Há mais 425 novos casos de covid-19 e quatro mortes em Portugal nas últimas 24 horas

O boletim epidemiológico da Direção-geral da Saúde indica que os internamentos continuam a aumentar. Há agora 659 doentes hospitalizados. Lisboa mantém-se como o concelho mais afetado pela pandemia, com 6.517 infetados (um aumento de 467 novos casos nos últimos sete dias).
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Portugal registou, nas últimas 24 horas, mais 425 casos de covid-19 (um aumento de 0,6%) e quatro mortes, segundo indica o boletim epidemiológico da Direção-geral da Saúde (DGS), divulgado esta segunda-feira (28 de setembro). No total, desde que a pandemia começou no nosso país, em março, foram confirmados 74.029 infetados e 1.957 óbitos.

O número de internamentos continua a aumentar. Há agora 659 doentes hospitalizados (mais 24 do que no domingo), dos quais 98 estão em unidades de cuidados intensivos (mais nove).

Há mais 237 pessoas recuperadas, num total de 47.884, e, à data de hoje, Portugal tem 24.188 casos ativos da doença (mais 184 face ao dia anterior).

Dos novos casos, 188 foram registados em Lisboa e Vale do Tejo, o que corresponde a 44,24% do total nacional. Há mais 168 infetados pelo novo coronavírus no Norte, mais 43 no Centro, mais sete no Alentejo e mais 19 no Algarve. Não foram reportados novos casos nos Açores e na Madeira.

A diretora-geral da Saúde indicou que há "51 surtos ativos em lares" de idosos, dos quais 10 estão localizados no Norte, dois no Centro, 33 em Lisboa e Vale do Tejo, três no Alentejo e três no Algarve, detalhou Graça Freitas durante a conferência de imprensa sobre a evolução da pandemia em Portugal.

A responsável da DGS indicou ainda que há 12 escolas com surtos ativos.

Os quatro óbitos reportados nas últimas 24 horas registaram-se na região Norte (três) e em Lisboa e Vale do Tejo. Três das vítimas mortais tinham mais de 80 anos e uma tinha entre os 70 e 79 anos.

Taxa de letalidade global situa-se nos 2,6% e acima dos 70 anos é de 13,6%, informou o secretário de Estado Adjunto e da Saúde, António Sales, na conferência de imprensa.

Aos jornalistas, João Paulo Gomes do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA) fez saber que um estudo em desenvolvimento revelou que "a variante genética do vírus em Portugal é proveniente da Lombardia, de Itália" e instalou-se no nosso país "a 20 de fevereiro na regiões norte e centro, nomeadamente em zonas industriais".

O estudo, que é "retrospetivo", indica que a variante genética do coronavírus vindo de Itália ter-se-á disseminado durante cerca de dez dias sem que fosse detetada, pelo que originou cadeias de transmissão que foram crescendo e que a meio de abril "terão originado cerca de 3800 casos". "Ou seja, um em cada quatro casos existentes por volta do dia 9/10 de abril terão sido causados por esta variante genética muito específica", informou João Paulo Gomes.

O boletim da DGS indica que, no total, o novo coronavírus já infetou em Portugal 33.553 homens e 40.476 mulheres. Do total de vítimas mortais, 985 eram homens e 972 mulheres.

A nível municipal, os dados da autoridade da saúde indicam que Lisboa continua a ser o concelho mais afetado pela pandemia, com 6.517 infetados. Logo a seguir surge Sintra, com 5.441, Loures com 3.092 e Amadora com 3.038.

Nos últimos sete dias, Lisboa foi o concelho com o maior aumento de novas infeções (mais 467), seguido de Sintra (mais 339) e Loures (mais 179).

O aumento do contágio pelo novo coronavírus faz-se sentir em vários países na Europa, o que tem levado à aplicação de novas medidas. Em Espanha, por exemplo, a partir desta segunda-feira, mais de um milhão de habitantes na comunidade autónoma de Madrid estão sujeitos a restrições mais apertadas, entre as quais a limitação na mobilidade dos cidadãos. Às 37 zonas já atingidas desde 21 de setembro por medidas que não permitem entradas ou saídas de pessoas, com algumas exceções, juntaram-se mais oito, que nos últimos 14 dias ultrapassaram a barreira de mil infetadas por cada 100 mil habitantes.

Também a partir desta segunda-feira, em Inglaterra, passa a ser obrigatório por lei o isolamento para qualquer pessoa que tenha testado positivo ou tenha estado em contacto com alguém infetado com covid-19, sendo as infrações penalizadas com multas que podem chegar aos 11.019 euros.

Assim, se uma pessoa apresentar sintomas ou testar positivo, é obrigada por lei a entrar em isolamento (antes era voluntário) durante um período de 10 dias após o início dos sintomas ou após a data do teste, se não tiver sintomas.

Mas o Reino Unido poderá adotar medidas mais apertadas para travar a disseminação do novo coronavírus.

A secretária de Estado da Saúde britânica admitiu a hipótese de proibir ajuntamentos de pessoas fora dos agregados familiares.

"Não queremos impor novas restrições, mas claro que estamos a manter um olhar atento sobre a taxa de incidência de covid-19", disse Helen Whately, em declarações proferidas esta segunda-feira à Sky News.

A governante afirmou que o executivo liderado por Boris Johnson está a analisar quais os próximos passos a dar no combate à pandemia. O jornal The Times avança que está em cima da mesa a possibilidade de um "confinamento social total" no norte do Reino Unido e em Londres, com bares, pubs e restaurantes de portas fechadas durante duas semanas.

A pandemia de covid-19 já provocou mais de um milhão de mortos e mais de 33 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

No total, 1.000.009 mortes foram oficialmente registadas em todo o mundo, para 33.018.877 casos, às 22:30 de domingo.

A AFP refere ainda que 22.640.048 pessoas foram consideradas curadas pelas autoridades.

As regiões mais afetadas, em termos de número de mortes, são América Latina e Caribe (341.032 mortes para 9.190.683 casos), Europa (229.945 mortes para 5.273.943 casos) e Estados Unidos e Canadá (214.031 mortes para 7.258.663 casos).

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano é agora o que tem mais casos confirmados e mais mortes.

Os Estados Unidos são o país com mais mortos (204.499) e também com mais casos de infeção confirmados (mais de sete milhões).

Com Lusa.

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