MAI anuncia recrutamento de 10 mil efetivos para forças de segurança até 2023

Eduardo Cabrita sublinhou que os sindicatos já foram ouvidos sobre as suas propostas para a construção desse plano de admissões. Até 2023 saem da GNR e da PSP 6 805 elementos. Falta saber o SEF

O ministro da Administração Interna anunciou esta quarta-feira no parlamento o recrutamento de cerca de 10 mil elementos para as forças e serviços de segurança até 2023 no âmbito da plano plurianual da admissão - uma média de 2500 por ano que deverão ser admitidos na GNR, PSP e SEF.Nestes quatro anos estão previstas 6 800 saídas na GNR e na PSP, por passagem à reserva, aposentação ou reforma, o que dará ainda um 'saldo positivo' - embora o número certo só se saiba quando for conhecida a quantidade de elementos que entra em cada polícia, incluindo o SEF.

"É um Orçamento do Estado que prevê, pela primeira vez, a existência de um plano plurianual da admissão para as forças e serviços de segurança", disse Eduardo Cabrita no âmbito da discussão na especialidade, na Assembleia da República, do Orçamento do Estado para 2020.

Este ano entram na GNR 500 novos guardasm que não chegam para compensar as 709 saídas previstas

O ministro avançou que esse plano vai permitir "até 2023 recrutar aproximadamente 10 mil novos elementos para as forças e serviços de segurança". O governante precisou que estas admissões são feitas "em função das saídas previstas" e "das alterações do modelo operacional", destacando que as polícias vão ter "programado atempadamente aquilo que são as necessidades de contratação".

As admissões no âmbito deste 'pacote' de 10 mil só começam, porém, a ter efeito prático, em 2021. Segundo explica o presidente da Associação de Profissionais da Guarda (APG), César Nogueira, "só depois do orçamento aprovado poderão ser abertos os concursos, a que se seguem os cursos que duram cerca de nove meses, querendo isto dizer que só em 2021 poderão entrar ao serviço estes novos elementos".

Neste momento estão 300 guardas a terminar o seu curso, que entram em breve ao serviço, e está a decorrer um concurso para mais 200 que ainda poderão entrar ao serviço - 500 em 2020 que, neste caso, na GNR, não compensam as 709 saídas previstas de militares neste posto.

Na PSP, está a decorrer um curso para 600 novos agentes que vão entrar ao serviço este ano - neste caso compensam as 552 saídas previstas.

No caso da PSP, está a decorrer um curso para 600 novos agentes que vão entrar ao serviço este ano - neste caso compensam as 552 saídas previstas.

Eduardo Cabrita sublinhou que os sindicatos já foram ouvidos sobre as suas propostas para a construção desse plano de admissões.

César Nogueira afirma que a APG apresentou uma proposta para "um mínimo de 1100 admissões" por ano na GNR, o que, tendo em conta o 'pacote' anunciado, se pode concretizar.

Por sua vez, Paulo Rodrigues, presidente da Associação Sindical de Profissionais de Polícia (ASPP), a maior estrutura da PSP, revela que a proposta que este sindicato fez ao governo era para admitir, pelo menos, 3600 novos agentes até 2023. "A confirmar-se o número avançado pelo governo é preciso ainda saber como vai ser feita a repartição entre as forças", sublinha.

O dirigente sindical lembra que "atualmente só estão 15 mil polícias no serviço operacional e com as saídas previstas a situação ainda se vai agravar mais". Paulo Rodrigues assinala também que a entrada de novos agentes é "essencial para o rejuvenescimento do efetivo, cuja idade média, 46 anos - a mais elevada de sempre. E em alguns comandos, entre os quais Coimbra, Vila Real e Bragança ultrapassa os 50 anos ". Em 2005 era 38 anos.

Atualizado às 18h20 com as declarações de Paulo Rodrigues, da ASPP

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