Lar de Reguengos de Monsaraz tem 63 infetados. Há oito casos confirmados na comunidade

Hospital de Évora regista um caso positivo associado ao surto no lar de Reguengos de Monsaraz. Escola secundária, jardins-de-infância e creches fecharam portas para conter a propagação do novo coronavírus.
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Três idosas com covid-19 oriundas do lar de Reguengos de Monsaraz onde foi detetado um surto da doença estão internadas no hospital de Évora, todas "estáveis", mas uma com "apoio de oxigénio", revelou esta segunda-feira o presidente do município. Há 63 casos confirmados no lar da Fundação Maria Inácia Vogado Perdigão Silva - 46 utentes e 17 funcionárias.

"Nós temos apenas três utentes no hospital", referiu à Lusa o presidente da Câmara de Reguengos de Monsaraz (Évora), José Calixto, explicando que a primeira idosa internada "está estabilizada, tranquila", e não está ventilada, mas necessita de "apoio de oxigénio e de cuidados diferenciados".

As outras duas utentes internadas no Hospital do Espírito Santo de Évora (HESE) suscitam "um nível de preocupação menor" e encontram-se "estáveis", mas, como tinham "alguns sintomas", ficam na unidade, indicou.

O primeiro caso positivo de covid-19 no lar da Fundação Maria Inácia Vogado Perdigão Silva (FMIVPS), o da utente que foi logo internada, foi detetado na quinta-feira passada, tendo nesse mesmo dia sido iniciados os testes a todos os 105 funcionários e 83 utentes da instituição, disse o presidente da Administração Regional de Saúde do Alentejo, José Robalo, numa conferência de imprensa realizada no sábado de manhã.

O presidente da câmara revelou esta segunda-feira que, "neste momento, o balanço é de 17 trabalhadoras e de 46 utentes" infetados com a doença provocada pelo novo coronavírus SARS-CoV-2.

No domingo, "registou-se mais um ​​​​​​caso que antes estava inclusivo" e que "passou a positivo", entre os utentes do lar -- passou de 45 para 46 -, elevando o total de infetados, juntamente com os casos de funcionários, para 63 pessoas.

"As 17 funcionárias estão em casa a recuperar sem sintomas relevantes e os outros utente estão no lar", assinalou também José Calixto.

Família de cinco elementos infetada

Perante este surto, estão a ser realizados centenas de testes de despiste à covid-19 em Reguengos de Monsaraz, sendo que há oito casos positivos confirmados entre a comunidade, dos quais cinco são elementos de uma mesma família, disse José Calixto.

O autarca rejeita, para já, uma cerca sanitária para Reguengos de Monsaraz.

"Neste momento, não existe uma disseminação" da covid-19 "na comunidade que viabilize pensarmos nisso, em termos de curto prazo", argumentou à Lusa o autarca José Calixto.

Embora a adoção dessa medida seja "sempre uma possibilidade", presentemente, "face ao número de casos na comunidade que conhecemos, que são três, não é uma medida adequada à situação epidemiológica" do concelho, sublinhou

Para conter a propagação do novo coronavírus, a escola secundaria fechou portas, assim como os jardins-de-infância e as creches.

Profissional do serviço de urgência do Hospital de Évora infetada

Entretanto, o Hospital do Espírito Santo de Évora (HESE) fez saber esta segunda-feira que está a realizar testes para a covid-19 a doentes internados e profissionais de saúde, depois de um elemento do serviço de urgência ter testado positivo.

Em comunicado enviado à Lusa, a unidade hospitalar indicou que "uma sua profissional do serviço de urgência", que também exercia atividade assistencial no lar de Reguengos de Monsaraz onde foi detetado um surto de covid-19, "tinha testado positivo".

"Por razões de precaução e segurança, o HESE decidiu, no dia em que teve conhecimento desse facto, iniciar um procedimento interno de rastreio a todos os possíveis contactos daquela profissional, utentes e profissionais", adiantou.

Segundo a unidade hospitalar, os testes aos doentes começaram no sábado de manhã e está previsto que terminem hoje, enquanto os profissionais do serviço de urgência, "contactos mais próximos da profissional infetada", são testados hoje e na terça-feira.

"Não há profissionais de quarentena", sublinhou o HESE, realçando que os seus profissionais de saúde só ficam de quarentena "se tal se vier a justificar", na sequência dos resultados dos testes realizados.

O serviço de urgência do HESE, acrescentou a unidade hospitalar, "mantém a sua atividade assistencial normal".

OS utentes que se encontram no lar estão divididos, para não juntar os infetados com os que não têm a doença, disse o presidente do município, que revelou que no domingo fez um pedido à Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil "para apoio militar logístico" na instituição de apoio aos idosos,"em termos de contenção das alas covid e não covid".

"Como estamos a trabalhar com doentes que, por vezes, têm já alguns sinais, por exemplo, de demências, achei por bem ter a ajuda dos militares para esse trabalho", justificou.

Os militares foram acionados ao início da tarde e, às 00:30 de hoje, os "militares já estavam a cumprir a missão na unidade", ou seja, a prestarem apoio logístico para garantir que as duas alas são estanques, realçou.

Em comunicado enviado hoje à Lusa, o Estado-Maior-General das Forças Armadas (EMGFA) informou que "seis militares do Exército estão", desde domingo, "a apoiar o Lar da Fundação Maria Inácia Perdigão Silva, em Reguengos de Monsaraz, onde foram identificados casos positivos de covid-19".

"A equipa é composta por um médico, um enfermeiro, um socorrista e três militares para apoio, provenientes do Centro de Saúde Militar de Évora e do Regimento de Cavalaria n.º 3", precisou o EMGFA, referindo que o pedido para "apoio logístico, de saúde e avaliação de processo de desinfeção das instalações do lar foi solicitado pela Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil".

Atualizado às 14:29

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