Morreu o jornalista Pedro Camacho. Marcelo destaca "carreira brilhante"
O jornalista Pedro Camacho, antigo diretor de informação da Lusa e atualmente à frente da Direção de Inovação e Novos Projetos desta agência de notícias, morreu este sábado, aos 59 anos, vítima de covid-19, depois de várias semanas internado no Hospital de Cascais.
Pedro Camacho liderou a Lusa entre 2015 e 2018, já depois de ter dirigido a revista Visão entre 2005 e 2015. No seu currículo constam passagens pelos jornais Público e Diário de Notícias, nos quais, entre várias funções, foi responsável pelas respetivas editorias de Economia.
Foi diretor da revista "Visão" e publisher do Grupo Impresa durante uma década, entre 2005 e 2015.
O Presidente da República lamentou a morte do jornalista, considerando que deixa uma marca na comunicação social portuguesa e teve uma "longa e brilhante carreira".
Esta mensagem de Marcelo Rebelo de Sousa foi publicada no portal da Presidência da República na Internet.
"Com uma longa e brilhante carreira como jornalista, no Diário de Notícias, no Público, antigo diretor da Visão e da Agência Lusa, Pedro Camacho deixa a sua marca na comunicação social portuguesa e deixa também memórias de competência, camaradagem e profunda argúcia junto dos seus leitores e dos seus companheiros de profissão", refere-se nesta nota.
O chefe de Estado salienta ainda que Pedro Camacho, "filho da também recentemente falecida Helena Marques, com os seus irmãos Paulo e Francisco", pertence a uma família que "se notabilizou pela escrita e pelo jornalismo, à qual o Presidente da República deixa um abraço de amizade e sentidos pêsames".
Segundo o Expresso, quando deixou a Visão, o grupo da SIC e do Expresso agradeceu o contributo de Pedro Camacho pautado "pelos elevados padrões éticos e deontológicos do jornalismo" e pelo seu "esforço e dedicação pessoais e pela forma irrepreensível como conduziu o processo de transição".
A diretora do DN, Rosália Amorim, conheceu e trabalhou com Pedro Camacho neste período e recorda o "coração bom" deste "grande jornalista": "Foi meu colega no grupo Impresa, ele na Visão e eu na Exame e no Expresso. Era um grande jornalista, um homem muito atento à política e economia, mas também muito atento à sua equipa. Um coração bom, independente, sempre consensual e um bom ouvinte. É um dia muito triste para o jornalismo em Portugal".
O ex-editor de Economia do DN, Vítor Martins, partilhou também no Facebook, a sua tristeza com a morte do seu antigo camarada de redação: "Conheci o Pedro Camacho menino, quando ia visitar a mãe, a minha querida Helena Marques. Mais tarde foi meu editor e foi ele que me convidou, quase à força, a entrar na sua equipa. Recordo a camaradagem e a simpatia com que sempre resolvia todos os problemas. Hoje, é um dia muito triste para mim. Um grande abraço de amizade para os irmãos Paulo Camacho, para o Francisco e para a Joaninha".
Pedro Camacho nasceu e cresceu numa família de jornalistas. Era filho de Rui Camacho, chefe de redação da ANOP entre 1978 e 1985, falecido em 2014 e da também jornalista e escritora Helena Marques, diretora-adjunta do DN, de 1986 a 1992, sob direção de Dinis de Abreu, que morreu, igualmente vítima de Covid-19, em outubro passado.
Era irmão do editor Francisco Camacho, do grupo Leya, do antigo jornalista Paulo Camacho e da tradutora Joana Camacho.
A ministra da Cultura, Graça Fonseca, lembra, num comunicado enviado às redações, que Pedro Camacho foi diretor de informação da Agência Lusa, entre 2015 e 2018, desempenhando desde então o cargo de diretor de Inovação e Novos Projetos. "A sua competência e a sua dedicação foram fundamentais para que a Agência Lusa mantivesse o seu serviço noticioso de referência."
Numa nota interna, o presidente do Conselho de Administração (CA) da Lusa, Nicolau Santos, enalteceu as "reconhecidas capacidades de agregar vontades e dirimir conflitos" de Pedro Camacho, reforçando que enquanto diretor de Inovação e Novos Projetos "desenvolveu diversos projetos muito importantes para a Agência, colocando todo o seu entusiasmo e dedicação na concretização dos mesmos".
"Com o seu falecimento, a Lusa perde um dos seus mais prestigiados jornalistas e eu perco um leal companheiro, cujos conselhos sempre foram fundamentais para decisões importantes que tiveram de ser tomadas", acrescentou o atual presidente do CA da Lusa.