Desaparecido. Amigos de Mário Sousinha acreditam que "fugiu ou foi morto"
A Polícia Judiciária continua a investigar o desaparecimento de Mário Sousinha, que o DN noticiou na semana passada. Até agora, a investigação não conseguiu deslindar o que aconteceu ao funcionário de uma empresa de segurança, que desapareceu a 16 de outubro sem deixar rasto.
As autoridades procuram Mário desde o dia 21 de outubro, quando a companheira apresentou formalmente a denúncia do desaparecimento. Mas os amigos e família começam a desesperar com o tempo que passa e as notícias que não chegam. "Eles dizem que estão a investigar, também não nos contam tudo, mas acho que isto não avança", disse ao DN Paula Sousinha, a única irmã de Mário, que tem acompanhado as supostas diligências. É certo que tanto a PJ como a GNR de Pombal estiveram na casa onde Mário residia com a companheira, Elsa Martins, na aldeia de Charneca, Pombal. Sabe-se também que se deslocaram ao terreno onde o segurança criava e tratava vários cães, para além de outra certeza: a última vez que o telemóvel de Mário foi detetado, num lugar próximo, era dia 17 de outubro. Mas o aparelho não chegou a ser encontrado, à semelhança do dono.
Quando o assunto chegou às televisões, na semana passada, na sequência da notícia publicada no DN, os amigos e antigos colegas de Mário Sousinha foram juntando peças e trocando informações. Um deles, Rogério Esteves, disse esta semana estar convencido de que aqui "há duas hipóteses: ou ele fugiu, mesmo, ou então fizeram-no desaparecer". E explica porquê: "há uns meses, quando trabalhávamos juntos no Pombal Fashion, ele chegou-me a dizer que um dia desaparecia, fugia daqui. Andava com problemas em tribunal por causa da ex-mulher, e não via solução para aquilo. E então disse-me que tinha uns amigos em Espanha, pessoas que ele conhecia do negócio dos cães, que tinham meios para o fazer desaparecer".
Mais tarde, a conversa terá sido outra. "Na altura ele já andava com problemas com a companheira e queixou-se que havia dois tipos, sempre a rondar a casa. E que chegava a temer que lhe fizessem mal". Mas é a última conversa que tiveram sobre o assunto que agora matuta na cabeça de Rogério: "Se eu desaparecer vários dias, vocês vejam o que é que me pode ter acontecido". Este e outros amigos ainda não foram ouvidos pela investigação, a cargo da PJ de Coimbra. Rogério desconfia que "a investigação pode nem sequer estar a seguir esta linha".
O certo é que Mário Sousinha continua desaparecido, há mais um mês. Na semana passada a irmã deslocou-se ao Instituto de Medicina Legal, à procura de "algum corpo que pudesse ter aparecido e não fosse identificado", mas também daí veio sem respostas, que continua a procurar por toda a parte. "O meu irmão tem de estar nalgum lado. Ninguém vira fumaça".
Mário Sousinha terá saído de casa "alterado", depois de uma discussão com a companheira, Elsa Martins, com quem vivia há cerca de dois anos. Na queixa que a própria viria a apresentar na GNR, cinco dias depois, a 21 de outubro, consta que o fez "de livre e espontânea vontade". Alegadamente saiu de casa com 200 euros no bolso, a pé, só com a roupa que vestia. Horas antes, o colega Paulo Adão falou com ele ao telefone, entre as 19:15 e as 20 horas. Nesse dia, Mário fez o último turno, das 20:00 até à meia-noite. Foi a última vez que se apresentou ao serviço.