuam à espera de respostas do Governo, a secretária de Estado Adjunta e da Saúde afirmou que tem havido diálogo para encontrar soluções para a retoma da atividade.

"Temos procurado uma retoma das diferentes atividades económicas no contexto deste novo normal e todas as semanas o Governo reavalia e reajusta tendo em conta a avaliação da situação epidemiológica e da evolução do número de casos. Nesse contexto, amanhã haverá novamente Conselho de Ministros, haverá uma avaliação dessa situação", afirmou.

Jamila Madeira refere que a situação reportada pelas "entidades ligadas aos bares e à vida noturna foi já por diversas sinalizada". "Tem sido acompanhada quer pelo Ministério da Saúde e da DGS quer pelo Ministério da Economia", sublinhou.

"Têm sido promovidos diálogos no sentido de construir soluções", revelou a secretária de Estado Adjunta e da Saúde. "Não consigo antecipar decisões do Conselho de Ministros, mas da nossa parte o que as entidades do setor podem ter a certeza é que têm o máximo de preocupação", mas tendo em conta as medidas "em prol da segurança de todos", concluiu.

Final da Taça de Portugal e da Liga dos Campeões sem público

Sobre a final a oito da Liga dos Campeões, que vai realizar-se em Portugal já em agosto, a diretora-geral da Saúde referiu que "não vai haver público" e elogiou a "forma exemplar" como decorreu a Liga.

"As atividades desportivas voltaram sob regras muito específicas, em segurança e sem público. As regras resultaram bem. Houve casos positivos, mas obedeceu-se ao protocolo, testaram-se as pessoas e tudo decorreu de forma exemplar. O mesmo se vai aplicar à final da Taça de Portugal e à Liga dos Campeões. Não vai haver público".

O boletim da DGS indica que há mais 249 pessoas recuperadas para um total de 35.875.

Além dos 146 novos casos em Lisboa e Vale do Tejo, que soma agora 25.763, verificam-se mais 36 infetados na região Norte (18.585), mais sete no Centro (4.429), mais nove no Alentejo (706), mais cinco no Algarve (858). Os açores mantêm os 167 casos e os 15 óbitos e a madeira os 105 infetados sem registo de vítimas mortais.

Portugal tem agora 13.013 casos ativos, menos 49 face ao dia anterior.

País está a trabalhar para que vacinas sejam disponibilizadas "a todos os cidadãos da UE"

O Presidente do conselho diretivo da Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde (INFARMED), Rui Santos Ivo afirmou que "há um conjunto alargado de vacinas em desenvolvimento. Algumas estão a passar da fase dois para a fase três. Estamos a trabalhar com os restantes 26 países da UE para que as vacinas sejam disponibilizadas a todos os cidadãos da UE".

"Há muitas vacinas em desenvolvimento, quase duas centenas. As que são em fase mais avançadas são de dez empresas, umas mais avançadas do que outras. Todas as opções são possíveis", afirmou. Sobre quando vão estar disponíveis, Rui Santos Isso disse que "temos de ser prudentes".

O relatório sobre a situação epidemiológica em Portugal refere que 1600 pessoas estão a aguardar resultados laboratoriais e 35.339 estão em vigilância pelas autoridades de saúde.

Comissão Europeia garante tratamento com Remdesivir

Enquanto o combate à pandemia de covid-19 continua a fazer-se em todo o mundo, com vários países a adotar novas restrições para conter a propagação do vírus devido ao aumento de infeções, a Comissão Europeia assegurou tratamentos com Remdesivir na União Europeia (UE).

O executivo comunitário anunciou, esta quarta-feira, que assinou um contrato de 63 milhões de euros com a farmacêutica Gilead , que visa "garantir doses de tratamento de Veklury, a marca comercial da Remdesivir", depois de este ser sido o "primeiro medicamento autorizado a nível da UE para o tratamento da covid-19".

Assim, "a partir do início de agosto, e a fim de satisfazer necessidades imediatas, serão disponibilizados aos Estados-membros e ao Reino Unido lotes de Veklury, com a coordenação e o apoio da Comissão", acrescenta o executivo comunitário.

Orçada em 63 milhões de euros financiados pelo Instrumento de Apoio de Emergência da Comissão Europeia, a medida visa garantir o tratamento de cerca de 30 mil pacientes que apresentam sintomas graves de covid-19, segundo as estimativas da instituição.

"Isto ajudará a cobrir as necessidades atuais ao longo dos próximos meses, assegurando simultaneamente uma distribuição justa a nível da UE, com base numa chave de repartição, tendo em conta as recomendações do Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças", explica a Comissão Europeia.

Rússia espera aprovar vacina contra a covid-19 já em agosto

No outro campo de combate à pandemia, a Rússia espera ter uma vacina contra a covid-19 para administrar já em agosto. As autoridades russas, ouvidas pela CNN, estão a apontar para o próximo dia 10, mas a aprovação da vacina do Centro de Investigação Nacional de Epidemiologia e Microbiologia Gamaleya de Moscovo pode acontecer mais cedo.

Os profissionais de saúde estão na linha da frente no combate à pandemia e serão eles os primeiros a tomar a vacina, que será aprovada para uso público.

"É um momento Sputnik", afirmou Kirill Dmitriev, líder do Fundo de Investimento Direto Russo, que financia a investigação da vacina, referindo-se a 1957, quando a União Soviética lançou, com sucesso, o seu primeiro satélite, em plena guerra fria.

"Os americanos ficaram surpreendidos quando ouviram o sinal de Sputnik. É o mesmo com esta vacina. A Rússia chegará lá primeiro", acrescentou Dmitriev, citado pela CNN esta quarta-feira.

Na semana passada, a Rússia anunciou que realizou com sucesso a fase de provas clínicas. "Os resultados das análises mostram de forma inequívoca que todos os voluntários desenvolveram uma resposta imunitária, como resultado da vacina", informou o Ministério da Defesa russo. Nessa altura foi referido que a 4 de agosto os voluntários vão ser submetidos a uma série de novas análises de controlo para confirmação dos resultados e inocuidade da vacina.

Laboratórios francês e britânico prometem 60 milhões de vacinas ao Reino Unido

Também esta quarta-feira, o laboratório francês Sanofi e o britânico GSK anunciaram que chegaram a acordo com o governo britânico para fornecer 60 milhões de doses de vacinas contra a covid-19, "sujeito à assinatura de um contrato definitivo".

Os dois grupos, que afirmam que a vacina que estão a desenvolver poderia ser autorizada já na primeira metade de 2021, informaram em comunicado que "estão em curso conversações ativas com a Comissão Europeia, com França e Itália na equipa de negociação, e com outros governos, para garantir o acesso global".

Apesar de reconhecer que "não há garantia" de que se encontre uma vacina contra o novo coronavírus, o ministro para os Negócios, Energia e Estratégia Industrial do Reino Unido, Alok Sharma, citado no comunicado, defendeu que "é importante" garantir "acesso rápido a uma vasta gama de promissores candidatos a vacinas".

Este é o quarto acordo deste tipo garantido pelo Reino Unido, após acordos semelhantes com a AstraZeneca, Valneva e BioNTech/Pfizer. O país assegurou já um total de 250 milhões de doses.

A Sanofi e a GSK preveem iniciar a primeira fase do estudo em setembro, com a conclusão estimada até ao final de 2020.

Mais de 208 mil mortos na Europa

A pandemia da doença provocada pelo novo coronavírus já provocou a morte de pelo menos 660.787 pessoas e infetou mais de 16.769.080 em todo o mundo, segundo o último balanço feito pela Agência France-Presse (AFP). Há pelo menos 9.555.900 pessoas consideradas curadas.

Os Estados Unidos são o país mais afetado, tanto em mortes como em casos, com 149.260 óbitos em 4.352.304 casos registados, de acordo com a contagem da Universidade Johns Hopkins. Pelo menos 1.355.363 pessoas foram declaradas curadas.

Depois dos Estados Unidos, os países mais atingidos são o Brasil, com 88.539 mortes em 2.483.191 casos, o Reino Unido, com 45.878 mortes (300.692 casos), o México, com 44.876 mortes (402.697 casos), e a Itália, com 35.123 mortes (246.488 casos).

A Europa totalizava, às 11:00 desta quarta-feira, 208.919 mortes para 3.116.136 casos, a América Latina e Caraíbas 188.718 mortes (4.527.911 casos), os Estados Unidos e Canadá 158.200 óbitos (4.467.181 casos), a Ásia 59.913 mortes (2.641.771 casos), o Médio Oriente 26.334 óbitos (1.123.083 casos), África 18.496 mortes (875.652 casos) e a Oceânia 207 mortes para 17.350 casos do novo coronavírus.

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