Número de internados por covid-19 deverá diminuir 20% até ao final do ano

O modelo de previsão da COTEC Portugal e da Nova IMS, da Universidade Nova de Lisboa, aponta ainda para a curva descendente de novos casos diários, com uma estimativa de 3200 novas infeções pelo Natal e 2900 no final do ano.
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Até ao final do ano, o número de pessoas internadas nos hospitais portugueses deverá ter uma redução de 20%. Esta é a estimativa avançada esta terça-feira pela plataforma Covid-19 Insights, um modelo de previsão da COTEC Portugal em parceria com a NOVA Information Management School (NOVA IMS), da Universidade Nova de Lisboa.

O modelo de previsão aponta para cerca de 2800 internados no dia de Natal e 2600 na semana seguinte. Estima-se uma "tendência idêntica" em relação ao número de pessoas internadas em Unidades de Cuidados Intensivos (UCI), com uma previsão de "420 camas ocupadas por altura do Natal e de 400 no final do ano", indica a COTEC e a NOVA IMS, em comunicado.

Um decréscimo no número de internados que, aliás, verifica-se nos dados divulgados esta terça-feira (15 de dezembro) no boletim epidemiológico da Direção-geral da Saúde (DGS). O relatório regista menos 48 pessoas hospitalizadas, face a segunda-feira - existem agora 3206 internados. Verifica-se também uma redução nas Unidades de Cuidados Intensivos, com menos sete doentes (são agora 506), em relação ao dia anterior.

A dashboard Covid-19 Insights refere que o pico de internamentos terá sido atingido no final de novembro - a 29 de novembro registou-se um máximo em UCI , com 536 doentes - e o pico da prevalência, referente ao número de casos ativos, também terá sido atingido nessa altura.

Em comunicado, os responsáveis pelo estudo, indicam que "o pico da incidência - novos casos diários - da infeção pelo vírus SARS-CoV-2 foi atingido em torno do dia 20 de novembro". Mais concretamente a dia 25 de novembro, conforme revelou o investigador André Peralta Santos, da Direção-Geral de saúde, durante a última reunião do Infarmed, realizada no início deste mês, que reuniu vários especialistas que fizeram uma análise à evolução da pandemia em Portugal.

"Atingiu-se a incidência máxima cumulativa por via de notificação no dia 25 [de novembro] e há já uma tendência de descida que esperemos que seja consolidada nos próximos dias", afirmou o investigador na reunião com os peritos.

O modelo de previsão da NOVA IMS e da COTEC Portugal "estima agora uma curva descendente até ao final do ano" na incidência do vírus, com "3200 novos casos diários pelo Natal e 2900 casos no final do ano".

Já em relação ao número de mortes por covid-19, a plataforma Covid-19 Insights prevê que "deverão ser contabilizados 900 a 1000 óbitos adicionais até 31 de dezembro".

O estudo analisa também a mobilidade dos portugueses tendo em conta o contexto de estado de emergência.

Os dados, refere a COTEC e a NOVA IMS, "mostram que a presença dos trabalhadores nos seus locais de trabalho se manteve praticamente inalterada, mesmo após a declaração do estado de emergência, a 24 de novembro", tendo sido decretado a obrigatoriedade do teletrabalho, sempre que possível.

"A presença dos portugueses nos seus locais de trabalho é, desde o início de outubro, cerca de 12% inferior à registada nos dois primeiros meses do ano, mantendo-se em níveis constantes desde o início de outubro", conclui o estudo.

Lisboa e Setúbal registam as maiores reduções na presença no local de trabalho, "com quebras acima dos 20% face ao período de referência".

Já Guarda, Viseu e Viana do Castelo têm quebras abaixo dos 10%, refere este modelo de análise.

Os dados mostram ainda que os portugueses passaram a frequentar menos os estabelecimentos de retalho e diversão, supermercados e farmácias, os parques e os transportes públicos. "A mobilidade dos portugueses reduziu-se significativamente durante o mês de outubro, mas tem estado estabilizada no último mês", explica Pedro Simões Coelho, professor catedrático da NOVA IMS e um dos coordenadores do COVID-19 Insights.

"Tratou-se de um movimento voluntário, que levou à retração da mobilidade dos portugueses perante o enorme aumento no número de novos casos diários, mas que não se intensificou após a declaração do estado de emergência", detalha ainda Pedro Simões Coelho.

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